terça-feira, 24 de junho de 2014

COPA DO MUNDO: UM PROCESSO PARA ENGANAR TROUXAS




Estudei muitas ciências sociais, dediquei minha vida, praticamente, a isto. E sempre encontrei citações ligadas aos processos de ideologia de poder e de alienação das massas, tornando-as dóceis e facilmente exploráveis e dentro de tudo isto, figuram os esportes competitivos, o futebol, esta magia toda, este processo manipulador. Enfim  esta palhaçada que altera as relações de trabalho, a manipulação das pessoas, facilita e torna como natural a exploração, a covardia, os privilégios da burguesia e do capital contra as demais pessoas, exatamente, aquelas que se encantam, que glorificam, que lambem os pés dos mitos.
Da mesma forma, sempre tentei, como professor, consultor, estas coisas, passar para as pessoas um mínimo de senso crítico. Instrumentos para que elas entendam que, num momento como este, quanto mais a Seleção ganha, mais nós, o povo, os trabalhadores, as pessoas comuns perdemos e sofremos os resquícios que sobram de tudo isto: quanto mais a seleção ganha, mais pagamos nós, o povo.. Será que este quem corre atrás da bola, se encanta, se fantasia de verde e amarelo, para torcer cegamente, pelo Brasil, se não sabe, pelo menos não desconfia disto? Seríamos sim, um bando de conformados, de tolinhos, de cegos que mordem a isca e aplaudem seus algozes, se exasperam de alegria com tudo e ajuda, sem que saiba a construir a própria desgraça, a miséria, a fome, a opressão? Um povo tão esperto, por que não é também tão sábio?
E os meus amigos petistas que "tanto lutam" e têm a cara de pau de se fantasiarem para apresentar aqui suas caras de malucos-belezas híbridos de alienação política? E o governo petista, a mulher que nos governa e que se diz de esquerda, tendo a coragem  de jogar pelo ralo mais de 8 bilhões de reais, em troca do grito de gol, da alegria efêmera e da lavagem cerebral do povo quando faltam esparadrapo e macas nos hospitais públicos, os professores estão em greve e a violência mata proporcionalmente mais do que todas as guerras juntas? 
Escrevo agora, exatamente, na hora em que a seleção brasileira de futebol canta o Hino Nacional a alguns metros da minha casa, no Mané Garrincha, em Brasília. Galvão Bueno se rasga de emoção, pois faz parte dos que tiram milhões da boca das crianças pobres para constituir a sua fortuna pessoal, o que, é lógico, faz parte do grande e criminoso projeto de fazer com que os poucos ricos fiquem matematicamente mais ricos, o que requer que os muitos pobres fiquem, da mesma forma geometricamente, muito mais pobres. Ouço tudo sozinho em casa. Penso na Rose Marie que teve o azar de ter sua morte apagada com a glorificação da copa. Entendo, agora,  porque não consigo ensinar nada para este povo de consciências lavadas. Este povo que não entende, não quer entender e nem saber o caminho para se conquistar um mínimo de felicidade...  As pessoas são alienadas demais, muito omissas e encantadas com a celebridade econômica, por exemplo, do jogador que ganha milhões, justamente, para vender a falsa ilusão, onde o "nós somos um" invade a nossas almas para que nos sintamos, igualmente, ricos, poderosos e únicos. É que o poder psicológico constitui maravilhas simbólicas que justificam as misérias e o caos concretos. Mas não podemos, por razões óbvias, saber disto, é claro.
... Pronto, começou o jogo, abre-se assim os portões dos matadouros em que o gado em fila e de cabeça baixa, se encaminha para a morte, utilizando, aqui, a metáfora de Cecília Meireles. E compreendo, finalmente, que existe muita lona para o circo, o suficiente para cobrir todos os palhaços e seus aleijões da alma. A alma de um povo pobre, frágil e manipulado e que ainda se considera feliz, realizado e em paz. Afinal, o hexa vem aí e frente a isto, nada significam os problemas, as dores, os sofrimentos, as carências humanas e sociais. Somos um povo que aplaude  os mecanismos próprios de sua dor e de seu sofrimento e os fazem maiores ainda, por vezes, intransponíveis para muitos, talvez, para a absoluta maioria.
 Enfim, futebol e copa do mundo é sim, muito bom. É bom para o Felipão e o seu absoluto cinismo profissional, com seus milhões no bolso por fazer nada, mas induzir que fez tudo. Bom para os jogadores com status de celebridade porque chutam no gol e fazem inchar as redes, como se isso fosse tudo. Bom para os ricos, os milionários, a economia internacional, os algozes do mundo. Bom para o Galvão Bueno e suas táticas sedutoras para nos enganar, nos fazer de bobos e lavar nossas almas e nossas consciências nos tornando cegos a respeito de tudo. Só o que vale é a Copa, os gols, o quanto mais melhor, exatamente como querem os ricos, os capitalistas, a Globo, os donos do circo.
Quanto a nós, "o resto", resta-nos abaixar para apanhar nossos cacos que restarão depois de tudo, do júbilo vazio, da alegria efêmera do grito de gol de um mundo inteiro que está pronto para ser consumido, explorado, vendido a qualquer preço, É só lavar a maquiagem em verde e amarelo e começar tudo de novo. Trabalhar, juntar tostões, gastar na copa que há de ver e morrer à míngua, por bala perdida, na fila dos hospitais, sem emprego, sem teto, lazer, educação, sem nada. E tudo mais que lava nossas almas e nos deixa sempre prontos para os sofrimentos outros e muitos maiores que se ocultam nas dobras da magia deste futebol tão importante e tão encantador. 
Estamos perdidos, não sabemos mais o caminho da saída. Resta, portanto, a esperança de que a seleção perca, senão o jogo, mas a Copa, a famigerada taça de tantos encantos. Assim, o Brasil ganha. Faz um atalho mais curto e mais lúcido para saída que tanto esperamos mas, que comprovamos com este pensamento primário de "lambedores de botas" que não merecemos, nem de longe a felicidade social, a cidadania, enfim, uma vida em paz.  Somos sim, bem preparados para sermos uns idiotas. Enquanto isto, os poderosos dão risadas de nossas caras de palhaços desengonçados, famintos e, absolutamente, sem a menor graça.

