Antonio da Costa Neto
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PLANEJAMENTO
SISTÊMICO-CONTINGENCIAL:
O ESTADO DA ARTE DA ADMINISTRAÇÃO NO
SÉCULO XXI
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Uma Abordagem Estratégica
de Teoria, Prática e Práxis
para a Mudança, a Humanização da
Tecnologia,
a Melhoria da Qualidade da Vida e a Longevidade
das Organizações e das Pessoas
TEORIA E PRÁTICA DE IMPLEMENTAÇÃO
DO
PLANEJAMENTO
SISTÊMICO-CONTINGENCIAL:
o estado da arte da administração
no Séc. XXI
“Só
nos resta uma saída. E para encontrá-la havemos primeiro planejar para muito
além da visão masculinizada de nossas organizações sociais, da ausência de
valores, da obsessão pelo progresso econômico. Sem levar em conta nossa
dependência do mundo natural. E, rompendo, definitivamente, com o pensamento
linear, duro, cartesiano.
Não
podemos mais pensar e agir fragmentando as estruturas, mas integrando-as. E,
muito menos, falar sobre roupas e talheres reluzentes, e, sim, do brilho que se
esvai dos nossos rios e lagos. É certo que estamos construindo um mundo
eficiente. Resta saber, eficiente para que e para quem?
Continuamos
planejando para as nossas predisposições menos louváveis: cobiça material,
competitividade, gula, egoísmo, orgulho, imprevidência, para a exploração fácil
e o controle de forma nociva e inumana.
Assim,
as instituições obsolescentes estão se desestruturando. Muito antes de
desembarcarem em ideologias superficiais, preocupadas unicamente com métodos de
produção e lucro, elas precisam se transformar em verdadeiras filosofias de
vida. Aí vinculando não só a produção, o lucro, o processo e o resultado. Mas
também a compaixão, a alegria, a eficiência, o amor, a beleza e a bondade: um
terceiro caminho.”
(Hazel Henderson)
I – INTRODUÇÃO E VISÃO HISTÓRICO-CONCEITUAL
O presente projeto nasce da visão
do seu autor sobre a urgência em se
proceder transformações profundas nas organizações e serviços prestados à
sociedade como um todo. Inclui-se aí o clima organizacional, a otimização de
recursos, a qualidade de vida dos trabalhadores e consumidores, a humanização
da tecnologia e tudo passa, em primeira mão, pelo planejamento. Este sim
precisa ser o primeiro passo da transformação desejada. A isto, associa-se a necessidade
teórica do seu autor de se realizar o TCC como parte complementar de um curso de Concepções, Princípios e Metodologia de
Planejamento e Gestão de Pessoas feito junto à Fundação Getúlio
Vargas/Brasília-DF, conjugando, também, suas experiências no Grupo Amana Key – de
São Paulo – sob a direção e responsabilidade de Oscar Motomura, quando então,
integrava a equipe de consultores e aprendizes daquela entidade. A sua proposta
é maximizar a produção, a produtividade e a lucratividade das organizações e
empresas por meio de humanizar e intensificar a qualidade de vida das pessoas
que nelas trabalham, em termos dos processos e resultados do que fazem. Ampliando,
por assim dizer, esta felicidade para além dos limites das organizações às
quais prestam seus serviços. Sendo este, a nosso ver, o grande papel das
empresas, e, hoje a grande tendência em todo o mundo. Ao mesmo tempo, o
diferencial do sucesso e da longevidade destas em todos os aspectos.
Visando a condução das tônicas da
eficiência (fazer a coisa certa/produto); da eficácia (fazer certo a coisa/processo)
e da efetividade (fazer certo a
coisa certa/contexto) – sendo, portanto a sua trilogia básica a
interação produto/processo/contexto – ele visa qualificar e melhorar as
pessoas para o entendimento de tais relações, em ciclos evolutivos. Buscando,
assim, os conceitos ditados pela nova ordem mundial, que colocam por terra os
ditames de um capitalismo opressor, centralizador e inumano que beira a
escravidão – ainda que simbólica mas que
gera, por si toda uma crise de valores e a gravidade dos problemas que todos
enfrentamos e que solicitam mudanças drásticas em todos os planos da ação
humana – das pessoas que, por incrível que pareça, ainda reina em muitas
das organizações ditas modernas dentro do nosso mercado. Muitos filtros
existem, discursos, teorias, inovações ditas humanísticas, éticas, responsivas,
mas que esbarram em máscaras e armadilhas do inconsciente, que, estas sim, são
as primeiras a ser derrubadas definitivamente; este, o nosso grande propósito
nesta perspectiva de mudança.
Entendemos, assim, que os belos
discursos e a sofisticação metodológica e terminológica precisam transcender
para uma prática concreta, fazendo a palavra andar, no diz respeito à
felicidade dos trabalhadores, consumidores, fornecedores, enfim, cidadãos
direta ou indiretamente envolvidos no processo produtivo. Quanto aos servidores
é necessário desencadear a crença no que fazem, enquanto processos e resultados
humanos, sociais, políticos, éticos e ecológicos, dentre outros. Para o que, a
nosso ver, precisamos de uma mudança profunda de mentalidade tanto de
empregados, como de empregadores. Agregando, assim, uma nova filosofia de ação
humana no trabalho, fundamentada, por sua vez, nos valores éticos, na certeza
de estarem fazendo bem aquilo que é bom para a qualidade da vida das pessoas e
do ambiente que as cerca, dentro e fora dos limites estabelecidos por uma certa
ordem funcional, econômica, técnica e burocrática, dentre outras, já a muito
superadas dentro do atual contexto de evolução do ser humano e de todas as suas
relações.
É mais que necessário acreditar
no servidor, deixá-lo mais livre, mais solto para que trabalhe mais e com uma
maior produtividade, desejo, realização, fora isto, não há o que fazer. Mas,
para isto é preciso que o trabalhador também acredite e confie na empresa que o
emprega. Que ele não pague o preço da eterna vigilância pessoal ou eletrônica.
E não seja cerceado em seus direitos, criatividade, liberdade para trabalhar e autonomia nas ações e nas decisões, ou no
mínimo, em parte delas. É impossível que o trabalhador produza a contento, para
que se chegue a uma economicidade satisfatória, se ele é e continua sendo um
autômato, uma peça substituível da engrenagem mecânica, um recurso a mais, como
o técnico, o econômico, o produtivo, etc. Sendo tratado como número, código,
uma peça a mais sem a menor diferenciação.
Se a empresa, o órgão é feito de
pessoas que trabalham para pessoas, estas, por sua vez, merecem um diferencial
de verdade, com uma condição livre, diversificada, rica, abrangente, criativa,
lúdica, para que, no seu dia a dia, não fique contando os minutos para ir
embora ou os anos que faltam para se aposentar e rezando para que o fim de
semana chegue logo para se livrar daquele tormento que é, via de regra, o
permanecer dentro de qualquer organização que a explora na prática e só o reconheça
na teoria e no discurso em contradição
com a realidade. É urgente a necessidade de casar as duas coisas e é esta a missão maior deste programa. Um
recurso a mais na superação do marasmo, do caos, dos conflitos gerados e dos
problemas que vivenciamos todos os dias e que muito nos incomodam.
