terça-feira, 31 de agosto de 2010


ECOLOGIA
PROFUNDA:
Um Novo Renascimento

(*)Fritjof Capra

Só uma mudança radical na percepção dos males planetários, acima de diferenças sociais, culturais e raciais, pode garantir a vida das gerações futuras em um mundo sustentável.


Hoje, a maioria das pessoas concorda que os anos 90 constituem uma década crítica, perdida. A sobrevivência da humanidade e do planeta está em risco. Os anos 90 e os primeiros 50, dos anos 2000 – no mínimo – representam seis décadas do meio ambiente. Não porque nós decidimos assim, mas por causa de acontecimentos que quase fogem ao nosso controle. A preocupação com o meio ambiente não é mais uma entre muitas questões; ela é o contexto de tudo mais: nossas vidas, nosso trabalho, nossa política, educação, paz interior, enfim, tudo.
Estamos hoje diante de uma série de problemas globais que prejudicam a biosfera e a vida humana de maneiras tão alarmantes que logo podem se tornar irreversíveis. Temos vasta documentação sobre a extensão e significado desses problemas. Uma das melhores fontes é a série de relatórios anuais State of the World (Situação do Mundo), publicada pelo Worldwatch Institute (Instituto de Vigilância Mundial).
Na avaliação da “saúde ambiental” do planeta estes relatórios observaram as mesmas tendências alarmantes ano após ano. As florestas do mundo estão desaparecendo, enquanto os desertos se expandem. A camada superior das terras cultiváveis está diminuindo, enquanto a camada de ozônio, que nos protege dos raios nocivos ultravioletas é destruída. A concentração de gases retentores de calor está aumentando enquanto o número de espécies de plantas e animais diminui.
A população mundial continua crescendo. E a diferença entre ricos e pobres, também. Vertiginosamente, a população cresce numa proporção aritimética, tendo como base a adição. Mas a concentração de poder e riqueza explode em proporção geométrica, ou seja, multiplicando número por número. Assim, aumenta significamente o número de pobres que são cada vez mais pobres, mais miseráveis. Enquanto o número de ricos aumenta pouco em unidades, mas se tornam muito mais ricos. Daí a contínua socialização dos problemas, da fome, da miséria, o que requer uma profunda mundança de paradigmas no contexto da gestão da gestão pública, e, principalmente, na administração da economia e das finanças no âmbito humano de suas relações.
Quanto mais observamos os grandes problemas do nosso tempo, mais percebemos que não podem ser resolvidos isoladamente. São problemas sistêmicos – inter-relacionados e interdependentes. Estabilizar a população do mundo só será possível quando a pobreza for mundialmente reduzida. A extinção de espécies animais e vegetais continuará em escala maciça enquanto o Terceiro Mundo estiver sobrecarregado de dívidas. Somente interrompendo a escalada armamentista teremos recursos para evitar os numerosos impactos destrutivos sobre a biosfera e a vida humana.
Se observarmos atentamente a situação perceberemos que, em última instância, tais problemas são apenas diferentes facetas de uma única grande crise, que é, em essência, uma crise de percepção. Ela resulta do fato de a maioria de nós, especialmente nossas grandes instituições sociais, adotarmos conceitos de uma visão de mundo ultrapassada: uma percepção da realidade inadequada para lidar com o nosso mundo atual, superpovoado e globalmente inter-relacionado.
Ao mesmo tempo, pesquisadores da ciência mais avançada, vários movimentos sociais e numerosas redes alternativas estão desenvolvendo uma nova visão da realidade, que constituirá a base de tecnologias, sistemas econômicos e instituições sociais futuros.De maneira que estamos no começo de uma transformação fundamental de visão de mundo na ciência e na sociedade; uma mudança de paradigmas tão radical quanto a revolução de Copérnico.
O paradigma que vai chegando ao fim dominou nossa cultura por vários séculos, durante os quais configurou a sociedade moderna ocidental e influenciou significativamente o resto do mundo. Esse paradigma consiste em uma série de idéias e valores, entre eles a visão do universo como um sistema mecânico composto de estruturas elementares, a visão do corpo humano como uma máquina, a visão da vida em sociedade como uma luta competitiva pela existência, a crença no progresso material ilimitado a ser alcançado pelo crescimento econômico e tecnológico e – por último, mas não menos importante – a crença de que uma sociedade na qual a mulher é em toda parte subordinada ao homem segue uma lei básica da natureza. Todas estas suposições têm sido categoricamente desafiadas por acontecimentos recentes. E, na verdade, elas estão passando por uma revisão radical.