Antonio da Costa Neto
antoniocneto@terra.com.br

domingo, 22 de junho de 2014

ROSE MARIE MURARO - DIRETO PARA O CENTRO DA LUZ

Rose Marie Muraro

ROSE MARIE MURARO
(83 anos)
Escritora, Editora, Intelectual e Feminista

* Rio de Janeiro, RJ (11/11/1930)
+ Rio de Janeiro, RJ (21/06/2014)

Rose Marie Muraro foi uma intelectual, escritora e feminista brasileira. Aprendeu desde cedo a lutar contra as dificuldades, físicas e sociais, com força. Nasceu praticamente cega, e somente aos 66 anos conseguiu recuperar parcialmente a visão com uma cirurgia. Estudou Física, foi escritora e editora de livros, assumindo a responsabilidade por publicações polêmicas e contestadoras.

Ao longo da vida, escreveu 44 livros, como "Os Seis Meses Em Que Fui Homem"(1993), "Por Que Nada Satisfaz As Mulheres E Os Homens Não As Entendem"(2003), que venderam mais de 1 milhão de exemplares.

Nos anos 70, foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil. Nos anos 80, quando a Igreja adotou uma postura mais conservadora, passou a ser perseguida pelos ideais. A atuação intensa no mercado editorial é fruto de uma mente libertária cuja visão atenta da sociedade pode ser comparada a de muito poucos intelectuais da atualidade.

As idéias refletem-se na vida pessoal desta mulher notável: Há pouco tempo, Rose Marie Muraro desafiou os próprios limites quando, aos 66 anos, recuperou a visão com uma cirurgia e viu seu rosto pela primeira vez.

"Sei hoje que sou uma mulher muito bonita!"


Oriunda de uma das mais ricas famílias do Brasil nos anos 30/40, aos 15 anos, com a morte repentina do pai e consequentes lutas pela herança, rejeitou sua origem e dedicou o resto da vida à construção de um novo mundo: mais justo, mais livre. Nesse mesmo ano conheceu o então padre Helder Câmara e se tornou membro de sua equipe. Os movimentos sociais criados por ele nos anos 40 tomaram o Brasil inteiro na década seguinte. Nos anos 60, o golpe militar teve como alvo não só os comunistas, mas também os cristãos de esquerda.

