quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"Se não consegues entender um olhar; jamais entenderás uma longa explicação." (Mário Quintana)

FANATISMO - FLORBELA ESPANCA


Minh’alma,

de sonhar-te, anda perdida

Meus olhos andam cegos de te ver !

Não és sequer a razão do meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida !


Não vejo nada assim enlouquecida ...

Passo no mundo, meu Amor, a ler

No misterioso livro do teu ser

A mesma história tantas vezes lida !


"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ...

"Quando me dizem isto, toda a graça

Duma boca divina fala em mim !


E, olhos postos em ti, digo de rastros :

"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,

Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."



Livro de Soror Saudade (1923)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"Temos apenas dois dias para viver: não vale a pena vivê-los arrastando-se aos pés de patifes desprezíveis." (Voltaire)

A QUESTÃO DOS PARADIGMAS - II




A Questão dos Paradigmas
(*)Antonio da Costa Neto

"A sociedade como um todo vive uma crise análoga e singular
diferente de todas as crises parciais que tivemos no passado,
pois não trata apenas de questões passageiras, mas definiti-
vas em relação ao futuro histórico da espécie humana.
Vivemos hoje num mundo globalmente integrado e os pro-
blemas humanos, éticos, políticos, sociais, econômicos, cul-
turais e ecológicos são interdependentes, e, para resolvê-los
precisamos de uma nova prespectiva. Será necessária uma es-
trutura educacional, social, humana, política e econômica
radicalmente diferente. Uma revolução cultural na verda-
deira acepção da palavra: uma autêntica mudança de paradigmas.
A sobrevivência da humanidade dependerá, certamente,
de sermos ou não capazes de realizar esta mudança."

(Fritjof Capra)

As reflexões aqui levantadas nos remetem a um dos pontos da maior importância frente à dinâmica e aos problemas do mundo contemporâneo que é a necessidade urgente de se processar uma extraordinária, uma radical mudança de paradigmas. Ou seja, das formas de ver, sentir, acreditar e fazer as coisas, com consciência de suas interferências, benefícios, malefícios, processos e resultados. O que em ciência se habituou a chamar de Estado da Arte em relação aos paradigmas antigo, novo e emergente. O novo paradigma advoga a ideia de que tudo o que é vivo cumpre ciclos, etapas, fases com início, meio e fim. E ainda, tais ciclos são epigenéticos – ou seja, um ciclo nasce dentro do outro, sendo portanto herdeiro de características e semelhanças recíprocas.

O ciclo seguinte nasce da epigênese do anterior e leva deste características, símbolos e imagens reais e em especial, aquelas criadas psicologicamente. O mesmo acontecendo, infinitamente, com cada um dos novos ciclos que se sucedem. Por exemplo, uma criança criada com medo será provavelmente um adulto medroso. Se for amparada com amor, será amoroso e assim por diante. Claro que outros fatores múltiplos irão interferir e não podemos, por isso, ser simplistas assim. Aqui, tratamos simplesmente de um exemplo, de um aspecto didático, para ajudar o leitor melhor entender a nossa proposta. Não se tratando, então, de nada numérico, definido e pronto, aliás, o que criticamos de forma veemente.

Estes mesmos ciclos são recorrentes, isto é, carregam recorrências, sensações, emoções, sentimentos que foram criados no ciclo anterior a eles. Se tenho medo de minha mãe e a minha professora se parece com ela, meu inconsciente vai confundir as duas e eu, naturalmente, terei também medo da minha professora, e, provavelmente, dificuldades de aprendizagem na escola, mesmo sabendo que ela não é a minha mãe. Pois a luta do inconsciente sobre nós é infinitamente poderosa. E, finalmente, os ciclos a que nos referimos anteriormente, são probabilísticos porque poderão ocorrer entre eles fatos ou fenômenos absolutamente fortes que transformem a ordem das coisas. Não se tratando portanto, de um princípio determinístico, mas, como dissemos, probabilístico, pois, por feliz sorte, a realidade é dinâmica, como já dissemos, viva e as coisas podem mudar de rumo a qualquer momento.