Entendemos, assim, que já é mais
que hora de acabarmos com os ambientes céticos, frios e distantes nas
organizações, em que, quem está do lado de dentro do balcão – e em tese, com
seus problemas de sobrevivência, emprego, “resolvidos” – enxerga quem está do
lado de fora como um estranho, um inimigo em potencial. Perdem a empatia, o
calor humano, a compaixão e isto é muito perigoso, transformado cada ambiente
em um verdadeiro campo minado em termos de competição psicológica que é o que
se necessita conhecer e combater com a veemência possível. As respostas são monossilábicas a começar, ao telefone. As
pessoas não ouvem, não respondem aos agradecimentos, são secas, distantes, e
trabalham unicamente, para cumprir a obrigação, manter o emprego e receber seus
minguados salários, com o quê, evidentemente, não estão satisfeitas. Assim, o
ciclo se repete lenta e silenciosamente, sem que percebamos. Nosso planejamento
enfoca a questão da empatia, do calor das relações no trabalho, da
responsabilidade ética e da ecologia humana em seus sentidos mais profundos que
é, na verdade, o que necessita ser resgatado. Planejar sistêmica e
contingencialmente, é isto: humanizar relações, enriquecer o clima, a
liberdade, a ludicidade, o ser criativo e livre, o prazer; para que as pessoas
trabalhem como as crianças brincam. Com foco no bom processo e tendo a certeza
de que fazem bem o que é bom para a vida, a cidadania, a si próprio e aos seus.
Pois é na absoluta falta de tais processos que reside a crise e os problemas
enfrentados por nossas organizações, empresas, indústrias, escolas, enfim,
todos os prestadores de serviços.
Resgatar a confiança mútua, a
relação frequente, o aprimorar a autoimagem e nada mais será preciso para que
as organizações lucrem por inteiro, reduzam seus conflitos, tensões, estresses
e ouros aspectos extremamente negativos mas ainda não percebidos pela
administração convencional e as linhas de planejamento unicamente técnicas. Assim,
elas irão reverter seus quadros de conflitos, caos, desgastes, prejuízos,
desperdícios, vigilância, punição, medo, violência. Absolutamente, ninguém
produzirá a contento cercado por tantos monstros, cerceado de sua liberdade. E
o que buscamos fazer com este projeto é buscar substituí-los por medidas
aprazivas, constituídas de valores, de nobreza, enriquecendo as relações e com
elas, o processo e o produto do trabalho, e, finalmente, os resultados
esperados.
Busca-se, assim, um clima
organizacional leve, alegre, harmonioso, e, claro, produtivo. Trabalhadores
crentes, felizes, mais preparados e menos vigiados, com direito à autonomia, à
criatividade, sendo livres para trabalharem melhor e com mais prazer. Sendo
reconhecidos e valorizados nas ações, na distribuição das decisões, dos bens,
dos recursos, dos meios de produção. Assim, eles dividem a harmonia no cômputo
do trabalho, da vida, do status social de todos a exemplo das modernas
economias do primeiro mundo que tanto almejamos. E claro, por efeito dominó
irão sendo reduzidas as crises, os conflitos sociais, a violência que se
expande e invade nossas casas. Ou seja, a saída possível para a solução dos problemas
que se acumulam nos campos da organização
e da vida humana. Entrelaçar ética e realidade, bem-estar e trabalho, lucro e
utilidade, respeitando a integridade do ser humano que trabalha, produz,
consome e dá lucro. Todos tratados e reconhecido no plano dos iguais, dentro de
uma proporcionalidade e dignidade aceitáveis no plano dos negócios de hoje em
dia. Qualificar e reconhecer pessoas como pessoas e não como meros instrumentos
de trabalho, peças da engrenagem, ou elos de ligação entre a produção e o
consumo, pois isto é coisa do mais remoto passado e que não podem mais ser
admitidas.
A empresa deve conhecer e
respeitar a individualidade, a diferença das pessoas por meio de pesquisas e
diagnósticos contínuos e atualizados. Entender, principalmente, que as pessoas
criativas, lúdicas, inovadoras é que fazem falta nos processos organizativos e
aceitar a dualidade que é própria do ser humano. Claro que os criativos
provocam conflitos e mudanças que são, absolutamente saudáveis quando bem
administrados, e sem este perfil de pessoas nossas organizações mórbidas, frias
e lineares estão fadadas ao caos num muito curto espaço de tempo. É então, uma
questão de escolha. Interpessoalidade, respeito às diferenças, alteridade ampla
no cômputo do trabalho mais personalizado e menos padronizado possível.
Tratamento intermitente, cooperação, participação real. Nosso trabalho visa ao
alcance desta mentalidade profundamente nova que irá garantir não só a sobrevida
das organizações, bem como a economicidade, a produtividade desejadas. Escalando,
portanto, novas e democráticas normas como o exigem o momento de evolução
histórica do homem no mundo. E, muito mais, dentro de todas as organizações que
o compõem. Precisamos correr para acertar o ritmo com a evolução que transcende
espaços, condições e classes, sem o quê, estaremos irremediavelmente defasados.
Intuir e perceber que sistemas
macro e micro, se encontram instaurados em contingências marcadamente especiais
e que devem ser estudadas caso a caso. Equipes maiores ou menores, grupos
formais ou informais, pessoas, ações, políticas e diretrizes devem ser
consideradas de forma proporcional e complementares, sem maiores ou menores
importâncias de uns ou de outros. Todos se intercomplementam. Todas as atividades
são exercidas com importâncias semelhantes, complementares e justapostas,
perfazendo um ciclo harmonioso que é o que garantirá o sucesso e a
continuidade. Devendo, portanto, ser assim reconhecidas. Intercambiando,
fazendo trocas simultâneas para isto, benesses, recompensas, ganhos,
considerações. Não é mais possível que poucos ganhem sempre e para isto, muitos
estejam o tempo todo perdendo em tudo: posição, ganhos, condições de trabalho,
participação nas decisões, acesso aos meios de sobrevivência (dinheiro, bens,
conforto pessoal, etc.) qualidade de vida. São proposituras da evolução
histórica da humanidade incluindo aspectos técnicos e produtivos, dentre as
quais figuram nosso mercado e nossa economia. E não podem, jamais, abrir mão
deste contexto em termos mais profundos. Daí a proposta deste trabalho como elo
de articulação desta nova realidade tão esperada e desejada por todos os direta
ou indiretamente envolvidos em tais processos.
I I –
APRESENTAÇÃO
O que é
o Planejamento Sistêmico-Contingencial ?
Constitui uma nova metodologia de
planejamento e ação organizacional realizada e implantada por todos, e, não
mais, por planejadores especializados. Ela se baseia e integra simultaneamente
as concepções convencionais dos planejamentos tático, estratégico e operacional,
dando a eles uma nova roupagem de modo a responder satisfatoriamente com
soluções eficientes e eficazes que deem respostas mais satisfatórias aos
problemas que envolvem tanto o todo (sistema), quanto a parte (contingência), daí
a sua denominação.
Os modelos tradicionais de
planejamento vislumbram apenas o problema maior em torno do qual se trabalha.
Esquecendo-se ou ignorando, contudo, que existe um grande contexto em sua
volta. Com o quê, muitas vezes, cria
outros problemas, que juntos, podem até acarretar prejuízos e desgastes maiores
ainda. Mas que nem sempre são vistos, pois se diluem no esquema ideológico que se
monta em torno de questões semelhantes. Este sim, o grande mal que precisa ser
suprimido, sob pena de nossas organizações e nossa sociedade se sucumbirem ao
caos. Pois é ele que emperra o todo.