Editora Vozes foi um capítulo à parte na vida de Rose. Lá, trabalhou comLeonardo Boff durante 17 anos e das mãos de ambos nasceram os dois movimentos sociais mais importantes do Brasil, no século XX: O movimento de emancipação das mulheres e a teologia da libertação - até hoje, base da luta dos oprimidos.

Nos anos 80, presenciou a virada conservadora da Igreja, e em 1986, Rose e Boffforam expulsos da Vozes, por ordem do Vaticano. Motivo: a defesa da teologia da libertação, no caso de Boff e a publicação, por Rose, do livro "Por Uma Erótica Cristã".

Ela introduziu a questão da classe social no estudo de gênero, ela foi a primeira mulher a estudar de forma sistemática a sexualidade da mulher brasileira a partir da situação ou classe social - disse Boff. - Ela inaugurou esse discurso, nemFreud ou qualquer analista europeu atingiram esse ponto. Tudo isso foi resultado de uma ampla e minuciosa pesquisa de campo.

Juntos, Rose Marie e Boff assinaram, em 2002, o livro "Masculino / Feminino", onde investigaram juntos a relação entre os gêneros.

"Rose elevou a questão do gênero a um novo patamar, pois não considerava o masculino e o feminino como realidades que se contrapõem, mas como instâncias fundamentais, onde cada um é completo em si mas voltado para o outro, numa relação de reciprocidade e construção conjunta."
(Leonardo Boff)


Em trecho do documentário "Memórias De Uma Mulher Impossível", lançado em 2009 por Márcia DerraikRose Marie explicou:

"O assunto mulher era um assunto sem importância para os militares e para a sociedade como um todo. O pessoal não sabia da existência do feminino. Ah, essa daí lida com mulher, essa daí não é perigosa, tem filhos pequenos, só tá na igreja, então essa daí não vamos perseguir. Já nos anos 60 eu dizia: eu também quero pôr fogo no mundo. Fui pôr fogo no mundo, fui ser editora. E eu vi que eram os livros que punham fogo no mundo."

Rose Marie Muraro foi eleita, por nove vezes, A Mulher do Ano. Em 1990 e 1999, recebeu, da revista Desfile, o título de Mulher do Século. E da União Brasileira de Escritores, o de Intelectual do Ano, em 1994.

O trabalho de Rose, como editora, foi um marco na história da resistência ao regime militar. Devido a este trabalho, recebeu, do Senado Federal, o Prêmio Teotônio Vilela, em comemoração aos 20 anos da anistia no Brasil.

Foi palestrante nas universidades de Harvard e Cornell, entre tantas outras instituições de ensino americanas, num total de 40. Editou até o ano 2000 o seloRosa dos Tempos, da Editora Record.


Foi Cidadã Honorária de Brasília (2001) e de Cidadã Honorária de São Paulo(2004). Ganhou o Prêmio Bertha Lutz (2008), e principalmente, pela Lei 11.261 de 30/12/2005 passada pelo Congresso Nacional foi nomeada Patrona do Feminismo Brasileiro.

Em 1999, ela contou sua história na autobiografia "Memórias De Uma Mulher Impossível".

Na última entrevista de Rose para o jornal Correio Braziliense, no dia 18/08/2003, a intelectual relatou como os problemas de saúde estavam limitando a produção de novas publicações. Ela contava com a ajuda de amigos e parentes para conseguir manter os tratamentos e a estrutura que a possibilitava continuar o exercício da atividade intelectual.

"Atualmente sou uma meia-pessoa. Semi-cega, porque vejo vultos, e semi-paralítica, porque não consigo andar com o andador, mas preciso de cuidados 24 horas por dia, e de uma secretária para escrever o que eu dito, pois estou escrevendo dois livros no momento. Um sobre a traição e outro sobre amor."
(Rose Marie Muraro)


Uma das cinco filhas de Muraro, Tônia, cuida do Instituto Cultural Rose Marie Muraro (ICRM), que foi criado em 2009. O órgão tem o objetivo de salvaguardar o acervo da intelectual, que têm mais de 4 mil publicações.


Morte

Rose Marie Muraro, a Patrona do Feminismo Brasileiro, morreu na manhã de sábado, 21/06/2014, aos 83 anos, no Rio de Janeiro, em consequência de problemas respiratórios. Ela tinha câncer na medula óssea há cerca de 10 anos e, desde o dia 12/06/2014, estava na CTI do Hospital São Lucas, em Copacabana. No dia 15/06/2014, entrou em coma e acabou acometida por uma infecção.