Um Fio na Teia da Vida – O novo paradigma, que pode ser chamado visão holística do mundo, vê o mundo como um todo integrado e não, como uma reunião de partes dissociadas. Também pode ser chamado de visão ecológica, se o termo “ecológico” for usado em sentido muito mais amplo e profundo que o habitual.
Este sentido mais amplo e profundo do “ecológico” está associado a uma escola filosófica específica e, além do mais, a um movimento global radical conhecido como “ecologia profunda”, que vai rapidamente ganhando destaque. A escola filosófica, fundada pelo filósofo norueguês Arne Naess no início dos anos setenta, distingue ambientalismo superficial de ecologia profunda. Esta distinção hoje é largamente aceita como terminologia útil para referir-se à grande divisão dentro do pensamento ecológico contemporâneo.
O ambientalismo superficial é antropocêntrico. Vê o homem acima ou fora da natureza, como fonte de todo valor, e atribui à natureza apenas um valor instrumental ou de uso. A ecologia profunda não separa do ambiente natural o ser humano nem qualquer outro ser. Não vê o mundo como um aglomerado de objetos isolados, e sim, uma teia de fenômenos essencialmente inter-relacionados e interdependentes. A ecologia profunda reconhece os valores intrínsecos de todos os seres vivos e vê os seres humanos como apenas um fio particular na teia da vida. Ela reconhece que estamos todos inseridos nos processos cíclicos da natureza, e, em última instância, somos dependentes deles.
Finalmente, a consciência ecológica profunda é espiritual ou religiosa. Uma vez que o conceito de espírito humano é entendido como o modo de consciência no qual o indivíduo sente-se conectado com o cosmos enquanto um todo, torna-se claro que a consciência ecológica é espiritual em sua essência mais profunda. Não surpreende portanto, que a nova visão emergente da realidade, baseada na consciência ecológica profunda, seja coerente com a chamada “filosofia perene” das tradições espirituais – quer estejamos nos referindo à espiritualidade dos místicos cristãos, dos budistas, ou à filosofia e cosmologia subjacentes às tradições dos nativos americanos.
A teoria científica dos sistemas vivos, que se originou da cibernética nos anos quarenta do século XX, mas que emergiu por completo apenas nos últimos vinte e cinco anos mais ou menos, fornece a formulação científica mais apropriada de ecologia profunda, ou paradigma ecológico. Esta teoria vê o mundo em termos de relações e integração. Sistemas vivos são conjuntos integrados, cujas propriedades não podem ser reduzidas as das unidades menores. Exemplos de sistemas abundam na natureza. Cada organismo – da menor bactéria, passando pela vasta série de plantas e animais, até os seres humanos – é um todo integrado e, conseqüentemente, um sistema vivo. Células são sistemas vivos, como também o são os vários tecidos e órgãos do corpo: o cérebro humano é o mais complexo. Mas os sistemas não se restringem a organismos individuais e suas partes. Os mesmos aspectos de totalidade são exibidos pelos sistemas sociais – como a família ou a comunidade – e por ecossistemas que consistem de uma variedade de organismos e matérias inanimadas em mútua interação.
Todos estes sistemas naturais constituem totalidades cujas estruturas específicas surgem das interações e interdependência de suas partes. As propriedades do sistema são destruídas quando ele é dissecado, física ou teoricamente, em elementos isolados. Embora possamos discernir as partes individuais em cada sistema, a natureza do todo é sempre diferente da mera soma de suas partes. Por isso, a abordagem dos sistemas não se concentra em blocos isolados, mas sobretudo, nos princípios básicos de organização.
Mudando Para a Integração – Como os sistemas vivos cobrem uma ampla série de fenômenos – organismos individuais, sistemas sociais e ecossistemas – a teoria fornece uma estrutura e uma linguagem comuns para a biologia, a psicologia, a medicina, a economia e muitas outras ciências; uma estrutura na qual a tão urgente perspectiva e ecológica está explicitamente manifesta.