Assim, ainda apenas para exemplificar, uma criança criada com medo e sem amor, poderá encontrar uma professora o suficientemente amorosa e dedicada ao ponto de mudar a sua personalidade, tornando-a num adulto sensato e amoroso, embora as suas características originais negassem isto. Pois houve um fenômeno igualmente importante que mudou o processo, tais como o são as terapias, os grandes amores, as realizações plenas, tanto para o bem, como, especialmente para o mal, que é muito mais espontâneo em tudo na vida, como todos o sabemos.Assim, o ser humano que tem uma expectativa média de vida um pouco acima dos 70 anos. Cumpre, portanto, dentro deste raciocínio, ciclos, fases, etapas de mais ou menos 5 a 7 anos que denominamos de a) vida intra-uterina/primeira infância; b) segunda infância e puberdade; c) juventude; d) idade adulta, maturidade; e) velhice; f) senilidade e morte. E dentro de cada um deles, os altos e baixos que segmentam a história de cada pessoa em especial, que, em conjunto, formam a maravilhosa história da humanidade.

O Planeta Terra, de vida e proporções muito maiores, atravessa, naturalmente, ciclos bem mais duradouros, de 1000 anos. E, dentro destes, os miniciclos que são os séculos, anos, meses, dias, horas, etc. nos quais a história do mundo passa por depressões, períodos de calmarias e evoluções contínuas que se complementam e se integram, que são caracterizados pela física moderna como: a) grande explosão; b) aclive/ascendência; c) clímax; d) declive/descendência; e) saturação; f) caos, que é quando se chega novamente à necessidade de se mudar o paradigma – ou seja, uma nova grande explosão. E não apenas de aperfeiçoar, maquiar, melhorar funcionalmente o paradigma existente, como a humanidade inteira insiste em fazer. Perpetuando, assim, o caos quase que insustentável em que estamos vivendo muito especialmente nos últimos tempos.

Estando justamente aí o maior problema: precisamos mudar, transformar, retirar o que existe e colocar algo de diferente no lugar, uma mudança de essência e não, de aparência. Mas é o que acontece na política, nas empresas, nas organizações da família, da igreja, da escola, da ciência, da tecnologia, etc. Fomos criados de uma forma que temos muito medo de sair da nossa zona de conforto, mesmo sabendo que ela não mais existe. Mas preferimos permanecer ali e continuar reclamando, ao invés de mudar porque o modelo fixo garante, sim, um bem aparente para aqueles que o comandam.

Assim a humanidade passou por vários paradigmas historicamente acumulados que cumpriram suas etapas e se extinguiram no processo natural de evolução. Dentre outros, podemos citar o Paradigma Religioso-Medieval, das concepções, fórmulas mágicas inspiradas e ditadas pelos tenebrosos deuses do universo retratados por monstros e/ou figuras estranhas pelas várias mitologias por nós estudas. O Paradigma Estrutural- Funcionalista que surge com o advento da Revolução Industrial. Nascendo, com ele, o dogma da disciplina militarmente imposta, a definição da ordem, da hierarquia e dos princípios rígidos impostos pelos detentores dos meios de produção e do capital, principalmente. O Paradigma Judaico-Cristão que aí está, associado à estrutura funcional das organizações e ao dogmatismo religioso comandado pela igreja católica, favorecendo à visão do patriarcado, do predomínio do macho, à centralização unificada do poder, da concepção do pecado e da linearidade absurda e antagônica do céu para os bons e do inferno, do fogo eterno para os maus. Ou sejam, aqueles que rebelarem aos seus princípios e causas.