Na presente proposta, as soluções
só se tornam políticas e diretrizes de ação apenas depois de confrontados os
impactos que poderão criar em torno de todas as situações, estados, pessoas,
enfim, as circunstâncias envolvidas, etc. Quando se planeja sistemática e contingencialmente, não se trabalha apenas
com esquemas táticos e científicos frios e fragmentados. Mas incluem-se todos
os demais fatores ideológicos, humanos, sociais, ecológicos, éticos, técnicos e
econômicos inerentes ao processo maior que se desencadeia. Bem como os aspectos
emocionais e práticos – até níveis individuais – que se seguem na ação do
planejamento em si e da sua posterior execução propriamente dita. Entende-se
que o técnico e o econômico precisam ser priorizados, mas os demais fatores,
necessariamente, incluídos, aí está um dos grandes diferenciais da proposta, o
desencadeador das mudanças que com ela buscamos.
Solucionar os problemas
existentes numa dada realidade, organização, sociedade, empresa, órgão público,
instituição, etc. sem quebrar a harmonia de um clima organizacional e de uma
cultura satisfatória, este é o segredo. Com ética, responsabilidade social e,
colocando em linha de frente, fatores técnicos e econômicos. É o que se busca
com a implementação deste programa que funcionará num plano piloto de ações e
metas grandiosas. A sua práxis se opera com a mudança profunda dos paradigmas
organizacionais que aí estão, desgastados e responsáveis, por sua vez, pelo
caos organizacional, os problemas humanos, as crises sociais, econômicas e
ecológicas, a violência, a corrupção, a fragilidade da economia, as crises,
etc. E os demais aspectos negativos que, de uma maneira geral, todos
enfrentamos nos tempos de hoje.
O Planejamento
Sistêmico-Contingencial tem também como origem as teorias contingencial
e sistêmica que circunda as concepções teóricas da administração e suas escolas
convencionalmente estudadas. Fundamentando-se, ainda, nas pesquisas de Alfred
D. Chandler, Ludwig Von Bertalanffy, Bert Herllinger, Peter Druker, Domenico De
Masi, Fritjof Capra, Marilyn Ferguson, Hazel Handerson e outros. Busca
articular os conceitos e as práticas que favoreçam aos vários segmentos
internos e externos das organizações em si. É uma proposta que caminha par e
passo com os vários segmentos das modernas ciências e práticas produtivas,
econômicas e sociais, cujos significados apenas se justificam se atuarem no
contexto da busca da melhoria da qualidade da vida humana em sociedade. Aqui, entendendo-a em seu sentido global e
mais amplo. Ou seja, a sociedade vista como todos os cidadãos, independente de
credos, raças, situações sociais, gêneros, posições, etc. É a procura infinita,
pelo e para o trabalho de uma qualidade de vida, sempre melhor para todos,
indistintamente, priorizando a função empresarial em termos de processos e de resultados mais
exitosos. Entendendo o lucro, o sucesso e a sobrevida da organização de forma
propositiva, como um resultado natural deste novo fluxo energético. Que é
calcado na competência técnica, no compromisso sócio-político e no senso humano
de se administrar, gerenciar, produzir e comercializar bem e para o bem da
vida, seus processos e seus destinos a prazos indefiníveis.
Assim, orientamos o planejamento
a partir dos princípios de que nas
organizações, como também em todas as demais realidades, tudo é relativo. O que
nos leva a abandonar a estreita visão objetiva e o pensar cartesiano dos fatos e dos
fenômenos organizacionais para além de uma abordagem subjetiva e atingindo a
intersubjetividade de tais fenômenos. que Isto significa inserir no contexto da
visão dos empregadores, empregados, fornecedores e clientes concepções
filosóficas mínimas, pois o construto do mercado atual não nos permite mais a
ignorância, a ingenuidade também neste
sentido. E, finalmente, estes fundamentos devem ser vistos e considerados de
várias formas. Dependendo da ótica, da observação, da condição, das crenças e
do momento do agente ou do indivíduo que recebe o impacto direto do conjunto de
processos que desencadeiam ao comandar, produzir, fornecer ou consumir, etc.
Não perdendo de vista o foco do econômico e do produtivo, pois neles centram as
funções que justificam a existência daquela organização. Contudo, tais
segmentos não podem mais ser exclusivisados e únicos, mas inseridos entre os
demais, o que chamamos de abordagem inclusivista. Esta a grande função do
presente trabalho frente às demandas macro do atual momento visto pela ótica da
globalidade empresarial e econômica que o acerca.
Desta feita, as regras e normas
devem ser definidas e difundidas por todos, e, principalmente, por aqueles que
vão cumpri-las. Gerentes e gerenciados, governo e sociedade, pais e filhos,
professores e alunos, por exemplo, definem juntos os segmentos que devem ser
cumpridos em cada ambiente em si, para que todos, dentro do possível, se sintam
satisfeitos. As ideologias são também consideradas e não só os critérios
técnicos e operacionais, colocando um fim definitivo no exacerbado pragmatismo,
na superficialidade como estas coisas ainda são tratadas. As diferenças
individuais são incluídas e consideradas nos processos de produção e trabalho
para que todos ganhem. O bem-estar, os benefícios reais sejam redistribuídos
para todos e não, para os poucos que, nos modelos convencionais de planejamento
e gestão, detêm o poder de decidir e o acesso total aos meios de produção e ao
lucro decorrente das ações decididas, impostas, e, logicamente, cumpridas quase
sempre em prejuízo das maiorias.
Não existe casualidade direta e
as variáveis são, na verdade, mais que dependentes – elas são interdependentes – dentro da relação de causa/efeito/processo/resultado de tudo
que é feito, do como é feito, do para que e para quem é feito. E, logicamente
do, contra o que e contra quem pode estar sendo feito, dentro de uma visão mais
ampla de tais processos ao longo do processo histórico de evolução da
humanidade, das ciências, técnicas e suas práticas contextualizadas caso a
caso.
. Portanto, a reflexão deve ser
permanente, em alto nível, evolutiva, volátil, flexível e com bases críticas,
viáveis e exequíveis. Na presente abordagem de planejamento é dado um grande “não” aos mecanicismos meramente
funcionais e apenas práticos das organizações: burocracia estanque, burra e
desnecessária; aos instrumentos do poder pelo poder; pragmatismo excessivo;
frieza. Busca-se, uma organicidade flexível e adaptável, preocupada com o ser
humano, a ecologia, a ética, a qualidade de vida – e, não só, produção e lucro.
Cargos sempre modificados e redefinidos dentro da flexibilidade possível,
reconhecendo mudanças e surpresas que podem ocorrer. Decisões descentralizadas
ao máximo e amplitude de comando em organizações diferenciadas e integradas. Atendendo,
cada uma, seus regimes, climas, momentos, problemas, clientes, realidades micro
e macro dentro delas e em sua volta. Ou seja, as organizações saem da vala
comum, da mais que ultrapassada visão de padrão. Elas precisam ter algo de
novo, de diferente, de personalizado no sentido de ajustarem adequadamente às
sociedades e às pessoas a que servem. Abandonando, gradualmente, o modelo
pré-existente, inadequado e tendendo a personalizar, a diferenciar a sua
identidade, métodos, técnicas, processos, clima, cultura e serviços que
prestam.
