domingo, 30 de novembro de 2008

NOVA RECEITA PARA UM NOVO ANO NOVO...


O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... Você começará a perder noção do tempo. Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sangüínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e "apagando" as experiências duplicadas.
Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente. Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção precisa ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo. Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente). O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).
Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de passagem do tempo... Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir- as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações...
Enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... r-o-t-i-n-a. Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa. Mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M &M (Mude e Marque). Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte). E marque com fotos, cartões postais e cartas. Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).
Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras. Participe do aniversário de formatura de sua turma. Visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal. Vá a shows, cozinhe uma receita original, tirada de um livro novo. Escolha roupas inusitadas, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije e morda sua paixão, mas não tire pedaços e viva com ela momentos loucos, estarrecedores, lúdicos, radicais. Vá a mercados alternativos, leia livros escandalosos aos olhos tolos de muita gente. Busque experiências novas. Não seja igual a ninguém. Se tiver algum dinheiro - não precisa muito - especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países. Abandone o slogan do "politicamente correto", seja tudo, menos, careta. Veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... em outras palavras... E, se possível, usando outros métodos, mas...V-I-V-A I-N-T-E-N-S-A-M-E-N-T-E.
Porque se você viver intensamente, o tempo vai parecer mais longo. E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas surpreendentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí. Fale palavrões, escreva versos, pinte quadros. Cerque-se de amigos com gostos especiais, vindos de lugares outros, com religiões atípicas e que gostam de comidas com sabores exóticos. Gente que sabe respirar em falsete, faz amor de todas as formas, em lugares ousados, correm riscos, amam aventuras e gargalham de desmaiar frente a quaisquer preconceitos... Dê preferências às que riem de si mesmas, que não têm dificuldades para enfrentarem o tanque de roupas, vender cachorro-quente, lavar banheiros, etc.
Lembre-se que as melhores companhias são as pessoas descontraídas, que gostam de cachorros, de gatos, que falam alto e que saem de sandálias havaianas mesmo para serem fotografadas para um jornal importante. Amizades com pessoas assim não têm preço.
Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é? Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida. Abomine a mesmice, peça demissão da mediocridade. Nós só vivemos uma vez e é preciso que seja com a emoção possível. E esta só vem quando quando não perdemos a oprtunidade de fazer o bem e não servimos de obstáculo para quem quer e insiste loucamente em fazê-lo.

(Airton Luiz Mendonça - com adaptações minhas)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008



E me deixo levar

no comboio da vida,

onde acontecimentos

correm soltos

pelos corredores,

ora sombrios,

ora iluminados,

deixando marcas

em nossos olhos mortos.

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Lindo este poema da minha amiga silvaniense Leonice Jacob. Como o saudoso Aldair Aires, eu também gostaria muito de tê-lo escrito. Parabéns.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

EU SEI, MAS NÃO DEVIA...

Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz.
E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios.
Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
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O texto acima foi extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A LEI DA MÉDIA-EXTREMA RAZÃO


