sexta-feira, 2 de novembro de 2007

QUEM MORRE?


Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o preto sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento
de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando
está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho.
Quem não se permite pelo menos uma vez na vida
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se
de sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente quem abandona um projeto
antes mesmo de iniciá-lo, não se pergunta
sobre um assunto que desconhece
on não responde quando lhe indagam
sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior do que
o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.
Estejamos sempre vivos.
______________

Créditos irresponsavelmente cedidos a Pablo Neruda.
Mas o poema, com certeza é de Maria Elisa Guimarães.

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