Maquiavélica e perversamente a junção destes paradigmas todos leva a grande massa dos seres humanos à uma brutal subserviência aos princípios, valores e dogmas que os constituem e que são, imediatamente, consubstanciados na ação social da igreja, nas leis, nas organizações, escolas, famílias, no Estado, nas normas e nos estatutos das empresas e das escolas. Nos meios de comunicação de massa, e, muitas vezes, no fomento da própria arte e da cultura. O que deixa como justo e natural a exploração astuta dos trabalhadores, das massas populares, a concentração do poder, da riqueza, do bem-estar e de todos os meios de sobrevivência, o que leva à socialização da miséria, à degradação da natureza, à violência, ao desespero social e toda a sorte de problemas a que todos nos achamos expostos em toda a sociedade contemporânea.

Mas o mais forte, o que conduz na prática a síntese de todos os demais e define as ordens e normas de conduta da vida é o ANTIGO PARADIGMA CARTESIANO-NEWTONIANO. Criado e difundido pelas concepções da física clássica de Isaac Newton e a filosofia de René Descartes e que já deu suas profundas marcas de superação. Mas, infelizmente, a humanidade continua fazendo todos os esforços no sentido de mantê-lo vivo e presente por meio de sua cultura, seus valores, escolas, universidades, famílias, religiões, instituições de pesquisa, serviço público, etc.

As sociedades contemporâneas, infelizmente, ainda não conseguiram identificar o terrível atraso que significa a manutenção de tal paradigma em suas práticas. O que, na verdade, constitui um crime silencioso contra elas mesmas. Homens e mulheres ainda fogem cegamente da possibilidade de vislumbrar o novo, uma outra concepção de valores. Muitos sabemos que o atual momento já há muito dá suas mostras de uma senilidade absolutamente crônica. Mas os que ainda julgam ganhar com isso, impõem drasticamente os seus valores.

Pois o paradigma cartesiano-newtoniano é próprio e justo para se ganhar dinheiro, centralizar forças, fortalecer elites, ajustar mandos. Para se acumular poder e fortuna, sendo, claro, o responsável por muitos avanços na sociedade dos homens, especialmente, no desenvolvimento da técnica, da ciência, do planejamento, das organizações. Mas, infelizmente, trás também um conjunto incomensurável de males, estragos, dores e sofrimentos para a humanidade toda.

Podemos exemplificar neste sentido os imensos cinturões de fome e miséria em volta do mundo, que, por sua vez geram doenças, endemias, violências, guerras, corrupções de todas as ordens. Levando à depressão social, à tristeza, ao estresse, à degradação contínua e rápida da natureza. A total impossibilidade de uma vida com paz, harmonia, decência e alegria de viver para todos, indistintamente. O Paradigma Cartesiano-Newtoniano no máximo camufla uma “pseudo felicidade” para os poucos ricos, os donos, os mandantes, que, cercados de seus badulaques e bijouterias de péssimo gosto, vivem afugentados e medrosos, temendo que o mundo caia sobre suas cabeças ou se esvaia de sob seus pés a qualquer momento. Que é o que vemos acontecer em todos os dias.

Na verdade, este Paradigma é a junção dos modelos anteriores, modernizada e difundida nos moldes da ciência. É, portanto, um paradigma frio, linear, produtivo, centralizador, exato, preocupado com resultados vistos por uma ótica unilateral, monádica, há muito, fora do contexto e de todos os propósitos de uma vida digna para todos. Trata-se de uma concepção, uma método, uma filosofia absolutamente capenga e superada como o é a mentalidade da grande maioria das pessoas, e, sobretudo, das nossas grandes instituições sociais.

A nova proposta é a de transição para adotarmos um NOVO PARADIGMA SISTÊMCO, CONTINGENCIAL, EMERGENTE, HOLÍSTICO. Oriundo das concepções transdisciplinares, da ciência antológica, da visão feminina do mundo, da física quântica, da teoria dos fractais, da teoria geral dos sistemas de F. V. Bertalanffy, Fritjof Capra, Marilyn Ferguson, Waldemar de Gregori, Clotilde Tavares, Humberto Maturana, Francisco Varela e muitos outros. Um paradigma novo e que difunde em suas teorias, estudos e pesquisas uma visão de mundo muito acima fria, mecanista e inumana a abordagem cartesiano-newtoniana. Uma maneira de ver e fazer as coisas fundamentadas no processo, no prazer, na dotação da alegria, do bem-estar, do compartilhamento, da compaixão, na abertura de horizontes e perspectivas, na co-participação de todos na construção de um planeta e de uma vida de melhor qualidade para todos.