Uma propriedade dos sistemas vivos é a de formar estruturas de múltiplos níveis dentro dos sistemas. Cada uma delas forma um todo com relação às suas partes e, ao mesmo tempo, é parte de um todo maior. Assim, células combinam para virar tecidos, tecidos para formar órgãos e órgãos para formar organismos. Estes, por sua vez, existem dentro de sistemas sociais e ecossistemas. Por todo o mundo vivo, encontramos sistemas vivos residindo dentro de outros sistemas vivos. Uma das vantagens da abordagem dos sistemas é o fato de os mesmos conceitos poderem ser aplicados em diferentes níveis de sistemas, o que, com freqüência, leva a diferentes insights.
Até aqui enfatizei as percepções e o pensamento. Mas a ecologia profunda requer não apenas uma mudança de nossas percepções e maneiras de pensar. Ela também pede uma mudança correspondente em nossos valores e ações.
E aqui é importante notar a impressionante relação entre mudança de pensamento e de valores. Ambas podem ser vistas como a passagem da auto-afirmação para a integração. Estas duas tendências – a de auto-afirmação e a de integração – constituem aspectos essenciais de todos os sistemas vivos. Nenhuma das duas é intrinsecamente boa ou má. O que é bom ou saudável, é um equilíbrio dinâmico entre as duas; o que é mau ou não-saudável, é o desequilíbrio, a ênfase exagerada em uma tendência e a negligência da outra. No antigo paradigma, enfatizamos exageradamente os valores e modos de pensar auto-afirmativos e negligenciamos seus correspondentes integrativos. Existem diferenças de cultura para cultura; contudo, o que estou sugerindo não é a substituição de um modo por outro, e sim, o estabelecimento de um melhor equilíbrio entre os dois.
O pior, é que boa parte de nossas instituições estão conseguindo disfarçar com base no discurso, ou na implantação de medidas isoladas do pensamento integrativo – que na verdade, se anulam no seu cotidiano – e assim, empresas, instituições e pessoas já pensam e se dizem estar no caminho certo, tendo com isto, um álibi perfeito para continuarem a solapar muito mais a economia, explorar as pessoas, devastar a natureza e assim por diante, estando, portanto, muito mais a serviço da degradação e do caos. Claro que precisamos de muito, mas muito mais do que isto mesmo.
Tendo isso em mente, vamos analisar as várias manifestações da passagem da auto-afirmação para a integração. No que concerne ao pensamento estamos nos referindo à passagem do pensamento racional para o intuitivo, da análise para a síntese, do reducionismo para o holismo, do pensamento linear para o não-linear e complexo, da tendência materialista para a espiritual, do comprometimento elitista para uma visão global de sociedade, buscando beneficiar a todos e não a segmentos estanques.
No que concerne aos valores, estamos observando a uma transição correspondente da competição para a cooperação, da expansão para a conservação, da quantidade para a qualidade, da dominação para a parceria. E claro, relativisando tudo isto para a prática, o cotidiano, as ações concretas de cada um e do todo o potencial humano atuante num mesmo, ou em múltiplos processos.
Pode-se notar que os valores auto-afirmativos – competição, expansão, dominação, etc. – estão, em geral, relacionados com os homens. De fato, na sociedade patriarcal, eles não são apenas privilegiados, mas têm também recompensas econômicas e poder político. E esta é uma razão pela qual a mudança para um sistema de valores mais equilibrados é tão difícil para a maioria das pessoas, e, sobretudo, para a maioria dos homens. Este é também um forte motivo de uma aproximação natural entre a ecologia profunda e o feminismo, conforme expresso no ecofeminismo.
Oikos, Nosso Lar Terreno – Toda a questão dos valores é crucial para a ecologia profunda, ela é, de fato; a característica central que a define. Enquanto todo o velho paradigma, incluindo o ambientalismo superficial, está baseado em valores antropocêntricos (isto é, centrados no homem), a ecologia profunda se baseia em valores ecocêntricos (ou seja, centrados na terra). É uma visão de mundo que reconhece o valor inerente da vida não-humana. Todos os seres humanos são membros de Oikos, o Lar Terreno; a comunidade mundial que se une por uma rede de interdependências. Quando essa profunda percepção ecológica tornar parte de nossa consciência cotidiana, um sistema ético radicalmente novo emergirá.
