sábado, 7 de julho de 2018

FUTEBOL, COPA DO MUNDO E A REALIDADE COTIDIANA: COMO INTERAGIR?

É MUITO ENGRAÇADO TUDO ISTO...


Nas lições sobre ideologia - em especial a de poder - a sociologia fala sobre os aparelhos ideológicos a serviço da manutenção do Estado opressor, sendo que o esporte competitivo é um deles. E todo esporte é competitivo, ser campeão não chega, bi, tri, tetra, hexa, nunca... é uma ganância que não tem limite, o que respalda o ideal capitalista de sempre ter mais, de concentrar mais, de poder mais.
Ora, é impossível que todos tenham, num sistema que compete e como no jogo, alguém tem que perder para alguém ganhar. E na vida isto se repete, sendo que numa sociedade como a nossa, a elite, a burguesia, quem tem dinheiro sempre ganha e que não tem sempre perde, ampliando, em ciclo esta realidade, ao mesmo tempo matemática e geométrica: temos menos ricos muito mais ricos, e, ao mesmo tempo, muito mais pobres, infinitamente mais pobres, escalando o nível da miséria extrema.
E para filtrar isto é preciso a tática da ilusão, que, no futebol profissional isto se retrata nos salários arquimilionários, nos padrões Fifa de exigência; na magnitude dos heróis: Neymar, Cristiano Ronaldo, Messi - porque é isso, tem-se que concentrar. Mas concentrar o quê? Poder e riqueza e para que isto pareça normal, legal e prático, se cria uma comoção nacional onde os pobres aplaudem não só os ricos, mas também a causa da própria pobreza e assim tudo fica mais fácil.
Ganhar a Copa é muito bom, é lúdico, é divertido, pelo menos por algum minutos enquanto se lava a alma dos problemas, da carência, da violência, da miséria. A questão é que a partir daí se falta a base crítica para a contextualização de tudo isto.
Futebol sem contextualizar é não interpretar as razões, o poder, as neuras que fazem com que tudo funcione, e, no caso da Copa do Mundo, endeusando os machos, a valorização do pé, do chute, do número, do quanto mais mais. E quanto mais melhor. Mais para uns, nada para muitos e assim, se classificam os horrores porque passa o povo, a classe trabalhadora, as massas populares.
Futebol, competição, atletas, mitos, milhões e bilhões gastos em tudo isto é mais que nocivo para nós, o povo que trabalha. Perder rejudica a ganância de quem ganha com isto - patrões, latifundiários, grandes empresários, políticos ricos, burgueses - e a voz deles fala muito mais alto do que a nossa, pelas mesmas razões, as ideológicas, que reproduzem o mundo que temos. É preciso ter consciência disso. Felizmente, demorou, mas estamos fora da Copa. O que nos faz mais fortes. É o remédio amargo que pode expulsar a doença. Mas é preciso, igualmente, que aprendamos a nos livrar dela.
De preferência, para sempre.
(

segunda-feira, 2 de julho de 2018

FUTEBOL, NOSSO MAIOR INIMIGO




BRASIL, FUTEBOL E REALIDADE

O processo histórico de formação da cultura brasileira foi sempre construído pela elite: os ricos, os latifundiários, os grandes empresários, os politicos, com, no máximo permitindo a participação da pequena burguesia - talvez a pior de todas as categorias - aquela gente muito cristã, que fundamenta sua vida pelo poder de pagar o dízimo para a igreja, poder financiar uma boa casa, um carro do ano, uma TV de plasma; poder ir á praia de vez em quando e poder levar uma boa lata de farofa para economizar trocados. Enfim, o poder quela,coitada,pensa que tem. . Depois sai arrotando empáfia e pensando que é rica, que pode pisar, que está por cima da carne seca - eu, particularmente, odeio tudo isto. Mas...
Como a burguesia é que fica próxima ao povo e precisa dele para sustentar seus luxos, ela trata de repassar a sua ideologia de forma lúdica, fazendo do mundo um circo, e, claro, sem falar nisso, mas também, do povo seus palhaços, quando não, seus macaquitos, pulando de galho em galho, como agora na famigerada copa do mundo.
O futebol, assim como os outros esportes competitivos é uma verdadeira lição do interesse burguês, e claro, o povo induzido pelo processo de prazer (do qual, no Brasil a rede globo e o gogó do Galvão Bueno que lava o cérebro do povo com o seu olha o gol... olha o gol... olha o gol... olha o goooooooollll... um martírio enquanto o povo canta e dança...).
Para isso, a burguesia:
- faz dos homens, dos machos seus únicos e milenares ídolos, seus reis, seus donos. E numa copa do mundo inteiro só os homens reinam e brilham enquanto a sociedade burguesa é dirigida pelos homens, sendo, esta visão masculinizada, justamente, a responsável por todo um conjunto de crises, dores, sofrimentos.
- a burguesia faz dos seus idolos, ricaços, arquimilionários, com o que se concentra muito nas mãos de poucos, que é o que rege a sobrevida da burguesia, se não nem tem a menor graça. Porque povo pobre quando aplaude gente rica, se sente também rico e se conforma muito mais facilmente, quando não, com a sua miséria, inclusive, a absoluta, o que faz parte do dos fatores do inconsciente, que se impregna no consciente, como já dizia e velho e bom Freud - mas deixa pra lá...
- no futebol, assim como na sociedade burguesa, a ditadura da imposição de regras e normas é o ponto fundamental. Claro que é impossível um futebol sem regras que só funcionam se quem as cumpre baixar a cabeça, ser humilde, aceitar a ser retirado do jogo se não fizer isso, o que é engraçadinho no esporte, mas, é, ao mesmo tempo, um horror, na vida cotidiana, em especial, de quem, biblicamente falando, "come o pão com o suor do rosto" - o que não deixa de ser um construto também burguês apregoado pelas "palavras do Senhor", embora ditas pela igreja incauta e comprometida com tais valores.
Para finalizar, na mesma linha caminham a educação e a escola, onde as regras são impostas e o saber concentrado numa só pessoa: o professor; a igreja, em que um Cristo que é macho e que se cerca de "ministros/apóstolos que ele lidera, e não, por acaso, todos machos, aliás, como até agora.
Etc. etc. etc.
Pelo menos se o Brasil saísse da Copa, de preferência, o quanto antes, poderíamos ter de novo um 7 x 1. Sete para nós o povo e um para a burguesia que sempre ganhou todos os jogos e nos empurra para a arena dos leões famintos para que nos engula.E aí ela vai chorar a dor da perda de seus serviçais, seus escravos, mas escondendo entredentes seu sorriso mais cínico.
Meu sonho é que, um dia, o povo entenda isto e aceite.
Já seria um bom começo. Estaríamos prontos para sermos exa...
Eca!!!