sábado, 8 de janeiro de 2011

E... SE RONALDINHO GAÚCHO FOSSE BONITO?


Sir Winston Churchill, que dentre inúmeras qualidades intelectuais, políticas, administrativas, foi o primeiro ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial estava certíssimo quando se referiu ao Brasil com a sua clássica e não menos famosa citação: "Este não é um país sério!" Disse ele, e, segundo a lenda, com um sorriso de esguelha no canto da boca, o que dava um tom ainda mais irônico à sua imortal colocação. Ou terá sido uma praga ou coisa semelhante? Pois jamais conseguimos abandonar esta posição menos do que ridícula dentro do plano mundial.
Tudo faz crer que sim. Pois mesmo com a vasta gama de muitos e seríssimos problemas que temos, associando à pseudo evolução de nossas cabeças, pesquisas, ciências, pesquisas, universidades... Mas, dentre outras novelas surge a da contratação - ou não - do jogador de futebol conhecido mundialmente como Ronaldinho Gaúcho. Que, segundo dizem os que entendem de futebol, dentre os quais, felizmente, nem de longe me incluo, é um dos maiores, senão o maior craque da atualidade. Isto, se o futebol servisse para algo de positivo, além, é claro, de atuar como amortecedor psicológico da consciência das massas, anulando de certa forma os sofrimentos reais de uma população que elege, sem dúvidas, a dama Dilma Rousseff para ser presidente da república, o que, felizmente, pelo menos até agora, tem sido um governo sombrio e encoberto por um silêncio mais do que monótono - menos pior.
Mas num país que tem suas rodovias destruídas pela mesma chuva que invade residências, comércios. Derruba casas e mata pessoas. Onde falta de esparadrapo a anestesia nos hospitais públicos. Faltam salários. Verbas são negadas por falta de recurso para a manutenção de projetos públicos básicos e importantes, etc. etc. Um país que gasta milhões mensais para remunerar parlamentares quando não, ociosos e omissos, são corruptos e alheios aos problemas do povo. E ainda fica correndo atrás da caricatura ambulante de Ronaldinho Gaúcho: feio pra caramba, pouco inteligente, porco, indeciso, obtuso, dentuço, horrível e tal, mas vale bilhões porque dribla bem faz gols, com os quais as galeras vibram enquanto esquecem do peso dos impostos, do preço da comida, do remédio, da ausência de dignidade, da educação que é simplesmente uma piada. E por aí vai.
Se Ronaldinho vem para o Brasil ou não. Se joga em algum clube como o Grêmio, o Flamengo, o Palmeiras, o Coríthians, este é um problema que supera todos os demais. A vida pára entorno disto. As pessoas se enlouquecem, se acotovelam nas ruas, gritam, se esmurram, desesperam. Sem saber que a cada gesto, a cada situação, elas se tornam consciente ou inconscientemente, mais ingênuas e mais exploráveis. No que, de grão em grão, sustentam as grandes fortunas do mundo. Geram, sem que saibam, a falência do governo, a socialização da miséria que assola o mundo e destrói suas próprias vidas.
Uma questão que envolve toda a imprensa, cria tumultos nas ruas, leva a brigas, discussões, socos e ponta-pés, como se fosse um fenômeno decisivo no campo da vida ou da morte dos cidadãos brasileiros. Uma loucura, um vendaval. E enquanto os governantes bacanas não podem aumentar o salário mínimo que paga os pais de família que realmente trabalham, esta múmia se recusa em receber um salário mensal de mais de dois milhões de reais, para simplesmente chutar a bola no rumo da rede e levar as pessoas ao deleite que alivia as obrigações dos nossos políticos irresponsáveis, de nossa economia iníqua e criminosa. Não seria isto o maior dos absurdos? Até quando vamos viver sob a onda famigerada do pão e circo já superada na antiga Grécia, mas tão em moda no Brasil contemporâneo?
Realmente, no circo que se armou não passamos de velhos e bons palhaços. E o Brasil é mesmo um país de tolos, ou de tontos. E, certamente, Sir Winston Chirchill deve estar sentado em seu túmulo. Aplaudindo sem parar a sua fantástica inteligência e dando gargalhadas incríveis que invadem a minha casa e ardem no meu juízo de brasileiro envergonhado com esta palhaçada toda.
E olha que Ronaldinho é mais que horrível. Feio demais. Assustador. Já pensou se fosse bonito? Mas talvez, se tivesse estudado, soubesse fazer qualquer coisa de útil na vida para minorar de fato, e não só no plano ilusório, o sofrimento das pessoas? Mas aí não teria a menor graça. Pois quem tem algumas destas últimas qualidades citadas não vale nada num país nada sério, pouco inteligente e com uma população tão bobinha e tão facilmente manipulável.
____________
Antonio da Costa Neto

Nenhum comentário: