O novo é energia magnética que me atrai e me leva à frente de mim mesmo. Eu sou o novo na experiência de meu momento como consciência que percebe. O novo não é algo que pode ser descoberto, pois o novo não se esconde, ele está aí. Antes, sou eu que me escondo do novo na ignorância de não olhá-lo. Não é algo que descoberto, seja, a partir de então, a solução permanente de um cotidiano monótono. O novo é novo, porque é momento, não pode ser repetido.
Ele é individual porque é percepção, porque é unidade de consciência no indivíduo. Tudo é novo, nós é que somos velhos irritados com a mutabilidade, com a novidade de tudo. A eternidade nos assusta porque pensamos na repetição infinita do que somos: velhos.
Há cansaço nisso. Há monotonia sem fim. Há declínio da percepção do que é novo. Há necessidade de estar seguro, amparado por um sistema de "novos" que se suscederam e foram inúmeras vezes testados. Formas criadas como bolhas no mar cósmico da insegurança do que não conhecemos. Belas visões de segurança. Mas apenas visões...
O século XXI ainda significará para a humanidade um novo estado de consciência, algo que hoje é fruto da aspiração daqueles que buscam um estágio superior de evolução. Entretanto, essa época que vislumbramos através dos reflexos dourados que nos toca o espírito, não virá por meio de uma doação divina.
Ela será forjada com o fogo da inspiração da consciência, uma conquista do espírito humano realizada pela transformação individual. A velha fórmula será consumida pelo fogo ardente do coração e o novo emergirá de dentro do ser humano sequioso, vivo, sendento e em infinitas buscas.
(Eduardo Luppi)
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