sábado, 6 de dezembro de 2008

O ESTOTEANTE MIGUEL FALABELA




Sempre tive uma especial antipatia por certos artistas da Globo. Alguns eu não suporto mesmo. Adriana que não Esteves, eu detestava até ela fazer a Catarina de O cravo e a rosa, por este personagem eu me apaixonei, mas foi só. Agora de Letícia Sabatella, aquela sem sal, não há nada no mundo que me faça gostar. Ela é fria, irritante. Jean, do BBB, não é bem artista, mas esse se eu encontrar um dia, eu mato sem pensar. Na hora, com um tiro no olho que é pra fazer uma tenda da pele. Agora, Claudia Raia e em especial a tal de Débora Falabela, esta então eu odeio. Com a cara de peixe morto, um olhar vazio, gelado. Tudo que eu queria era encontrá-la pra dizer um monte de desaforos, fazer um desabafo carregado dos palavrões mais horríveis e sair batendo a porta e ela, sem entender absolutamente nada. Coitada! Ela só iria entender mesmo quando chegasse no inferno...
Acho que até por osmose e mesmo por causa do nome, Miguel Falabela sempre encabeçou desde o início esta minha lista de minhas "personas non gratas" no mais extremo sentido: prepotente, metido a besta, intelectualzinho de merda. Arrogante ao extremo, professor de Deus. Ele se acha e só quer ser o que a folhinha não marca: ator, autor, diretor, humorista, se exibe no cinema, no teatro, na televisão. O cara se mete em tudo... Um babaca. Um extremo bam-bam-bam do nada, como geralmente o é quem quer ser e saber de tudo. Pois é sempre quem não sabe de nada.
Sabendo disso um amigo meu trouxe de gozação, de uma de suas viagens ao Rio, o livro "desta peça" intitulado: Pequenas alegrias. Só de ver, comecei a desdenhar, perguntando: - "Até escritor ele pensa que é? Era só o que faltava. Comecei a ler e para desdenhar a literaturzinha dele comecei a mudar o título da obra para Enormes desgraças e dizendo em becos e ruas que esta era a síntese da vida daquele "carnavalesco dos horrores malditos".... Pois se ele é criativo, eu também sou. Acho mesmo que é aí que mora o real problema.
Certa vez tive a oportunidade de conversar com o Miguel em Cataguases, uma cidade mineira bem próxima ao Rio de Janeiro, terra de Maria Alcina e de Humberto Mauro, dentre outros. Claro que o achei estremamente idiota. Naquela época em que ele fazia o Vídeo Show e sempre terminava o programa com uma reflexão filosófica, só querendo ser o Dalai Lama do brejo...
Bem, depois começou uma novela dele: A lua me disse. Foi quando comecei a mudar meus conceitos. Adorei a história, os personagens, as tramas, o clima do Beco da Baiúca, os atores escolhidos, etc. A única coisa que eu fazia era esperar a hora, tal era o meu encantamento. O Sai de baixo, as bincadeiras, o humor picante, inteligente, a sensibilidade do artista. Enfim, hoje sou o maior fã desta criatura. Ele é bom em tudo: um ator, produtor, diretor, humorista, autor, et. etc. etc. da mais extrema qualidade.
Queridíssimo no meio artístico, bonito, elegante, debochado, bom de bola, bom de tudo. Miguel Falabela é três quartos da TV, do teatro e das artes brasileiras. Sem ele, estaríamos muito atrás neste campo do conhecimento e do fazer humano. Hoje, Negócio da China é algo que me deixa literalmente com água na boca. Me embobece. Ele tece as coisas com engenho, com arte, perspicácia, sensatez, sensibilidade e domínio técnico. O texto é leve, os personagens maravilhosos, o elenco, sob medida. Mesmo com altos e baixos inesperados, ele consegue dar o nó, dar a volta. Um sacana que pisca o olho e sabe que vai dar o melhor dos jeitos. E o núcleo dos portugueses? Uma absoluta delícia!
Em Toma lá dá cá...o único humor de verdade da televisão ele, como ninguém inventa coisas, bola participações especiais mais incríveis. Ajuda a segurar a onda e o sucesso do programa. Além de ser um Mário Jorge que, puta que pariu... Só ele mesmo pra fazer. Ele é ótimo, singalarmente maravilhoso. Seu seu admirador de carteirinha. Número zero. Me impressiona seu trabalho, sua garra, presença, força, competência, caráter. Certamente trata-se de um ser humano especial. Uma dessas pessoas maravilhosas que escapa aos olhos de Deus e vem parar na terra. Pra felicidade nossa: os mortais comuns e que precisamos deles para dar graça e sabor a nossas vidas.
Falabela, um gênio!
Ave Miguel!...

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