Tal ética ecológica profunda faz-se urgente hoje, especialmente na ciência, já que a maior parte do que os cientistas estão fazendo não é no sentido de promover e preservar a vida, mas destruí-la. Com físicos criando sistemas armamentistas que ameaçam varrer a vida do planeta, químicos contaminando o meio ambiente, os mananciais de água e de recursos naturais renováveis ou não, criando o efeito estufa, o aquecimento global do planeta; biólogos criando novos e desconhecidos tipos de microorganismos que se transformam em vírus nocivos sem saberem ou se responsabilizarem pelas conseqüências; psicólogos e outros cientistas torturando animais em nome do progresso científico. Com todas estas atividades em andamento, revela-se importantíssimo introduzir novas posturas éticas na ciência moderna, num tempo em que já é quase tarde demais.
Em geral, na nossa cultura, não se reconhece que os valores não são periféricos à ciência e à tecnologia, mas constituem sua base ou força propulsora. Durante a revolução científica do século XVII, os valores eram separados dos fatos e desde esta época tendemos a acreditar que os fatos científicos são independentes do que fazemos, e, portanto, independentes de nossos valores. Na realidade, os fatos científicos emergem de toda uma constelação de percepções, ações e valores humanos – em uma palavra, de um paradigma – dos quais não podem ser separados. Embora boa parte da pesquisa científica possa não depender explicitamente do sistema de valores do cientista, o paradigma maior, dentro do qual a pesquisa é realizada jamais será isento de valores. Os cientistas, portanto, são responsáveis por suas pesquisas, não apenas do ponto de vista intelectual, mas também moral.
Por fim, a visão de que os valores são inerentes a toda natureza viva está fundada na experiência ecológica profunda, ou espiritual, de que a natureza e o eu são um só. Esta expansão do eu até chegar à identificação com a natureza é o fundamento da ecologia profunda, conforme reconheceu claramente Arne Naess: “O cuidado decorre naturalmente se o eu se expandir e aprofundar de maneira que a proteção da Natureza seja sentida e concebida como a proteção a nós mesmos... Da mesma forma que não precisamos de nenhuma moral para respirar (...), se o seu eu, no sentido amplo, abraçar outro ser humano, você não precisará de nenhuma exortação moral para demonstrar cuidado... Você o fará por você mesmo, sem sentir qualquer pressão moral para fazê-lo... Se a realidade for como é experienciada pelo eu ecológico; nosso comportamento surgirá de maneira natural e graciosa às normas estritas da ética ecológica”.
O que isso implica é que a conexão entre a percepção ecológica do mundo e o correspondente comportamento não é uma conexão lógica, mas psicológica. A lógica não nos conduz do fato de sermos parte integrante da teia da vida até certas normas de como deveríamos viver. Entretanto, se tivermos uma consciência ecológica profunda, ou experiência de sermos parte da teia da vida então seremos (em vez de deveríamos ser) propensos a cuidar de toda a natureza viva, e, especialmente, de todos os nossos irmãos humanos, independente de nacionalidade, raça, cor, condição humana, credo, condição econômica, social, ou sexual. Na verdade, dificilmente podemos deixar de responder desta maneira.
Surge o Novo Paradigma – Vou agora falar de outro modo pelo qual Arne Naess caracterizou a ecologia profunda. “A essência da ecologia profunda”, diz ele: “é colocar sempre questões mais profundas. Esta também é a essência da mudança de paradigma. Chegamos a um tempo que é preciso questionar todos os aspectos do antigo paradigma. A ordem é duvidar de absolutamente tudo. Provavelmente não será necessário descartar-se de tudo, mas, antes é preciso saber que se deve estar disposto a questionar tudo.
Um outro aspecto importante é o de analisar o aspecto dual das coisas, dos fatos e fenômenos. Nada é absolutamente bom ou mau para tudo e para todos. O que é bom para o homem pode não ser bom para a mulher, o que agrada o rico pode prejudicar profundamente o pobre e assim por diante. Então devemos nos perguntar sempre ao fazer alguma coisa: - A quem beneficiamos e a quem prejudicamos ao fazermos isto? E o mais ponderado e viável deverá ser escolher uma estratégia, um método, uma forma que seja a menos prejudicial para todos os direta e indiretamente envolvidos no processo.