Não se atinge a eficácia seguindo
um exclusivo método ou modelo, o que é, um grande equívoco cometido a séculos.
Inexiste uma única forma melhor. Há sempre e infinitamente uma melhor maneira
de se organizar, planejar, gerir e fazer as coisas. Por isso, devemos estar
sempre prontos para as mudanças, as transformações e abertos ao novo, à
crítica, para não nos defasarmos em termos de tempo, espaço, ação, processos,
tecnologias, demandas e resultados.
Tudo depende da interface com o ambiente
externo. Sendo a organização que planeja um sistema complexo, composto de
vários subsistemas, gerando juntos e interligados um supra-sistema ambiental
que responde diretamente a tudo que lhe
é feito – ou que deixa de ser feito, ou seja, é omitido. Daí as grandes crises,
os problemas, a dor, os sofrimentos, a violência, as misérias, as secas, o
calor excessivo, a poluição, a destruição do meio ambiente, enfim, tudo o que a
cegueira conceitual das nossas formas de gerir e de gerenciar não nos permite
enxergar, planejar e executar em uma perspectiva nova e diferente.
Dificultando, ou melhor, impossibilitando, por assim dizer, a criação e o
desenvolvimento uma cultura organizacional que dê respostas assertivas aos
problemas que temos. E, também, desencadeando outros valores: mais honestos,
justos, humanos, livres, que, ao que parece, é o que todos queremos.
Para isso, dependemos sempre de formulações
conceituais e de maneiras abrangentes de estudar os campos não-físicos das
organizações, da ciência, da tecnologia, do clima social, do ambiente e da vida
que não podem ser simplificadas, como tem sido, a processos de produção e lucro
a qualquer custo o que é uma grande irresponsabilidade de nós, seres humanos
que fazemos as coisas acontecer. Vimos, aqui, buscando encontrar, como primeiro
passo, a unidade entre todos estes aspectos por meio de utros inputs,
novos out-puts e feedbacks diferenciados e contínuos:
um novo sistema. É o que necessitamos para sairmos do falso e sonolento
consenso mórbido, conservador e doentio. Partindo rumo a uma abordagem mais
global das organizações como sistemas eminentemente abertos, com comportamentos
cíclicos, evolutivos, probabilísticos e não-determínisticos, o que não podemos
mais aceitar.
Bem ao contrário de como, infelizmente, ainda
é visto dentro do importantíssimo, mas ultrapassado modelo mecanicista de
planejar, gerir e administrar. A proposta sistêmico-contingencial trabalha com
a interdependência contínua das partes, uma interligação perfeita rumo à homeostase – equilíbrio dinâmico – entre
tudo e todos – para tudo e para todos
– com ganhos gradativos, sistêmicos e permanentes. Melhorando, não só as
organizações, seus méritos, como também a vida dos que, direta ou
indiretamente, a elas se ligam – o que, para nós é, infinitamente, mais
importante. Caso contrário, tudo não passa de um esforço inútil, com o qual
atiramos no lixo as chances de viver bem, em sua plenitude possível, permeando
um novo sistema de planejar e gerir conforme as exigências factíveis do mundo e
do mercado de hoje. É preciso, portanto, revolucionar, de imediato as
mentalidades, tornando o ser humano mais capaz de pensar, sentir e agir ao
mesmo tempo. O que, sem dúvidas, está dentro das exigências do novo milênio que
a pouco começamos a viver. Não podendo
mais, repetir os ciclos antigos, viciosos e que não podem mais ser permitidos
sob pena de estarmos negando todas as possibilidades
que nos são postas para o sucesso e a vida em plenitude, inclusive, econômica.
III – JUSTIFICATIVA
Todos conhecemos o fato de que os
modelos convencionais de planejamento e gestão já a muito mostram as suas
graves anomalias frente à complexidade dos problemas para os quais buscam
soluções. O comprometimento ideológico de um planejamento com base na ciência
burguesa, na técnica linear, fria e pragmática tem sido um elemento altamente
corrosivo do seu fator de qualidade. Perpetuando as grandes crises que assolam
as organizações em todo o mundo e os segmentos da chamada vida moderna da
sociedade contemporânea. O desespero, o desmando, a violência e o crime, por
exemplo, não são mais, infelizmente, aspectos exclusivos das capitais e dos
grandes centros. Sucumbem-se hoje a eles, o homem do campo, os moradores das
pequenas e pacatas cidades, apenas para exemplificar. E claro que o
planejamento e a gestão que definem os valores numa sociedade capitalista são grandes
responsáveis por esta dura realidade e é preciso que seus agentes se
conscientizem disto com a máxima urgência. É uma chamada para a possibilidade
de se continuar a viver com um mínimo de cidadania, o que sobrevém, inclusive,
dos mercados e do trabalho. Além, é claro, de se buscar diretamente a solução
para os problemas e as crises internas de nossas empresas, órgãos, serviços
públicos, escolas, entidades.
A corrupção, as maldades gratuitas,
as intempéries do tempo são frutos da exacerbada exploração da natureza do
homem, num plano absolutamente competitivo que nossos modelos de gestão sempre
aprimoram, até de forma inconsciente. Criando, desta forma, os gravíssimos
problemas aqui já apresentados. E tudo são fatores que se interligam à condução
da gestão econômica, da administração, do planejamento. Precisamos, enfim, de
um novo
paradigma que inclusa processos e resultados, empatia, responsabilidade
social, ética e demais mobilidades dinâmicas muito mais que necessárias, mas,
esquecidas nos fundos de nossas gavetas. E o entendimento profundo das questões
humanas, do teor da ação política à qual se insere, requerem uma nova proposta
teórico-prática, que é o que aqui apresentamos. O novo planejamento, ao mesmo
tempo sistêmico e contingencial envolve toda uma fundamentação
filosófica de valores e princípios solidários, criticamente conscientes e
validados nos processos de uma administração de excelente qualidade. Agregando,
enfim, os fatores da vida humana: seu objetivo precípuo, sem o quê, nada se
justifica.
Diferencial Metodológico do Planejamento Sistêmico-Contingencial
Este planejamento visa uma ação
integrada e permanente de todos os envolvidos no esquema, tornando-se,
efetivamente responsáveis pela sua execução e êxito. Minimizando a necessidade
de controles e punições prejudiciais às pessoas e ao ambiente de trabalho,
criando bloqueios negativos e desnecessários. Passando cada um a interferir na definição de políticas, diretrizes e ações,
a partir de suas vontades próprias e
situações específicas. Cumpre-se, desta forma, a organicidade a sua função democrática e
produtiva que constitui a evolução necessária. Ajuda na definição de novos
valores, na humanização dos processos e na distribuição equitativa de todos os
meios, processos e resultados. Pois dividir o poder de decisão não é mais
apenas um recurso, mas uma estratégia altamente eficiente para qualquer
organização moderna. Agindo assim gera as mudanças necessárias para o seu bom
funcionamento e a plenitude do alcance de suas metas em termos mais gerais.
Nele, todo o plano de trabalho envolve
uma capacitação das pessoas. Propiciando, portanto, o desenvolvimento
individual, comunitário e social, partindo da priorização no esquema técnico e,
evidentemente, dos seus fatores produtivos. Integra os referenciais
ideológicos, filosóficos, emocionais, culturais e políticos. E não, apenas,
integrando de forma simplista, a ciência e a técnica que acabam por ser
eficientes de um lado e devastadoras de outro.