Enfim, uma nova realidade fundada no processo de evolução natural da raça humana, que infelizmente, vem fazendo um esforço brutal para não compreendê-lo e pior que isto, não aplicá-lo. Diferentemente, esta nova proposta deixa de ser centralizadora absoluta e passa a descentralizar tudo: poder, riqueza, processos de tomada de decisão, participação ativa, acesso aos lucros, às formas de fazer as coisas, o sentimento de estar presente e se fazer importante, numa verdadeira revolução copernicana em relação a fatos, fenômenos, e, principalmente, pessoas. É uma abordagem que se preocupa em personalizar e não, padronizar, harmonizar ao invés de mecanizar. É quente, prazerosa, repleta de vida, respeito, beleza, sensibilidade, estética, mística, ações humanas, respeito, alteridade, empatia constantes. Vê infinitos processos e os resultados como um efeito natural e direto destes.

Assim, bons processos gerarão bons resultados, sempre. Tornando desnecessárias a imposição de limites, o controle rígido, a guarda, a punição, a dor, o sofrimento, a desconfiança geradoras das desgraças humanas em todos os segmentos do mundo de hoje, da sociedade moderna.Para que a humanidade tenha uma possibilidade de vida decente, paz duradoura, ar respirável, felicidade, meios de sobrevivência, saúde plena, lazer, educação, acesso e dotação dos meios de sobrevivência (bens, espaço, prazer, participação nas decisões, etc.) é preciso que ela abandone os estreitos limites da visão cartesiana de mundo: fragmentária, mecânica, fechada, preconceituosa, sexista, capitalista e adote a nova concepção global, aberta, flexível, intermitente, calorosa, responsável, afetiva, emocional, inteira, co-responsável.

Plena de compaixão, senso ecológico, amor e bondade. Para que todos vivam com amor e alegria. Segurança, bem-estar e qualidade extrema, que é tudo o que nós, pobres mortais podemos vislumbrar para que o mundo não seja mais este “vale de lágrimas”, mas uma “passarela sonora, perfumada, cheia de luz, vida, sorrisos e esperanças”. Com corações e almas aliviados, ávidos, contundentes e cheios de esperanças. Iremos assim construir um mundo onde o famoso "amai-vos uns aos outros" não será mais apenas uma mensagem bíblica; mas sim, a única saída.
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(*) Educador, pesquisador e conferencista nas áreas de educação, gestão de pessoas e formação política. Autor de artigos e outras obras sobre o tema, incluindo os livros: Paradigmas em educação no novo milênio, Educação alienante existe e Escolas & Hospícios - ensaio sobre a educação e a construção da loucura. Contatos: antoniocneto@terra.com.br

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

"O livre-arbítrio produz muitas contradições. Para alguns ele se transforma em abuso, para outros, em irresponsabilidade, e para terceiros, na loucura da presunção. Somente aquele que passou pela disciplina do espírito pode saber como é severa a realidade da liberdade."
(Agni Yoga)

ELITE PRIVILEGIADA



Muitos se dizem aviltados com a corrupção e a baixeza de nossos políticos. Eu não, eles são apenas o espelho do povo brasileiro: um povo preguiçoso, malandro, e que idolatra os safados. É o povo brasileiro que me avilta! Não é difícil entender porque os eleitores brasileiros aceitam o LULA e a quadrilha do PT como seus líderes.

A maioria das pessoas deste país faria as mesmas coisas que os larápios oficiais: mentiriam, roubariam, corromperiam e até matariam. Tudo pela sua conveniência. Com muitas exceções, os brasileiros se dividem em 2 grupos :

1) Os que roubam e se beneficiam do dinheiro público;

2) Os que só estão esperando uma oportunidade de entrar para o grupo 1.