O velório de Rose Marie Muraro começará às 08:00 hs de domingo, 21/06/2014, noMemorial do Carmo, no Caju, e a cremação está marcada para as 16:00 hs.

Rose Marie Muraro tinha 5 filhos e 12 netos, frutos de um casamento de 23 anos.


Alguns Livros:

  • 2007 - Educando meninos E Meninas Para Um Mundo Novo
  • 2007 - História do Masculino E Do Feminino
  • 2007 - Uma Nova Visão Da Política E Da Economia
  • 2007 - História Do Meio Ambiente
  • 2007 - Para Onde Vão Os Jovens
  • 2007 - A Mulher Na Construção Do Futuro
  • 2006 - O Que As Mulheres Não Dizem Aos Homens
  • 2006 - Diálogo Para O Futuro
  • 2006 - Mais Lucro
  • 2004 - Espírito De Deus Pairou Sobre As Águas
  • 2003 - Por Que Nada Satisfaz As Mulheres E Os Homens Não As Entendem
  • 2003 - Um Mundo Novo Em Gestação
  • 2003 - Amor de A A Z
  • 2003 - A Paixão Pelo Impossível
  • 2002 - Masculino / Feminino
  • 2001 - As Mais Belas Orações De Todos Os Tempos
  • 2000 - Textos Da Fogueira
  • 1999 - A Alquimia Da Juventude
  • 1999 - Memórias De Uma Mulher Impossível
  • 1996 - As Mais Belas Palavras De Amor
  • 1996 - Sexualidade Da Mulher Brasileira
  • 1993 - Seis Meses Em Que Fui Homem
  • 1993 - A Mulher No Terceiro Milênio
  • 1990 - Poemas Para Encontrar Deus


Indicação: Miguel Sampaio


sexta-feira, 13 de junho de 2014

CENA DELETADA DE UMA CILADA PARA ROGER RABBIT


Bob Hoskins In 'Who Framed Roger Rabbit'
Nunca é tarde demais para assistir uma cena deletada de um filme.
Um momento perdido de "Uma Cilada para Roger Rabbit" de 1988, está rolando na internet graças aoCinetropolis, que destacou uma característica especial contida no DVD. Ela mostra Eddie Valiant (Bob Hoskins) em uma cena bem inesperada.

MITOLOGIA E HUMANISMO: AS PINTURAS FANTÁSTICAS DE ADAM MILLER


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As pinturas de Adam Miller.
As pinturas de Adam Miller exploram a intersecção entre mitologia, ecologia e humanismo. Visualmente inspirado pelo barroco e helenístico, a sua pintura narrativa tem uma abordagem politeísta sobre o folclore contemporâneo, as questões do progresso e da experiência da narrativa humana em face às mudanças tecnológicas -  e a luta para encontrar sentido em um mundo equilibrado entre a expansão e decadência.
O trabalho de Miller é maneirista no uso da forma humana como um veículo de sentimento e pensamento para além da representação literal de uma determinada pessoa.
Adam Miller nasceu em 1979, no Oregon. Ele começou um estágio com o artista Allen Jones aos treze anos de idade, e aos 16, foi aceito na Academia de Arte de Florença em Florença. Miller viajou por toda a Europa para estudar o barroco e pintores maneiristas.

Painting by Adam Miller

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painting by Adam Miller

painting by Adam Miller

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terça-feira, 10 de junho de 2014

TOMARA MESMO QUE O BRASIL PERCA A PORRA DA COPA...