É um esquema de trabalho
desenvolvido por toda a inteligência humana: racional-intelectiva,
afetivo-emocional e prático-operacional. Culminando com a inteireza de ação
entre os resultados que se esperam e os processos que se desencadeiam em toda e
qualquer ação, não só do planejamento,
mas, também, da sua implementação, acompanhamento e consequências mais gerais.
Desencadeia um plano flexível,
mutável a qualquer momento. O que prioriza o tempo presente, as histórias, os contextos
e as mudanças que deverão ocorrer. Prioriza a produtividade e a lucratividade mas considera a melhoria da qualidade da vida
em todos os fatores trabalhados. Norteando, a partir deste princípio
fundamental todos os referencias, as ferramentas com as quais trabalha, as
metodologias e os projetos de ação que deverão, a partir daí, ser
desenvolvidos.
É um planejamento para satisfazer as pessoas –
e não para as pessoas satisfazerem o
planejamento e as normas – como vem sendo concebidas e elaboradas as
metodologias antigas, infelizmente, em vigor até os dias atuais. Que satisfazem
técnicas, abstrações e burocracias sem
vida. Levando o ser humano, enquanto produtor ou consumidor, a se escravizar,
para, se quiser, adaptar-se a elas, mesmo que custe desgastes e sofrimentos de
todas as ordens, inclusive, psicológica. Quando, no final das contas, deveria
ser absolutamente ao contrário – que é, enfim, o que buscamos.
Nesta metodologia, inserem-se a
responsabilidade, a motivação e a integração de todos. Pois a sua abordagem
fará com que as pessoas trabalhem com afinco, vontade, agregando sonhos,
desejos e alegrias concretas e duradouras. Possibilita, finalmente, a
assertividade plena da ação, o que leva, consequentemente, à drástica redução
de gastos, custos operacionais, desperdícios, doenças, absenteísmos e outras
mazelas. Amplia, de forma natural e automática a satisfação de todos, tendo
como consequência natural, melhores produtos e mais resultados. Descentralizado
benefícios concretos para todos e não apenas para os que representam os regimes
e domínios organizacionais defasados no tempo e no espaço, pois vivemos na era
do saber, das tecnologias avançadas e do pleno reconhecimento dos direitos e
dos valores humanos. Trata-se de uma concepção generalista – aplicável em
quaisquer campos de ação da vida humana – dependendo apenas de pequenos ajustes
caso a caso. Evitando, por meio dela o amplo desperdício de tecnologias e
conhecimentos, mão de obra, tempo, recursos, o desgaste, a insatisfação das
pessoas, as crises, as violências simbólicas e concretas. Em síntese, traduz-se
em melhorias reais para a organização, a
vida, a produtividade e a economia.
A visão que temos de planejamento
está centrada numa perspectiva unidimensional que é o lucro pelo lucro ou o
ganho pelo ganho a qualquer preço, se for o caso. E isto é demasiado pobre e
muito prejudicial para atender às complexidades
do mundo e dos problemas que já transcenderam a uma filosofia dialética.
Dá, portanto, um tratamento simplista a questões que, na verdade, são bem mais
do que complexas. Visando solucionar esta grave defasagem, a Metodologia
do Planejamento Sistêmico-Contingencial trabalha com a
tridimensionalidade dos fatos e fenômenos, a que denominamos:
QUINZE TRÍADES SISTÊMICO-CONTINGENCIAIS
NECESSÁRIAS
1.
Eficiência/eficácia/efetividade –
fazer a
coisa certa, fazer certo a coisa e fazer certo a coisa certa;
2.
Processo/produto/contexto – métodos e aplicações, a qualidade
do que se faz e a consideração de para quem se faz;
3.
Causa/efeito
(integrados)/processo/resultado – visão inteira da problemática e suas
circunstâncias, atuando em todas as suas dimensões de forma autêntica e
simultânea;
4.
Teoria/prática/práxis – relativizar o discurso e a ação
que só terão validade com as transformações qualitativas concretas e para
melhor;
5.
Objetividade/subjetividade/intersubjetividade
– superar o
sempre foi assim e ter que ser assim, as coisas mudam, se transformam e são
relativizadas o tempo todo;
6.
Ciência/física/metafísica – transcender à limitada abordagem
da ciência convencional e suas práticas no real concreto das coisas, perceber
além, desenvolver o senso, a criatividade, a percepção dos fatos;
7.
Inputs/outputs/feedbacks – elementos que entram, resultados,
produtos, ações, pensamentos que saem para a faixa interna da organização,
avaliação permanente para a correção de possíveis falhas e defasagens, no
geral, historicamente acumuladas e não percebidas;
8.
Políticas/diretrizes/ações – as ações são realizadas depois de
uma análise completa das suas possíveis interferências no processo como um todo
e dos fundamentos políticos e filosóficos que as trouxeram à tona;
9.
Técnica/lucratividade/humanização
– a
produção, a produtividade são consideradas como pontos primordiais de todo o
processo, mas articuladas com a humanização da tecnologia e o favorecimento
para a melhoria da qualidade da vida de produtores e consumidores;
10.
Integração/recorrência/probabilidade
– cumprimento
das fases do trabalho pelo pensamento complexo: ciclos e mine ciclos lógicos,
sensitivos e operacionais de forma intercomplementar e evolutiva;
11.
Relativização global
custo/despesa/lucro – todas as interações econômicas e lucrativas vistas como globais,
envolvendo o material, o imaterial, direito, deveres e demais ponderações;
12.
Entropia/Anatropia/Homeostase – permanente equilíbrio dinâmico
entre os processos contínuos de evolução e quedas em todo o processo;
13.
Competência técnica/compromisso
político/responsabilidade ética – integração entre os processos de produção técnica,
da interferência dele no respeito à dignidade e à cidadania em sentido pleno;
14.
Inclusividade/integração/continuidade
– preocupação
permanente em incluir sistemas, aspectos e elementos, buscando integrá-los para
a continuidade em busca de melhoras contínuas;
15.
Ecologia humana/ambiental/social
– concepção
profunda do ser humano, do ambiente e da sociedade, vistas como realidade uma e
em evolução permanente.
IV – OBJETIVOS
4.1
– Geral:
Implementar o planejamento com relação
sistema/contingência, buscando soluções eficientes, eficazes, efetivas,
econômicas, congruentes e ecológicas para os problemas de cada organização, quais sejam: órgãos públicos, Ongs, empresas,
escolas, governos, entidades, sociedade civil organizada e afins. Modificando a
visão das pessoas, as formas de gerir e a conquista de melhorias concretas em
todos os aspectos envolvidos, criando um Novo Plano de Gestão a ser implantado,
acompanhado e avaliado de conformidade com os princípios norteadores aqui
propostos.
4.2 – Específicos:
- Desenvolver nas pessoas as
concepções necessárias para o pleno embate em relação aos problemas que
vivenciam nas organizações das quais participam elaborando, em conjunto,
um novo plano catalisador técnico, econômico, humano e social, o que
sintetiza uma melhor qualidade de vida das pessoas e das organizações nos
planos sistêmico (o todo) e contingencial (as partes).
- Buscar a plena assertividade
na resolução dos problemas gerais e específicos, por meio do crescimento e
melhoria das pessoas, da qualidade do esquema tático e operacional do
trabalho e das ações desencadeadas ao longo do processo de produção e
produtividade esperadas.