Trata-se da Lei Matemática criada e difundida por Malba Tahan, em seu livro encantador: As maravilhas da matemática. Nele, o autor explica a interação de todos os fenômenos da natureza, em ciclos contínuos e infinitos, por meio dos quais se constitui o universo, sempre respeitando a percentagem – em que, 100% (cem por cento) logicamente representa a totalidade, numa proporção sempre presente de 38% (trinta e oito por cento) por 62% (sessenta e dois por cento). Gerando, assim, o equilíbrio perfeito, dinâmico e permanente em todos os sentidos. Buscando, por sua vez, a harmonia da natureza e das relações universais em toda a história do mundo e das civilizações.
Complicado, não? Mas não se preocupe, vamos explicar com calma e você fique à vontade para perguntar, questionar, duvidar, esclarecer, etc. Pois se não for desta forma, como tratamos de questões um tanto metafísicas, ninguém vai entender nada, ficará ainda mais confuso e o nosso trabalho todo terá ido por terra.
Assim é, por exemplo, as medidas que formam o corpo humano. Vejamos, um rosto devidamente equilibrado terá uma medida em cumprimento aproximadamente de 62% sendo os restantes 38%, a largura. Será, então, harmonioso, e com um frescor estético bem agradável. E, à medida que começa a fugir disto, fica estranho, levando a pessoa a procurar o tratamento para emagrecer ou engordar, a dieta, a ginástica, buscando a forma anterior que quando deixa de existir passa a incomodar.
E esta medida vai se repetindo sucessivamente, por exemplo, da distância do nariz para o queixo, tendo no meio dos dois a boca que irá definir mais ou menos as mesmas proporções, o que repete em relação aos olhos e destes para a parte superior da testa, onde começa o couro cabeludo.
Se analisarmos os membros superiores, a mão mais o ante-braço e o braço irá dar justamente este tamanho e esta proporção. E ela, por sua vez se equilibra com o corpo e assim sucessivamente. E ainda se repete com as juntas dos dedos em que a medida de uma é 38% e das outras duas, 62%. O mesmo se dá em relação aos ombros e o pescoço, a altura dos olhos em relação à testa e a parte inferior do rosto. Enfim, tais medidas vão se repetindo infinitamente, criando um corpo harmonioso.
Repare agora os membros inferiores e a posição do joelho em relação à perna, do umbigo acima e abaixo do corpo, chegando com esta análise à sua conclusão.
Uma folha de papel A-4, como outro exemplo, tem exatamente estas medidas, o que lhe confere um tamanho útil, de fácil manejo e transporte, e, igualmente de utilização para escrever algo, fazer um embrulho e qualquer outra utilidade. Repare também nas medidas que dão harmonia às portas, a dimensão em largura e cumprimento dos carros e sua adequação às garagens, às vagas dos estacionamentos e a união com outros veículos nas ruas.
A relação com o a natureza também funciona mais ou menos desta forma. Note, por exemplo a diferenciação durante o ano dos horários do amanhecer e do anoitecer que sempre acontecem, não no mesmo, mas em horários bastante aproximados. O tamanho dos dias, das noites, das estações do ano que não são iguais mas nem tão distantes, obedecendo ao equilíbrio físico de 38 por 62 por cento na distribuição do tempo e das condições atmosféricas, temporais, etc.
A extensão dos conflitos e das idéias, apenas é suportável o máximo de 62 por cento da contradição, da briga, da polêmica, a partir daí se dá a agressão física, o rompimento das amizades, a separação nos casamentos, as demissões nas empresas e assim por diante.
Tudo que respeita tal equilíbrio funciona bem e perfeitamente. Mas a extrema ganância entre os homens não deixa que ele aconteça nas relações humanas. Assim os patrões querem ganhar mais de 90% do que os trabalhadores produzem e, estes, ficam com os míseros 10% restantes. E como são muitos, permanecem pobres, miseráveis, passam fome e se rebelam contra seus patrões, criando o desgaste, a violência, a guerra e outros males que afligem tanto a humanidade inteira.
Os maridos querem mandar mais do que devem em suas esposas, os professores em seus alunos, o governo em seus governados e por aí vai. A grande maioria das dores e dos sofrimentos do mundo vêm justamente desta dificuldade extrema que tem o ser humano de entender este fenômeno e ter força e vontade política para transformá-lo.
Daqui para a frente comece a fazer, você a diferença. Passe a reparar nas relações em sua volta e até nas suas próprias. Dentro de sua casa, com sua família, filhos, amores, colegas, com o mundo.
Podemos corrigir e “bronqear” nossos filhos sim, mas numa proporção onde não fira as suas suscetibilidades, seu amor próprio, sua conduta contra nós mesmos. Se a criança aprontou alguma e você julga que ela deva levar 5 palmadas, receber uma bronca de 20 minutos e ficar muitos dias sem o direito de usar o computador, repense. Dê duas palmadas mais leves, chame a atenção dela por no máximo 10 minutos e apenas diminua o tempo para que ela fique no computador. Mas não o tire.
Com certeza a criança perceberá a sua bondade e compreensão e isto se reverterá em ganhos concretos para você em todos os sentidos. Pode ter certeza disso.
Pois é mais comum do que gostaríamos as notícias sobre conflitos familiares mais graves envolvendo mortes e outros crimes absolutamente desnecessários. Causando sofrimentos e lágrimas que poderiam ser economizados, se não fosse a turbulência dos pais em descontar nos filhos seus revezes e frustrações.
E o que cada um de nós tem a ver com isso? A resposta é: absolutamente tudo. Pois o poder de decisão deve ser assim dividido e, principalmente, no ato de executar todas as coisas. Pois, queiramos ou não, elas interferem na vida de todos. Pois somos sempre, agentes de transformação à medida em que falamos, nos calamos, nos omitimos ou fazemos alguma coisa. Devemos, da mesma forma, redistribuir o bem-estar, as benesses, os processos éticos e seus resultantes humanos e sociais. Por enquanto, os planos que são feitos pela grande maioria das pessoas são sempre para que poucos ganhem demasiadamente em termos de tudo, e, conseqüentemente, para que muitos percam, da forma mais fria, louca e irresponsável. Gerando o caos no mundo, as crises os sofrimentos, dos quais, todos nós somos a um só tempo, algozes e vítimas em potencial.
Como autores e atores do sistema maior que integra toda a sociedade, somos inteiramente responsáveis pela sua conduta, execução e deveríamos, com isso, promover o bem de todos. Investindo sempre na melhoria da qualidade de vida dos seres vivos sobre a terra. Este sim, o único motivo, meio e justificativa para que a ciência, suas práticas co-existam. E tudo deveria ser feito por nós. Pois, definitivamente não viemos ao mundo a passeio. E não podemos, sob pena de pagarmos um altíssimo preço, perder, de nenhuma forma, esta viagem maravilhosa. Este presente luminoso e encantador que, por sorte, temos mantido até hoje.
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Antonio da Costa Neto