É, realmente, não é proibido, em definitivo torcer pelo Brasil e pelo hexa. Mas tenhamos a certeza de que, quanto mais o Brasil ganha no futebol, mais a gente se ferra. Mais a economia se estrangula, mais os impostos aumentam, mais endurecem as relações no mercado de trabalho, mais se manipulam a educação, etc. 
A copa do mundo é uma estratégia elitista, mascarada, de interesse dos poderosos, dos líderes da economia mundial, das elites do mundo, enfim, dos ricos, dos patrões para explorarem e extorquirem com tranquilidade quem dorme no berço esplêndido da vitória futebolista e quem está destraído vendo a bola passar e a rede tremer feito um bobo alegue, um macaquito pulando na jaula...
Ganhar a copa é muito bom sim, para a seleção, os técnicos, a Fifa, os governantes conservadores. É bom para os ricos, os milionários, os empresários que ficam mais ricos e poderosos, enquanto mais nos exploram e empobrecem. Podemos ser peixes, mas não mordamos a isca. E se quisermos morder, que seja de forma consciente do grande mal que tudo isto significa. Da minha parte quero muito que o Brasil perca - mas não vai perder, pois o fogo maquiavélico do governo e das instituições escusas já cuidaram disto. Vou ter pena do povo do país que ganhar a copa. Sou brasileiro, mas não sou alienado. Quero ter a consciência de que faço o melhor para o meu país e para a minha gente. Muito mais de chutes, de bola e de gols, nós precisamos é de dignidade, de comida na mesa, de segurança, de educação de verdade, de saúde, saneamento e paz para viver. 
E a Copa do Mundo não nos dá nada disso, ao contrário, tira. A copa aqui já é um horror pleno, agora, se ganharmos, estaremos assinando o atestado da desgraça. Não comemorarei. Estarei em casa chorando em silêncio e o pior: absolutamente sozinho. Mas certo de que assim, escolhi, sem sombra de dúvida, o melhor caminho.

IMAGENS SOBRE A SORDIDEZ HUMANA: UMA CRÍTICA CRUEL E INTELIGENTE

Com uma crítica cruel, penetrante e inteligente, as obras de Pawel Kuczynski são um convite para nos fazer refletir sobre assuntos sérios e atuais. Seus desenhos nos trazem mensagens, reflexões, denuncias e críticas. Afinal não é esta a principal função da arte?

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Artes que carregam em si mais do que formas e cores bonitas. Neste contexto temos o trabalho de Pawel Kuczynski com imagens que nos levam a questionar, interpretar e tentar entender. Pawel Kuczynski é um artista polonês formidável, nascido em 1976 em Szczecin, formado em Artes pela Academia de Belas Artes de Poznan.
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Não demorou muito para que Pawel mostrasse seu talento em desenhos que usam e abusam da sátira para transmitir suas críticas sociais, recebendo quase uma centena de prêmios por eles. E ainda, por obter um número recorde de premiações em competições internacionais, recebeu o prêmio “Eryk” da associação dos cartunistas poloneses em 2005.
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Pawel traz em suas brilhantes ilustrações temas como: pobreza, fome, guerra, trabalho infantil, corrupção política, maus tratos aos animais, exploração, desigualdade social e muito mais. Todos estes temas tratam da realidade atual contemporânea. “São os novos temas imortais e atemporais da Arte”, diz Pawel.
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Sua arte é de primeira qualidade e a mensagem é direta, como um tapa bem dolorido. São belas ilustrações de sentidos profundos nas quais, Pawel utiliza-se da boa e velha ironia. Suas obras podem até parecer engraçadas em um primeiro momento, mas os surpreendentes desenhos de Kuczynski só podem ser reconhecidos ao receberem um olhar mais atento, tornando-se então, impossível ficar indiferente a eles.
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Neste olhar atencioso podemos notar como são fortes e duras as críticas por trás das ilustrações. Críticas estas, que nos fazem questionar os governos, os veículos de comunicação, a economia, entre outros. E tudo isto sem nos dizer uma palavra, só fazendo uso de seus desenhos, que valem mais que muitas delas.
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Talvez, possamos até não concordar com a visão de Pawel, mas somente pelo fato dele nos fazer pensar e duvidar, já é de grande valia, pois vivemos em um cotidiano que nos leva a agir mecanicamente, na maioria das vezes.
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Para tais desenhos reveladores de traços sensíveis que nos mostra o absurdo da espécie humana, Pawel precisa apenas de papel, lápis de cor e aquarela. O resultado são obras em tons pastel, satirizadas e brutalmente expostas para um bom observador da condição humana em geral.
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Existe uma sútil poesia nas obras de Pawel, versando sobre as injustiças sociais em temas universais, no entanto suas obras perderam espaço para o humor, este quase que inevitável em toda sátira, mas ao invés disto, pode oferecer rostos surpresos.
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Por acaso, se algum dia nossa civilização desaparecer, como Pawel parece pressagiar em alguns de seus desenhos, as gerações futuras iriam encontrar em Pawel Kuczynski um dos mais recentes e mais lúcidos críticos do seu declínio.
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E assim nesta “viagem” que até pode parecer fácil e que nos leva ao presente e futuro, eu termino este texto convidando-os a olharem mais uma, duas, três vezes até, as imagens acima e, quem sabe, refletir sobre as diferentes interpretações do significado de cada uma.
Ah sim, e para àqueles que não gostam de arte moderna Pawel diz: "Não estou interessado em pessoas comuns."


sexta-feira, 6 de junho de 2014

ÚLTIMAS FOTOS DE CELEBRIDADES QUE SE FORAM PARA O ANDAR DE CIMA



Annie Leibovitz foi autora da última foto comercial de John Lennon, algumas horas antes de ser assassinado por Mark Chapman. Ela tinha sido chamada para fotografá-lo para uma capa da revista Rolling Stone, mas resolveu fazer algumas fotos do casal, coisas da sensibilidade feminina, do sétimo sentido, de artista que é sempre meio louco e meio vidente. Ficam aqui alguns registros que encantam nossas almas e alteram nossas visões e imagens. Ainda bem. Bendita seja a fotografia. O anjo azul de sempre. Com ela, Yoko Ono recebe as vísceras da beleza, da força, da magia. E Lennon se encanta como um Deus nu. O Deus eterno de todos nós.
Sem uma imagem pré-concebida em mente, mas num toque leve e com a sensualidade de um anjo na cabeça ela sugeriu que Lennon deitasse nu ao lado da mulher. Yoko  que estava tirando a blusa quando a fotógrafa disse "fique vestida". E então, de forma muito natural, ele escalou o corpo dela e a foto mais famosa de Leibovitz estava feita. John disse que ela havia capturado a essência do relacionamento dos dois, e insistiu para que ela fosse a capa. E foi?

Oficialmente, essa é a ultima foto de John, com Mark Chapman ao seu lado, pedindo um autógrafo, um pouco antes do assassinato a sangue frio.
Aqui você vai ver um pouco da história das últimas fotos conhecidas dessas figuras célebres, que se despediram cedo demais.
Kurt Cobain por Jesse Frohman
Jesse Frohman tirou estas fotos de Kurt Cobain próximo ao seu suicídio, em 1994. Elas foram exibidas no ano passado em comemoração ao 18 º aniversário de sua morte.
James Dean (autor desconhecido)
Nessa foto James Dean aparece posando com seu Porsche Spyder, apelidado de "Little Bastard", que acabara de sair do mecânico Rolf Wutherich, que o preparava para uma corrida. Ele parou para abastecer em Sherman Oaks, na Califórnia, um pouco antes do seu passeio final.
Elvis Presley (autor desconhecido)
Essa polaroid de 16 de agosto de 1977, mostra Elvis em Graceland com a namorada Ginger Alden, voltando de uma visita ao dentista. O rei vinha sofrendo de problemas de saúde, mas começaria uma nova turnê, com um vôo programado para aquela noite. Infelizmente isso nunca chegou a acontecer.
Jim Morrison por Alain Ronay
Na ultima foto de Jim Morrison, frontman do The Doors, ele posa com sua namorada Pamela Courson em frente ao Hôtel de l'Oise, em Saint-Leu-d'Esserent, França. O fotógrafo e amigo Alain Ronay tirou algumas fotos íntimas do casal enquanto eles jantavam. Morrison foi para França para se concentrar em sua escrita, mas morreu no dia morreu em 3 de Julho de 1971, na banheira do seu apartamento em Paris.
Jimi Hendrix por Monika Dannemann
Monika Dannemann, a namorada de Jimi Hendrix, tirou as ultimas fotos do lendário guitarrista com seu instrumento favorito, apelidado de "Black Betty". Elas foram feitas um dia antes de sua morte.
Marylin Monroe
Existe algumas especulações sobre as últimas fotos de Marilyn Monroe. A imagem acima foi feita durante uma visita à Frank Sinatra e ao pianista de jazz de Buddy Greco, um fim de semana antes de sua morte (5 de agosto de 1962). Suas últimas fotos comerciais foram feitas por Bert Stern para a Vogue, seis semanas antes de Marilyn Monroe morrer. A série foi foi chamada pelo fotógrafo de "Last Sitting", que você vê pode ver aqui.


De Bert Stern, Last Sitting
Amy Winehouse
As imagens de Amy Winehouse andando por Londres em 12 de julho de 2011, são as últimas antes de sua morte. Estranhamente, ela parece muito mais saudável do que a forma em que muitas vezes foi exposta ao longo de sua breve carreira.