- Utilizar, corretamente, de
uma tecnologia melhor fundamentada técnica, filosófica e ideologicamente,
num plano de entendimento e ação rumo a otimizar soluções e angariar
benefícios diretos e indiretos para a organização, as pessoas e à
sociedade ao qual se insere.
- Mudar a mentalidade para
melhora prática e conceitual quebrando tabus, expulsando preconceitos,
montando, a partir daí um novo esquema de eficiência técnica, produtiva,
econômica, humana, social e política dentre, outras que se fazem
necessárias frente à complexidade organizacional que temos.
- Implementar sucessivas
propostas de planejamento e ação com base em princípios, valores e fundamentos
da eficácia profissional, do
compromisso político com os micros e o macro sistemas e o uso de
tecnologias inovadoras.
- Intercambiar – trocar – processos
alternativos para maiores ganhos, lucros, não só econômicos, mas em
sentido global, possibilitando novos ciclos de evolução dentro das metas que se visa a atingir.
- Reelaborar os planos de
trabalho, de conformidade com as concepções apresentadas, discutidas e
sistematizadas ao longo da implementação da metodologia, em consonância
com o desenvolvimento global dos vários segmentos organizacionais e
humanos envolvidos.
V – IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Metodologia de Implementação do Planejamento Sistêmico-Contingencial:
Fases/Etapas/Filosofia/Ações:
·
Etapas a Implementar: Seleção de um grupo representativo
dos segmentos integrantes do
tema/problema a ser trabalhado (em todos os níveis de mando, assessoria
ação e execução). Ministrar o Workshop – com no mínimo 30
(trinta horas-atividade) para a fundamentação teórica, discussão e
amadurecimento de todos os processos cos envolvidos. Introdução ao contexto
metodológico da prática de planejamento em seus aspectos básicos para a sua
implantação no esquema real. Assim, serão necessárias outras 20 (vinte) horas
de trabalho para a etapa de implantação, concluindo aí a coleta de dados e o
diagnóstico que se expandirão em planos táticos específicos para cada caso, devidamente
negociados.
·
Método de trabalho: Indução e dedução (simultâneas),
argumentação, sistematização e conclusões (de aprendizagem e de aplicação). Uso
de estudos dirigidos, dinâmicas de grupo, simulações, debates, análises de
cases, vídeos, documentários, experiências diversas, psicodramas, leituras e
desdobramentos dos temas trabalhados até sanar absolutamente todas as dúvidas.
Atividades lúdicas e corporais: respiração, alongamentos, toques, etc.
·
Elaboração do Novo Plano de Ação: frente à visão diferenciada de todo o esquema,
para a execução final do planejamento em termos dos objetivos e metas que se
deseja alcançar.
Currículo Mínimo do Facilitador: Prof. Antonio da Costa Neto é
doutorando em Sociologia do
Desenvolvimento, Mestre em Políticas e Planejamento da Educação, Administrador
e Especialista em Didática do Ensino Superior e Gestão de Pessoas. Professor universitário, pesquisador,
consultor em planejamento e gestão, conferencista na área e autor de vários
livros e artigos afins. Tem vasta experiência nos campos da pesquisa e da
investigação científica, especialmente, nas áreas de educação e gestão de
pessoas. Presta consultorias para empresas, órgãos do governo, centros
universitários, prefeituras e outras instituições educacionais Elabora,
implanta e acompanha projetos de modernização administrativa, gestão ambiental,
saúde do trabalhador, mudança de paradigmas, clima organizacional, qualidade de
vida e outros. Prestou serviços afins, incluindo, a presente metodologia para,
dentre outros, os principais clientes:
·
Vídeo Way
– empresa de vídeo, designer, comunicação, propaganda e marketing, de Brasília
– DF;
·
IDR –
atual Escola de Governo do Distrito Federal, incluindo: Novacap, SHIS – Cia de
Habitação do DF; SINE – DF; Secretaria de Governo do DF; Administrações
Regionais do Distrito Federal;
·
Governo
Federal: Ministérios das Comunicações, da Justiça, da Educação, dos Transportes
e do Turismo;
·
Prefeituras:
Pará de Minas – MG, Silvânia-GO; Pará de Minas-MG, Resende-RJ, Goiânia-GO,
Cidade Ocidental-GO;
·
Empresas
e Outras Organizações: Maranata – Materiais para Construção – DF, Mais
Atacadista – DF, Banco do Brasil – S/A (setor de tecnologias e
desenvolvimento);
·
Elaboração,
implantação e acompanhamento do PPI – Projeto Pedagógico Institucional do UDF –
Centro Universitário do Distrito Federal;
·
Prestação
de serviços de consultoria organizacional ao SENAI/SENAC/SEBRAE, atuando,
principalmente na CAESB/DF, CEB, Superintendência da Pesca, Núcleo de
Pós-Graduação em Administração da Universidade de Brasília – UnB.
·
Exercício
regular do magistério superior público e privado: Universidade de Brasília –
UnB; Universidade Estadual de Goiás – UEG; UniCeub – Centro Universitário de
Ensino Unificado de Brasília; IESB – Instituto de Educação Superior de
Brasília.
Recursos Necessários: Sala
ampla, arejada, bem iluminada, com cadeiras móveis, quadro, flip-chart,
pincéis, TV, aparelho de DVD, papel pardo (bastante folhas). Custos
operacionais: a negociar caso a caso, incluindo: horas-aula trabalhadas,
traslado e estada do facilitador. O diferencial da metodologia exige que
trabalhemos com simulações, debates, aberturas de diálogos, reflexões,
dinamicidade, etc. o que demanda, além de tempo, cuidados bastante especiais
para que se possam atingir às metas esperadas. A proposta do Planejamento Sistêmico-Contingencial
constitui, na prática, um grande avanço frente às concepções tradicionais do
planejar nas organizações (estratégica, tática, operacional, etc.), em função
das suas características, que podemos considerar como as mais importantes:
·
Enfoque tridimensional: diferente das abordagens unidimensionais, que
consideram unicamente o aspecto racional, o lógico das ações. Esta metodologia
prioriza o racional, mas também inclui o afetivo, emocional e o prático. Dando
um enfoque muito mais completo. Assim, o Planejamento
Sistêmico-Contingencial considera os potenciais lógicos, os emocionais e os
operacionais dos que o elaboram e o executam. Bem como, dos que se utilizam de
sua ação e resultados na prática em que ele, efetivamente, acontece. Então,
considera e utiliza a inteireza das pessoas e não apenas as suas competências e
conhecimentos técnicos e profissionais.
·
Filosofia dual: opera, nos mínimos operacionais com que trabalha a dualidade dos processos.
Pois visa a sua completa interação com os meios interno e externo, complexos e
biodiversificados, dentro e fora da organização. Assim, ao se tomar toda e
qualquer decisão, são feitas, antes, as seguintes perguntas:- A favor de que e de quem estamos trabalhando?- Contra o que e contra quem poderão atuar
tais processos e resultados? As políticas e diretrizes só são adotadas
conscientemente, e, a partir de critérios elaborados e bem estudando tentando
evitar falhas e defasagens de quaisquer espécies. Nesta metodologia não há
lugar para ingenuidades técnicas, econômicas, humanas e sociais outras. Mas
tudo é feito mediante um estudo criterioso de um conjunto de possibilidades.