domingo, 9 de novembro de 2008


A densidade do ser,
do corpo.
Da intimidade recôndita
entre tecidos,
motivos e cores
que escondem a beleza.
O íntimo lar do desejo
que se quer ver, tocar,
lamber,
rasgar nos dentes.
Do cheiro
da alma
que louca e quente, se esvai.
Como luz, como ar
que se move em forma de vento
de vendaval,
de um tufão uivante
entre amores grossos
e suores íntimos.
Que iluminam os pelos e acendem o fogo
dentro do outro, aos tombos,
aos urros e arrancos.
E por fora de ambos
o incêndio destruidor que contamina,
se alarga, reduz a cinza, à essência do prazer.
Que faz brotar e encher o mundo que se desfaz e refaz
num reflexo misterioso e místico
(relâmpagos e tempestades que causam medos e provocam
gritos, horrores sucessivos, bocejos e sentidos lânguidos)
em novos e densos desejos.
De ter, de ser o outro.
Da delícia agridoce que vem e vai de dentro.
Rasgando, ferindo como o animal feroz.
Que lambe com gula, com fome,
o sangue, os odores, os vários líquidos
com que brindam o auge,
o trilintar dos corpos, das bocas, dos órgãos.
E agora suspiros incandescentes,
amplos,
que se diluem, se misturam.
Se tornam distantes, longínqüos,
silenciosos.
Mortos...
E que se banham com o sonho
límpido da luz do dia que surge
enfeitada por sorrisos nos semblantes

silenciosos.
Mantendo segredos.
Voando leve entre núvens,
pássaros, borboletas coloridas
E anjos repletos de bênçãos,
sequiosos de vontade.
(Antonio da Costa Neto)