terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A HORA E A VEZ DE D. HEBE CAMARGO


Tem-se noticiado muito nos últimos dias que a veterana apresentadora de televisão brasileira, Hebe Camargo submeteu-se a uma cirurgia para a retirada de alguns nódolos da região toráxica, sendo, posteriarmente constatada a presença de um câncer. Claro que não é uma notícia para ninguém se alegrar. Nem eu. Pois não sou dado a comemorar o sofrimento de nenhum ser humano, ou mesmo de qualquer ser vivo, animal, planta,etc. Mas não há como negar o velho dito popular que no fundo guarda toda a sebedoria, quando diz que "quem semeia vento colhe tempestade" e outras coisas que o valham.

É bem conhecida e creio que deva mesmo ser perpetuada a importância de D. Hebe para a televisão brasileira, sendo que são histórias que se confundem desde os primeiros tempos desta maravilha tecnológica e a sua trajetória no Brasil, sempre abrilhantada pela presença desta exuberante cantora, humorista, atriz, apresentadora. Uma mulher de talentos múltiplos e que agora, especialmente, aos 81 anos de idade, é uma estrela que brilha como poucas com seu inegável charme, seu carisma, elegância, a especial gargalhada, a força, a fibra pessoal e uma série de infinitas qualidades de mulher, de personalidade pública.

Mas eu, que por falta de algo melhor para fazer costumo perder o meu tempo com o seu programa, exibido às segundas, e sempre tem alguma coisa que interessa, artistas bacanas, conversas bem entabuladas, música boa, etc. Mas...a formatação, as características, a idumentária da estrela principal, servem em tudo aos interesses do comando, do poder e de suas formas expúrias de explorar os trabalhadores, o povo, as pessoas mais simples e pobres.

Como tudo na vida tem sempre um mas, eu considero a Hebe uma pessoa meio falsa, mentirosa, auto-centrada demais e com muitos motivos para rir sempre - a começar pelos milhoões mensais que recebe do SBT - e que como todo e qualquer dinheiro, não tem geração espontânea e, é claro, sai de algum lugar de onde fará falta para alimentar crianças, comprar remédios ou ataduras para hospitais públicos, consertar estradas, escolas, reduzir a violência que ela tanto critica. Além de tudo ela é muito maquiavélica, vai do choro soluçamente à gargalhada cabulosa em fração de segundos e suas caras e bocas quando clama por justiça e pelo bem-comum não conseguem convencer-me pois ela não vive o que apregoa. Não tem caráter o suficiente para a necessária coerência na inteireza dos fatos.

Claro que ninguém, nem ela tem culpa por ganhar tanto. Aliás, seria ótimo se todos os brasileiros ganhassem tão bem. Mas falta essência humana sobre a gestão dos fatos, não há sensibilidade, empatia, verdade. Tudo cheira a um teatrinho banal na medida em que são feitas críticas tão rasgadas, abertas e mais nada. Ao contrário, para esta gente é muito importante que tudo se perpetue, pois o glaumur que sustenta seus luxos vem desta mentira fatídica.

Na verdade, o Programa da Hebe é, por exemplo, um leque aberto de puxa-saquismo de políticos, de importantes corrúptos, de empresários milhionários, desonestos e de dondocas como ela, bem-sucedidas às custas de pequenas ou grandes mentiras ditas com tamanha convicção e com a cara de verdade, que acaba por convencer uma população incauta e de visão linear que só enxerga o lado fácil das coisas, dos fatos, Aquele que é apresentado entre risos e lágrimas, num populismo elitista sem precedentes que acaba por oficializar o caos, os horrores em que vivemos e que, em última análise servem para perpetuar o poder, a bastança, o sucesso de estereótipos de gente que jura que é boa, inteira, solidária.

E o engraçado é que estas, são pessoas de meias verdades. Que metem o pau nos políticos, quando eles caem, se esborracham. Mas depois quando os mesmos dão a volta por cima e retornam para seus tronos, são abraçados, beijados e louvados no não menos famoso "Sofá da Hebe" como se nada tivesse acontecido. São de duas caras mas que só mostram uma: a boazinha, a santa, a casta que se arrepia e sua para esbravejar palavrões contra assassinos, ladrões e corruptos, mas que não pensariam duas vezes em louvá-los e aplaudi-los se for para beneficiar poderosos, elites, patrões e governos, de cujas tetas retiram o que alimenta seus egos e gordas contas bancárias.

D. Hebe se diz uma mulher felicíssima e que não gostaria de morrer para não abandonar a vida boa, que, segundo ela própira, foi sempre um privilegiado presente de Deus. Mas Deus é assim mesmo quando lida com justiça. Ela dá o bem-bom. Mas cobra o bem-feito. E eu ficaria muito decepcionado se este mesmo Deus não desse a ela (e a uma série de personalidades, coincidência ou não com nomes dissílabos)a oportunidade de repensarem a mediocridade a que se expoem e as maldades que camufladamente ajudam a constituir, e, ainda por cima, vendendo a imagem de serem os melhores habitantes do planeta.

Hebes, Lulas, Dilmas, Malufs, Martas, Bentos, Sarneys, Hugos (Chaves)... e muitos outros têm é sorte demais e bondade de menos no coração. São interesseiros, espertos, hábeis. Mas, ao mesmo tempo vazios e fúteis. São os líderes na construção dos males que o mundo vive, o sofrimento que se traduzem no brilho de suas jóias, nos boletos sofisticados das poltronas de primeira classe dos aviões que cortam o céu do mundo, nas delícias culinárias que fazem esta gente engordar e se submeterem a sofisticados e caros tratamentos contra a obesidade mórbida só do corpo, mas não vêem e nem cuidam daquela que circunda a alma.

Mas a vez de cada um chega. A sabedoria universal, a maior de todas sabe muito bem como e quando agir. E mesmo que pareça que não, ela é sempre competente e abre os necessários processos e atinge aos resultados necessários. Vou rezar para que D. Hebe Camargo se saia desta com sucesso e sem o mesmo sofrimento que ela ajuda a causar nas pessoas, jurando que não. Que a lição seja aprendida e ela, seus parceiros, possam juntos reverter o quadro que concretizaram com os presentes gratuitos dados por Deus e eram justamente para serem usados ao contrário.

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