Igualmente, não se buscam apenas resultados, que são, logicamente, priorizados;
mas são tão importantes quanto os processos que se desencadeiam. Assim, ambos são considerados e respeitados o
tempo todo. Não podendo ser sacrificados e nem suprimidos um ou outro. Nem no
sistema, o todo, nem na contingência, a parte.
·
Concepção técnica e política: no conjunto de atividades, funções e tarefas que
constituem a consecução e a execução do planejamento, são definidas como
técnicas ou políticas. Há aquelas que dependem do conhecimento, da abordagem
tecnológica e da experiência teórico, conceitual e prática das equipes que as
executam. Mas há também as de caráter político, que envolvem a emoção, o
sentimento, o desejo, o caráter, a posição, as crenças, valores, desejos das
pessoas. Portanto, ao se definir uma equipe de trabalho é preciso se considerar
todo este potencial de variáveis e valores. Levando-se em conta a
especificidade da organização, do momento, da situação ou do projeto trabalhado,
especificamente.
·
Ação inclusivista: nesta linha de ação se inclui, e nunca exclui segmentos e fatores.
Planeja-se para o bem de tudo, e, principalmente, de todos. Portanto, são
considerados os impactos possíveis do planejar, do pensar e do fazer no
processo macro-dinâmico: o técnico, o econômico, o político, o ético, o
psicológico, o social, o humano e o ecológico, dentre outros, caso. Medidas são
tomadas dentro de uma maneira inclusiva, ou seja, quando
beneficiam a todos os segmentos. E não, para beneficiarem a alguns e
prejudicarem os demais, conforme os modelos tradicionais de planejamento e
gestão. Normalmente, apenas se pensa no econômico, no lucro, desprezando-se
todos os demais aspectos. Sendo esta, exatamente a grande crítica que é feita e
que aqui se busca superar. Entende-se hoje por abordagem sistêmico-contingencial a
fusão e confluência dos instrumentos táticos e operacionais que envolvem as
linhas de ação do planejamento e que visem ao alcance das melhores estratégias
possíveis para a solução dos problemas de uma organização, interna e
externamente. Uma visão macro, global de todo processo. Modernamente também
denominado de Planejamento
Sistêmico-Contingencial, conforme aqui denominamos. Trabalha-se num
enfoque de construção coletiva. Incluindo critérios de definição democrática
das decisões. Envolvendo o processo macro-dinâmico, tanto interno, quanto
externo. Podendo ser consideradas como suas grandes vantagens os seguintes
diferenciais:
a) visão sistêmica: integração e percepção do
todo que envolve proces-
sos
organizacional e humano;
b)
concepção ideológica: o
compromisso político com a busca de melho-
rias contínuas
de todos os fatores que integram direta ou indiretamente
a organização e
as qualidades política, técnica, produtiva, econômica ,
social e ecológica da sua vida e de
quem nela atua.
Os elementos necessários à visão
do todo e das estratégias a serem trabalhadas, podem ser, então, assim
enumerados:
·
Missão: é a razão maior de
existência de uma organização, a sua função permanente no contexto da
sociedade. O que dela se espera, legitimando a sua existência no meio em que se
inclui: princípios, concepções, ideologias, filosofia de ação, métodos,
processos, atividades, funções e efetivos resultados, priorizando o
técnico-produtivo e o econômico-financeiro, mas incluindo todos os demais
aspectos da condição humana.
·
Meta: o resultado maior que
se busca atingir num determinado projeto, plano de trabalho, ou o fim da
organização como um todo. Para o quê, inclusive, busca-se o Planejamento como
instrumento facilitador de seu alcance.
·
Objetivos: pontos quantificáveis
que são atingidos pela organização, a cada passo, por meio do trabalho ou
projetos específicos, enquanto se busca alcançar a meta. Para um alcance
didático, dizemos que são, em síntese, “as pequenas metas” necessárias à
concretização da “meta maior”.
·
Problemática: é o que se deseja
solucionar, ou pontos que não satisfazem
plenamente e que dificultam o atingir de
objetivos, metas ou o cumprimento da missão. São as várias dificuldades que
emperram o pleno atendimento da meta (conjunto dos problemas detectados).
·
Análise Processual
dos Problemas: é o estudo criterioso e sistemático de cada um dos problemas
priorizados, buscando identificar: a)Causas: o que levou o problema a
acontecer; b) Efeitos: o que cada causa trás como consequência
imediata (levando, o somatório dos efeitos, a caracterizar o problema); c)
Processos: como estes efeitos se operacionalizam na prática; d) Resultados:
a globalidade das consequências, fruto da inclusão das causas, dos efeitos e
dos processos que interferem na vida da
organização e das pessoas. Tal entendimento irá subsidiar a realização da etapa
posterior que pode ser assim classificada para fins operacionais em:
Matrizes
Vetoriais de Problemas e Operações:
I – o instrumento de análise da
tipologia de impactos causados por cada solução em todos os problemas que foram
priorizados para a realização do trabalho. A existência de um ou mais impactos
negativos leva à necessidade de se repensar estrategicamente a solução
encontrada, até transformar todos os impactos em positivos, ou no mínimo,
neutros em relação à problemática maior: ou seja, o encontro da melhor solução
possível, ou, como denominamos, a Solução Estratégica, cujo encontro,
a aplicação e a avaliação constante e integrada constitui, em si, o motivo de
se implementar a presente metodologia.
II – igualmente, a ferramenta de análise
dos impactos das Soluções Estratégicas
nos elementos que constituem a macro-dinâmica de toda a organização (em termos
internos e externos). Para só, então ai, termos definidas as Políticas & Diretrizes que serão,
futuramente, implementadas dentro do esquema geral de trabalho. É, pois, um
instrumento utilizado aqui no sentido de se fazer o perfeito cruzamento de
todos os dados coletados, para, só assim, definir as:
Políticas & Diretrizes – P&D: as definições
mínimas que irão orientar os Novos Planos de Ação que serão elaborados depois
de “otimizadas” as soluções estratégicas
em relação ao processo macro-dinâmico.
Elas constituem, efetivamente, o que
irá ser colocado em prática para se consolidar a práxis – as mudanças propostas – que se busca com o planejamento específico.
Entendendo, finalmente que, as pessoas, uma vez qualificadas e orientadas por
tais processos terão melhores meios e condições de se concretizar as
transformações internas e externas esperadas e difundidas. Caso contrário, não
se justifica a execução deste trabalho.
·
Processos a
Desencadear: ações, transformações, atitudes, comportamentos e/ou performances
pessoais e gerais desencadeadas no planejamento ou através dele. Aspectos nos
quais as pessoas melhoraram, aperfeiçoaram seu comportamento, visão,
personalidade e demais aspectos afins. Ou a nova dinâmica de processamento das
operações no cotidiano organizacional: práxis humanas, técnicas, econômicas e
outras relacionadas com a efetiva melhoria da
capacidade das pessoas, e, consequentemente, dos produtos, dos serviços
e dos resultados gerais da ação organizacional.
·
Resultados a Atingir: aspectos concretos
que se espera que aconteça com o Planejamento, uma vez implementado pela
organização. O que será feito de novo e os seus critérios devidamente associados
aos processos, devem constituir o pleno atendimento dos objetivos e metas
(somados e integrados). O bom planejamento deverá favorecer à concretização dos
resultados anteriormente previstos, ou ultrapassá-los qualitativa e
quantitativamente, para a melhora concreta do todo, entendendo a organização
suas atividades, as pessoas, a sociedade e suas relações.