Por que será que o brasileiro preza mais o Bolsa Família que a moralidade? Fácil: Com a esmola mensal do bolsa família não é preciso trabalhar, basta receber o dinheiro e viver às custas de quem trabalha e paga impostos. Por que será que o brasileiro é contra a privatização das estatais? Fácil: Em empresa privada é preciso trabalhar, ser eficiente e produtivo; senão perde o emprego. Nas estatais é eficiência zero, comprometimento zero e todos a receber o salário garantido, pago com o imposto dos mesmos idiotas contribuintes.

Para mim chega! Passei minha vida inteira trabalhando, lutando e tentando ajudar os outros. Resultado: Hoje sou chamado de 'Elite Privilegiada’. Hoje a moda é ser traficante, lobista, assaltante e excluído social. Por isso, tomei a decisão de deixar de ser inocente útil, e de me preocupar com este povo que não merece nada melhor do que tem. Daqui pra frente, mudarei minha postura de cidadão. Vou me defender e defender os direitos e interesses da nossa 'Elite Privilegiada'.

Ao contrário dos últimos 20 anos, não farei mais doações para creches, asilos e hospitais. Que eles consigam os donativos com seu Querido 'governo voltado para o Social'.
  • Não contribuirei mais com as famosas listinhas de fim de ano para cesta de natal, de porteiros manobristas, faxineiros e outros (O ABILIO TINHA RAZÃO). Eles já recebem a minha parte pelo Bolsa-Família.
  • Não comprarei mais CDs e não assistirei a filmes e peças de teatro dos artistas que aderiram ao Lulismo (lembra, tem que por a mão na merda!). Eles que consigam sua renda com as classes c e d, já que a classe media que os sustentou até hoje não merece consideração.
  • Não terei mais empregados oriundos do norte-nordeste (curral eleitoral petista). Por que eles não utilizam um dos 'milhões de empregos gerados por este governo'?
  • Depois de 25 anos pagando impostos , entrarei no seleto grupo de sonegadores. Usarei todos os artifícios possíveis para fugir da tributação, especialmente dos impostos federais (IR). Assim, este governo usará menos do meu dinheiro para financiar o MST, a Venezuela, a Bolívia e as 'ONG´s fajutas dos amigos do Lula'.
  • Está abolida toda e qualquer 'gorjeta' ou 'caixinha' para carregadores, empacotadores, frentistas, e outros 'excluídos sociais'. Como a vida deles melhorou MUITO com este governo de esquerda', não precisam mais de esmolas.
  • Não comprarei mais produtos e serviços de empresários que aderiram ao Lulismo. É só consultar a lista da reunião de apoio ao Lula, realizada em Setembro/06. Como a economia está 'uma beleza', eles não estão precisando de clientes da 'Elite Privilegiada' .
  • As revistas, jornais e tv´s que defenderam os corruptos em troca de contratos oficiais estão eliminadas da minha vida (Isto É, Carta Capital, Globo, etc). A imprensa adesista é um 'câncer a ser combatido'. As tv´s que demitiram jornalistas que incomodaram o governo (lembra da Record com o Boris Casoy?) já deixaram de ser assistidas em casa.
  • Só trabalho com serviços públicos privatizados. Como a 'Elite Privilegiada' defende a Privatização, usarei DHL ao invés dos Correios, não terei contas na CEF, B.Brasil e outros Órgãos Públicos Corruptos.
  • Estou avisando meus filhos : Namorados petistas serão convidados a não entrar em minha casa. E dinheiro da mesada que eu pago não financia balada e nem restaurante com petista. Sem Negociação.
  • Não viajo mais para o Nordeste. Se tiver dinheiro, vou para o exterior, senão tiver vou para o Guarujá. O Brasil que eu vivo é o da 'Elite Privilegiada' , não vou dar PIB para inimigo.
  • Não vou esquecer toda a sujeira que foi feita para a reeleição do 'Sapo Barbudo', nem os nomes dos seus autores. Os boatos maldosos da privatização ( Jacques Wagner, Tarso Genro, Ciro Gomes), a divisão do Brasil entre ricos e pobres ( Lula, José Dirceu), a Justiça comprada no STF (Nelson Jobin), a vergonha da Polícia Federal acobertando o PT (Tomás Bastos), a virulenta adesão do PMDB (Sarney, Calheiros, Quércia), a superexposição na mídia do Lula ( Globo) ... Sugiro que vocês comecem a defender sua ideologia e seu estilo de vida, senão, logo logo, teremos nosso patrimônio confiscado pela 'Ditadura do Proletariado' Estou de luto! O meu país morreu!

