CLARO QUE DILMA E LULA QUEREM MESMO A VITÓRIA DO BRASIL NA COPA
Dilma, Lula e o PT são eleitos e amados sob a égide da proteção do trabalhador, dos pobres, a elevação de políticas públicas para o resgate da cidadania, a valorização das pessoas do povo,um embate contra a concentração do capital, os privilégios da burguesia, por meio da distribuição da renda, da conquista de uma vida digna para todos, sem distinção, o que é, sim, um discurso de certa maneira, novo, bonito e sedutor. Mas e a prática?
Bracht - no texto que eu cito e que você vai ler, claro - explica esta dicotomia, que claro, os políticos conhecem, na qual, o futebol, simbolicamente atua como um rolo compressor da dignidade, da cidadania e da real visão do mundo e de suas relações. O futebol é alienante demais. E a Copa do Mundo é um instrumento fantástico para se oprimir de uma só vez o mundo inteiro que se esquece de tudo para: a) aplaudir os chutes, o jogo com o pé, a brutalidade embrulhada no papel de presente que é o próprio esporte; b) se encanta, aplaude e vibra como um adolescente, num ambiente exclusivamente fálico, masculino, macho, onde só os homens atuam, fazem, ganham os júbilos, passando, claro, a ideia da secundariedade da mulher, do feminino, o que é um atraso absolutamente intolerável para os tempos de hoje; c) congrega a concentração de poder, nas mãos de um único juiz, cujo apito - grito de guerra - tem o poder magistral de parar o mundo, o que seria na ótica do povo, da plateia, da galera, "o poder absoluto de Deus", etc.
Além do que, ao jogador não é dado o direito de elaborar ou de discutir a norma, cabendo a ele obedecer, sem questionar, o que também acontece nas sociedades autoritárias, onde os governantes ganham muito bem para definir e impor processos, leis, normas, dogmas, impostos. E assim como na sociedade, quem não obedece sofre punições, é preso; também no futebol, quem não obedece a norma imposta, é excluído, sofre faltas, fica marcado, perde a vez e o poder. Portanto, o futebol é uma excelente escola de ditadura, de concentração de poder, de manutenção do status do capital, de quem ganha, de quem está no comando.
Para vencer no futebol, para ser campeão e ganhar a taça - na qual só tocam chefes de estados (deuses) ou campeões do mundo (seres especiais) é preciso ser obediente, cordato, calar e se humilhar diante do que for exposto, da crítica, da imposição. O que, também, não por acaso, acontece na sociedade comandada pelo PT. Ora, não é atoa que o governo não mede esforços para constituir estádios magnânimos. Tira o pão da boca das crianças pobres para garantir as exigências da FIFA.
Não é por você,torcedor, pela sua alegria, seu júbilo. Mas, pelo contrário, é pelo que pode ser extraído de você, pelo que será negado em termos de políticas, de ação, educação, assistência, saúde, proteção, comida, dignidade, cidadania. Ganhar a copa é muito bom para as elites, para os ricos, para os jogadores, que precisam ganhar milhões, bilhões, tornando-se assim, as celebridades que todos queremos ser. Mas que quando torcemos juntos, fazemos juntos "SENDO UM SÓ", fica a sensação de que o bilhão também é nosso, a vitória é nossa, a alegria é nossa.
Não precisamos de bola na rede, e grito de gol para atenuarem nossas dores, sofrimentos, mágoas, carências. Isto não é um investimento político e social, mas pelo contrário, é um crime contra a sociedade. E, no nosso caso, um crime sem precedentes, um crime petista, lulista, dilmista; um crime contra você.
Ganhar a copa não é, de nenhuma forma, uma alegria, uma glória ou motivo para comemorar. É, na verdade um retrocesso humano e social com o que se rejubilam as elites capitalistas do mundo. Precisamos sim é de amor, calor humano, afeto. Mesa farta, educação de verdade, saúde e dignidade. E isto, Copa do Mundo nenhuma nos dá. Ao contrário, tira. Pense nisto.
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