FOTOS ANTIGAS, ÚNICAS, MARAVILHOSAS - VEJA TODAS


FOTOS ANTIGAS, DE MOMENTOS ÚNICOS, EXCLUSIVOS E MARAVILHOSOS
A fotografia será sempre, sem dúvida, uma das mais belas, senão, a mais nobre de todas as artes visuais. A mágica do clique, do registro, da luz, do flash.... Diagnosticar beleza e encantos, captando a malícia, a sagacidade, o ato criativo. O crivo no olho, a mágica da descoberta, das imagens, das sensações, por vezes, inusitadas, profundas. A fotografia e o fotógrafo são mágicos, são sutis e encantam tudo para mudar e melhorar a vida.
 Os fotógrafos e as pessoas são fotografadas, muitas vezes não saibam que um dia a imagem daquele momento pode se tornar icônica. É o caso dessas fotos! Neste post você vai encontrar dezenas de retratos que vão te deixar surpreso. Vai desde um selfie do Paul McCartney, policiais regando pinguins, a mais linda, de um cachorro fofíssimo dormindo entre soldados, possivelmente, numa cena de guerra, até o clique de uma jovem passeando com a sua lagosta de estimação.

A selfie mais antiga - 1839
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Galera posando do lado da Estátua da Liberdade - 1886
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Era assim que funcionava a primeira versão do despertador no século 20
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Nove reis se reúnem para lamentar a morte do rei Edward VII - 1910 pic215

Meninada colocando os pinos de boliche no lugar. Naquela época era assim que funcionava - 1914
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Um policial numa Harley Davidson carregando um prisioneiro na cela móvel - 1921
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Um dos primeiros "horsemanings", mais conhecido como "planking" - 1920
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Vencedoras de um concurso de beleza – 1922
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Funcionário medindo os trajes de banho para se certificar que não estavam muito curtos - 1920
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Casal se divertindo horrores em uma tirolesa - 1923 pic222

Este capacete bizarro tinha a intensão de ajudar a manter o foco – 1925
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Na década de 1920 as pessoas usavam essa máscara para se proteger do sol. Sinistro!
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Hitler ensaiando um de seus discursos na frente de um espelho - 1925
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Programa de biblioteca pública para doente - 1928
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Um tratador dando banho nos pinguins - 1930
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Moto de uma roda só. Acredita que atingia 150 km/h? Em 1931
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Um gatuno fazendo as vezes de um modelo para uma propaganda de cigarro - 1932
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Provando que os ônibus de dois andares de Londres não eram um perigo - 1933
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Era assim que as crianças tomavam sol em 1930
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Óculos feito para ler na cama
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Em 1930 o GPS era assim. Um mapa de auto rolagem pra ajudar o povo a se situar
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Um estacionamento de Chicago - 1936
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Salvador Dalí e Coco Chanel dividindo um cigarro - 1938
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Esses cones eram usados de forma elegante para se proteger da neve - 1939
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9  Bebês usando máscara de gás durante um bombardeio em Londres - 1940
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Soldados da Segunda Guerra dão o último beijo nas namoradas antes de partir
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Garoto austríaco ganhando um par de sapatos novos depois de anos - 1946
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Um bebê-urso tomando um belo café da manhã - 1950
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Maluco veste seu cachorro com terno e gravata. Repare que o cão tem um gato no colo - 1950
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Whisky no trabalho era tipo as máquinas de café nos dias de hoje. Aí sim, hein? - 1950
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A vencedora do concurso “Senhorita bomba atômica 1950" pic247

Mulheres afegãs em uma biblioteca pública na década de 1950
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Paul McCartney fazendo um selfie no espelho - 1959
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Mulherada curtindo uma festinha nos anos 50
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Fidel Castro coloca uma coroa de flores no Memorial Lincoln - 1959
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Fritz, um cachorro que era celebridade de TV na época é preparado por um barbeiro - 1961
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Esta máquina japonesa miava a cada minuto para assustar ratos - 1963
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Uma jovem com a sua lagosta de estimaçã0
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Menino assistindo o discurso "I Have a Dream", de Martin Luther King Jr - 1963
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Esse é o "Óculos TV”. O Google Glass da época - 1963
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"Kiss of Life" não poderia deixar de estar nessa lista - 1967
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Bill Clinton e Hillary Rodham jogando vôlei em 1971
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