Portanto, a ecologia profunda coloca questões modulares a respeito dos próprios fundamentos de nossa visão de mundo e nosso modo de vida – modernos, científicos, industriais, voltados para o progresso e materialistas. Ela questiona todo este paradigma de uma perspectiva ecológica; da perspectiva de nossas relações com os outros, com as relações futuras e com a teia da vida da qual fazemos parte.”
Uma das áreas mais importantes para ilustrar esta questão é a dos negócios e da economia. Hoje, o contexto ecológico está se tornando cada vez mais fundamental para os negócios, a economia e a administração. Uma das mais importantes tarefas é a de abandonar a busca cega do crescimento material irrestrito. O crescimento é a principal força propulsora das atuais políticas econômicas e atividades empresariais, e, é, também, o principal elo da destruição ambiental, da crise de valores, da violência, da miséria, enfim, de todos os males do mundo civilizado.
O crescimento, é óbvio, é próprio da vida. Entretanto, no mundo vivo ele não tem significado quantitativo, mas qualitativo. Para o ser humano, por exemplo, crescer significa desenvolver-se em direção à maturidade, não apenas aumentando de tamanho, mas também qualitativamente, pelo crescimento interior. O mesmo vale para todos os sistemas vivos. O conceito de crescimento desses sistemas é qualitativo e multidimensional.
Dar qualidade ao crescimento econômico significa estabelecer critérios de desenvolvimento aceitável ou inaceitável. Nos últimos anos, o desenvolvimento sustentável surgiu como um critério central. Lester Brown, do Worldwaltch Institute, que há anos vem sendo um dos principais defensores do desenvolvimento sustentável, define como sociedade sustentável, aquela capaz de satisfazer suas necessidades sem reduzir as chances das futuras gerações e nem prejudicar outros núcleos de vida, bem como as pessoas menos favorecidas.
Este, para mim é o principal desafio da sociedade contemporânea: criar ambientes sociais e culturais nos quais possamos satisfazer nossas necessidades sem reduzir as chances das gerações futuras e dos outros segmentos sociais do nosso tempo; dar qualidade ao crescimento econômico, introduzindo o desenvolvimento sustentável como critério chave de todas as nossas atividades.
No Elmwood Institute, estamos empenhados em pesquisas deste tipo junto com um pequeno número de empresas pioneiras em termos ecológicos. Desenvolvemos discussões em mesas redondas, seminários e publicações dentro do que denominamos Ecomanagement Program (Programa de Administração Ecológica).
Também aplicamos a abordagem da ecologia profunda na educação em nosso Ecoliteracy Program (Programa de Alfabetização Ecológica), que compreende a elaboração de um currículo escolar orientado para a ecologia, o K-12 e do desenvolvimento de cooperativas comunitárias de educação.
Fazemos isto porque acreditamos que para conseguir a radical mudança de percepção necessária para a sobrevivência da humanidade, numa época já absolutamente tardia, necessitamos de uma ampla campanha pública de educação, discussão e diálogo. Esta é uma iniciativa que transcende as nossas diferenças raciais, culturais, sociais, políticas, religiosas, sexuais, econômicas, ideológicas, enfim, todas.
“Ecologia” é a palavra grega para designar “Lar da Terra”. A Terra é nosso lar comum e criar um lar comum para os nossos filhos – que são todos os filhos da Terra – bem como para as gerações do futuro é a nossa tarefa mais importante. É por isso que estamos aqui.
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(*)Físico austríaco radicado nos USA. Recebeu o seu PhD na Universidade de Viena e realizou pesquisas sobre física de alta energia em várias universidades européias e norte-americanas. Publicou inúmeros trabalhos sobre relações da física com a mística e a fenomenologia. É autor de muitos artigos, resenhas, documentários, relatos científicos e livros, entre os quais: O táo da física; O ponto de mutação; A sabedoria incomum; Pertencendo ao universo; A teia da vida e Conexões ocultas.