quarta-feira, 7 de novembro de 2007

IRMÃS CAJAZEIRAS
















Brasília como Capital da República precisa ainda evoluir numa série de coisas. Uma delas são estas mulheres da alta sociedade, altamente cafonas, mal-vestidas, maquiagem e cabelo de gosto duvidoso, com um discurso pragmático, decorado e fútil. Sempre na defensiva, elogiando os ricos e poderosos, numa linearidade pequeno-burguesa, tão antiga, quanto barata e desusada, demonstrando a pouca cultura, a pobreza de espírito, a desconexão entre aparência e essência. Gente nesta cidade só elas mesmas, seus genros, parentes elegantes, compadrios, empresários bem-sucedidos - sabe Deus por quais meios - e a casta branca, nórdica que habita os Lagos Sul, Norte e adjacências. Mais ninguém.
Como gostam de elogiar os ricos, para depois solicitarem patrocínios para seus eventos, cabeleiros e os tratamentos a base de botox, que precisam tanto. Pena que são muito infelizes na escolha dos profissionais que fazem suas cirurgias tão artificiais e mecanicamente esticadas a ponto de se rasgarem ao menor sorriso.
Assim, continuam assustando o bom gosto, o tino, o charme, a elegância. Como boa parte das senhoras brancas-ricas-burguesas da corte, continuam insuportáveis na sua aparência mórbida de acrílico, enquanto o mundo se afunda na desgraça, no crime, no roubo. Mas é aquela muito antiga cordialidade que afunila tudo para um canal da mentira que garante o status, a glamour destas estátuas de gesso, frias e insensíveis. Quando se encontram, já vêm com aquele sorriso esganiçado e artificial, de longe. Os beijinhos lado a lado na face, como estereótipo da mordida que não podem dar. E o - "Tudo bem, querida?" - "Tuuudo beem!", como se o mundo fosse um completo paraíso e ninguém estivesse sofrendo por aí. A coisa mais apavorante do mundo são os encontros festivos desta gente vazia misturando os cheiros do caro perfume francês com o das naftalinas baratas das lojas de um e noventa e nove da vida...
Que me desculpem as senhoras Bernadete Alves, do Programa Brasília na TV que, se assisto, certamente, já terei pela frente uma péssima semana. São rasgadoselogios aos ricos, aos famigerados e gananciosos. E as perguntas óbvias, burras mesmo, as repetições doentias, as frases feitas, os estilos copiados dos livrecos de auto-ajuda da pior qualidade. E os erros de português clássicos, como gtatuíto - ao invés de gratuito - o gerúndio vicioso que o seu amigo, justamente porque está no topo do poder, tanto odeia, cuidado, mocinha.
Elizabeth Garcia Campos que criou o IBQV - Instituto Brasileiro de Qualidade de Vida, uma proposta muito legal, não fosse a intenção até neurótica de se auto-promover a qualquer custo. Jamais vi uma publicação do tal "Instituto Burguês de Qualidae de Vida", que na média de duas páginas não traga em seu conteúdo pelo menos oito fotos de sua Presidente exibindo suas jóias, penteados, emoldurando belíssimos olhos azuis. Se for proposto para o IBQV algum projeto para contribuir para a melhoria da qualidade de vida de gente pobre, simples, honesta, trabalhadora, pode esperar o simpático..."sentimos muito, pretinho, mas desta vez não vai dar...quem sabe no próximo ano..." Enfim, é uma organização que visa ricos e poderosos: a gente que faz fila no Brasília na TV. Esta instituição deveria assumir o seu papel que é o de suprimir o trauma de sua Presidente de não ter sido eleita Miss Brasil na tardia juventude, se bem que merecesse, pois trata-se de uma mulher realmente muito bonita.
Mônica Nóbrega, deveria retirar a sílaba inicial do seu sobrenome. Como a televisão brasiliense ainda consegue manter este grau de superficialidade, de vazios, de futilidades? Ela é inexistente, como suas bijouterias, os óculos que troca a toda hora, o discurso descontextualizado que, certamente não a elegeu como Deputada Distrital, o que seria o absoluto fim do mundo. Por fim, Consuelo Badra com o foco em tudo o que não tem a menor importância, nas coisas evasivas e inúteis e sem o menor significado na ordem das coisas. Mas também...esperar o quê? E como as demais, usando a revista para que não seja esquecida.
Precisamos mudar, evoluir. Ter programas culturais de mais qualidade, com colocações espontâneas, simples, verdadeiras e boas para todo o mundo. Onde os não-brancos, os pobres e a classe média tenham igual acesso tal qual os ricos, brancos, esguios, perfumandos, elegantes, que moram em mansões e têm muito dinheiro na banco. Que para entrarem, os homossexuais, por esemplo, não precisem nem de longe ser cabeleireiros estereotipados que nada mais são que autênticos bobos da corte e iscas para que vejam - "Como não somos preconceituosas!" "Temos até pessoas assim como nossas amigas!..." E tão ignorantes que são - e por isso estão lá, cheios de orgulho - nem desconfiam disto. Só temos motivos para rir e tirar nossas fotos posadas, pois nossos sóis brilham mais e Deus é nosso hóspede em todos os dias de nossas longas e abençadas vidas...
Coitadas! Como são ingênuas. Pensam que são eternas, que não estão sujeitas aos problemas e às dores dos mortais comuns como todos nós, que não cheiram mal nas partes íntimas, que são frágeis, vazias e muito infelizes, certamente...
É...precisamos mesmo evoluir...
Antonio da Costa Neto

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