- EU DESISTI DO BRASIL!!!

(Luiz Nassif )

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

"A poesia é o meu patrimônio: a palavra certa, a palavra dura. A poesia canta e eu fico muda. De espanto." (Yêda Smaltz)

A BÊNÇÃO UBIRAJARA GALLI


Para ser franco, nunca tive saco para ler poesia goiana. Achava tudo muito chato, um amontoado de besteiras de gente que não sabe escrever nada. E na terra de cego, quem não sabe escrever nada vira poeta. Até que descobri Ubirajara Galli. Aí tudo mudou. Até eu.


DESCASCADOR DE AMÊNDOAS

para não falar da vida
seria capaz de tirar as sandálias
dos meus olhos
e beber o licor das minhas vísceras
de pássaro abatido.

O que fazer se até hoje
só tive acesso aos matadouros
edificados na extensão miserável
do meu destino?

Não quero a sensação
das mangas que caem para morrer.

Nos meus olhos
tem mais pedras do que peixes.
Eu nunca conversei
com as pedras dos meus olhos.

Não há alfaiate nesta terra
que possa suturar minha carne
que represa esse misto de sangue,
solidão e mentiras.

Tudo em mim é mentira.
Quem me vê
não sabe que sou o privilégio
dos que mentem.

Se a carne é fraca,
serei imortal como açougueiro.

Estou completamente
estuprado de poesia.

Erguerei meus versos
como quem ergue uma hóstia
e darei de comer a todos.
Eu preciso ser digerido.

Quero estar dentro de todos
como uma olaria que vomita estrelas.

Porém em mim
nada é sagrado.
Não sou batizado em nada.

Nasci para provocar a eutanásia
das flores das gameleiras
e dos condores que velejam
nos andes do meu coração.

Tenho nos quintais dos meus dedos
todas as sobras da vida.

Não sou um homem.
Sou um jardim de coágulos.

Meus versos são depósitos
de cinzas,
porque tudo em mim
está cremado à espera do vento.

Quero semear a minha ausência
nas crinas dos olhos em movimento;
e à sombra do crepúsculo verde
das mangabas,
ficarei a sós com a paisagem
triste do meu corpo.

Eu tenho que me ignorar.

sábado, 8 de janeiro de 2011

"Em cada desejo satisfeito existem pelo menos dez que não o são. Portanto, é mais sábio fazer o balanço da vida, não pelos prazeres que fruiu, mas pelos males que evitou."

(Arthur Schopenhauer)

E... SE RONALDINHO GAÚCHO FOSSE BONITO?


Sir Winston Churchill, que dentre inúmeras qualidades intelectuais, políticas, administrativas, foi o primeiro ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial estava certíssimo quando se referiu ao Brasil com a sua clássica e não menos famosa citação: "Este não é um país sério!" Disse ele, e, segundo a lenda, com um sorriso de esguelha no canto da boca, o que dava um tom ainda mais irônico à sua imortal colocação. Ou terá sido uma praga ou coisa semelhante? Pois jamais conseguimos abandonar esta posição menos do que ridícula dentro do plano mundial.
Tudo faz crer que sim. Pois mesmo com a vasta gama de muitos e seríssimos problemas que temos, associando à pseudo evolução de nossas cabeças, pesquisas, ciências, pesquisas, universidades... Mas, dentre outras novelas surge a da contratação - ou não - do jogador de futebol conhecido mundialmente como Ronaldinho Gaúcho. Que, segundo dizem os que entendem de futebol, dentre os quais, felizmente, nem de longe me incluo, é um dos maiores, senão o maior craque da atualidade. Isto, se o futebol servisse para algo de positivo, além, é claro, de atuar como amortecedor psicológico da consciência das massas, anulando de certa forma os sofrimentos reais de uma população que elege, sem dúvidas, a dama Dilma Rousseff para ser presidente da república, o que, felizmente, pelo menos até agora, tem sido um governo sombrio e encoberto por um silêncio mais do que monótono - menos pior.
Mas num país que tem suas rodovias destruídas pela mesma chuva que invade residências, comércios. Derruba casas e mata pessoas. Onde falta de esparadrapo a anestesia nos hospitais públicos. Faltam salários. Verbas são negadas por falta de recurso para a manutenção de projetos públicos básicos e importantes, etc. etc. Um país que gasta milhões mensais para remunerar parlamentares quando não, ociosos e omissos, são corruptos e alheios aos problemas do povo. E ainda fica correndo atrás da caricatura ambulante de Ronaldinho Gaúcho: feio pra caramba, pouco inteligente, porco, indeciso, obtuso, dentuço, horrível e tal, mas vale bilhões porque dribla bem faz gols, com os quais as galeras vibram enquanto esquecem do peso dos impostos, do preço da comida, do remédio, da ausência de dignidade, da educação que é simplesmente uma piada. E por aí vai.
Se Ronaldinho vem para o Brasil ou não. Se joga em algum clube como o Grêmio, o Flamengo, o Palmeiras, o Coríthians, este é um problema que supera todos os demais. A vida pára entorno disto. As pessoas se enlouquecem, se acotovelam nas ruas, gritam, se esmurram, desesperam. Sem saber que a cada gesto, a cada situação, elas se tornam consciente ou inconscientemente, mais ingênuas e mais exploráveis. No que, de grão em grão, sustentam as grandes fortunas do mundo. Geram, sem que saibam, a falência do governo, a socialização da miséria que assola o mundo e destrói suas próprias vidas.
Uma questão que envolve toda a imprensa, cria tumultos nas ruas, leva a brigas, discussões, socos e ponta-pés, como se fosse um fenômeno decisivo no campo da vida ou da morte dos cidadãos brasileiros. Uma loucura, um vendaval. E enquanto os governantes bacanas não podem aumentar o salário mínimo que paga os pais de família que realmente trabalham, esta múmia se recusa em receber um salário mensal de mais de dois milhões de reais, para simplesmente chutar a bola no rumo da rede e levar as pessoas ao deleite que alivia as obrigações dos nossos políticos irresponsáveis, de nossa economia iníqua e criminosa. Não seria isto o maior dos absurdos? Até quando vamos viver sob a onda famigerada do pão e circo já superada na antiga Grécia, mas tão em moda no Brasil contemporâneo?
Realmente, no circo que se armou não passamos de velhos e bons palhaços. E o Brasil é mesmo um país de tolos, ou de tontos. E, certamente, Sir Winston Chirchill deve estar sentado em seu túmulo. Aplaudindo sem parar a sua fantástica inteligência e dando gargalhadas incríveis que invadem a minha casa e ardem no meu juízo de brasileiro envergonhado com esta palhaçada toda.
E olha que Ronaldinho é mais que horrível. Feio demais. Assustador. Já pensou se fosse bonito? Mas talvez, se tivesse estudado, soubesse fazer qualquer coisa de útil na vida para minorar de fato, e não só no plano ilusório, o sofrimento das pessoas? Mas aí não teria a menor graça. Pois quem tem algumas destas últimas qualidades citadas não vale nada num país nada sério, pouco inteligente e com uma população tão bobinha e tão facilmente manipulável.
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Antonio da Costa Neto