·
Novos Planos de
Trabalho: os vários subprojetos que se originam no planejamento elaborado e
executado naquela organização. Considerando, na prática concreta, suas
especificidades, planos, metas, momento e objetivos que circundam a missão
organizacional naquela dada realidade e com a a implementação da presente
metodologia.
VI – PROGRAMA SIMPLIFICADO DO WORKSHOP
Apresentamos aqui uma síntese
básica do programa do workshop, que, evidentemente, será adaptado de
conformidade com os grupos, a tipologia do trabalho, da organização em si e
demais aspectos. Para tanto, contamos com todo um material de suporte acadêmico
previamente elaborado. O enfoque central deste momento serão as técnicas e os
manejos utilizados nos processos de ensino e de aprendizagem, visando a livre
intermediação da pessoa, do conhecimento, da opinião, do desejo, ritmo e estilo
de cada um que deverá ser conhecido e respeitado ao longo de todo o processo
por meio de:
a) negociação – sempre – e nunca, imposição de
táticas, regras ou normas;
b) votação e aprovação das regras vigentes;
c) indução e dedução simultâneas;
d) horizontalidade democrática do tratamento das
pessoas;
e) argumentação espontânea e permitida – até
encorajada;
f) aproveitamento da sistematização, novas
ideias, críticas, sugestões, etc.;
g) conclusões de aprendizagem e de aplicação a
cada uma das unidades.
Podemos, então, sintetizar, genericamente, o
conteúdo e os programas dos workshops,
como sendo:
6.1 – Apresentação fundamentada do plano de trabalho: elaboração conjunta e votação
das normas para o evento. Todos deverão ter adesão a este processo, no sentido
de se cativar a participação intensa, democrática e efetiva de todos, visando,
portanto, um melhor resultado possível do workshop.
6.2 – Os paradigmas em planejamento: o novo e o antigo. A ciência, a técnica, a
filosofia e os processos ideológicos no planejamento. O enfoque tridimensional:
científico, afetivo e operacional. Processos e resultados, ação, dinamicidade,
perguntas e respostas, surpresas, tomadas de decisão e suas contingências.
6.3 – O esquema individual e a sua interferência no processo de
planejar. A
condição, a posição das pessoas, os enfoques, carências, necessidades, visão de
mundo, jogos de poder e de interesse na ação de planejar. Relações de grupos e
subgrupos.
6.4 – Introdução ao Planejamento Sistêmico-Contingencial: fases e etapas. Aspectos
técnicos e políticos. A importância da tomada de decisão, seus fatores diretos,
indiretos e as interferências conscientes e inconscientes que sofrem.
Importância fundamental deste processo. Estudo complementar dele: formas ética,
técnica, política, ideológica, resultados, produção, produtividade, práxis
diversas.
6.5 – A implementação do Planejamento: a) Definição do Tema: objetivos, problemas; b)
Coleta de dados e diagnóstico situacional; c) Priorização das dinâmicas e
metas;. d) Prontidão material, intelectual, social e política para o planejar;
e)Processo de tomada de decisão: importância política, aspectos trans e multi disciplinares,
interferências e complexidades; f) Enfoque experimental do planejamento: o que
poderá ou não funcionar, processos e resultados, jogos de satisfação e de
poder, preparo adequado das pessoas e dos instrumentos; g) Implantação – fases,
etapas, estudos dos problemas, soluções e suas intercorrências; h)
Acompanhamento: retroalimentação,
adaptação de cada uma das fases, se necessário; i) Feedback contínuo dos
processos e resultados; correção de possíveis falhas e defasagens, análise de
aspectos e critérios tangíveis ou não, tanto no sistema, quanto em cada uma das
contingências trabalhadas.
6.6 – Implementação do Planejamento Sistêmico-Contingencial: a) Escolha e priorização dos
problemas para os quais vamos planejar as soluções; b) Definição dos problemas
a partir dos mínimos operacionais: O quê? Como? Para quê? Para quem? Com o que?
A favor de que e de quem? Contra o que e contra quem? c) Análise Processual dos
Problemas; d) Matrizes Vetoriais de Problemas e Operações I e II; e) Definição
e discussão das políticas e diretrizes a implementar; f) Elaboração detalhada
do Novo
Planejamento em termos de Planos de trabalho dentro do melhor enfoque
metodológico escolhido pelo grupo sob a orientação do facilitador.
6.7 – Discussão, resoluções complementares das soluções: Discussão final do plano e
definição operacional da continuidade. Esclarecimento de possíveis dúvidas,
debates e outros informes. Conclusões, análises e avaliações pessoais, feitas
em rodízio, dando, a cada um dos elementos do grupo a oportunidade de voz para
uma palavra final a fim de satisfazer
possíveis necessidades de todos neste sentido. Encerramento dos trabalhos e
despedida afetiva do grupo.
VII – DADOS COMPLEMENTARES
Esta metodologia de trabalho,
agregando concepções filosóficas semelhantes, tornou-se, ao longo dos tempos
mais necessária frente às agruras, dificuldades, problemas, limitações de
nossas das organizações – e, logicamente, das pessoas que as compõem – e os
conflitos gerais que, em última análise, precisam ser superados com a urgência
possível, frente às exigências do mercado e da realidade da vida que daí advém.
Numa rápida análise, podemos ver a
insatisfação quase que generalizada do trabalhador exposto a esquemas de
opressão e exploração descabidas para o nosso tempo. O que, por sua vez gera as
crises, o absenteísmo que tudo prejudica em termos de produção, produto, lucro
e a efetiva cultura organizacional que requer medidas profundas e não mais,
meros aparatos superficiais, apenas negligenciadores de uma realidade muito
mais do que preocupante, não só para as organizações, mas para a sociedade e a
vida no seu sentido global e em, praticamente, todas as dimensões do mundo.
É um programa que visa
a capacitação e o preparo técnico, mental, ideológico, político e
sensitivo das pessoas, num tempo em que a tecnologia e o desenvolvimento
científico não podem mais permitir certas fragilidades e lacunas entre o
empreender e a boa qualidade de vida no tocante à resolução de seus muitos e cada vez mais complexos
problemas. Em vários aspectos não dá mais para entender e muito menos, aceitar,
o atraso conceitual, a ingenuidade das pessoas, dando espaço para serem
consumidas e exploradas em todos os aspectos. Levando, com isto, a economia, o
mercado, a produção, a técnica, a lucratividade ao mais absoluto caos. Ao mesmo
tempo em que as organizações se corroem, continuam perdidas e perplexas em meio
aos sérios atributos a que podemos testemunhar todos os dias dentro da atual
realidade.
Assim, a metodologia do Planejamento Sistêmico-Contingencial
apresenta seu duplo objeto: o de implementar uma concepção mais ampla, eficaz
de resolução dos problemas organizacionais, administrativos, técnicos, econômicos
e afins. Enquanto – daí o seu diferencial – proporciona às pessoas consciência, criatividade,
sagacidade, malícia para viverem bem e com capacidade de contribuir com
autonomia, visão crítica, iniciativa, criatividade lúdica para a efetiva
melhora da organização, da produção, da produtividade, e, por consequência, de
uma vida concretamente melhor. E são estes os valores que faltam na cultura das
organizações e das empresas para a elasticidade da economia, a garantia de
vantagens, do crescimento econômico e da humanização das relações e da vida
humana, seu objetivo maior, sem o quê, nada se justifica.
Já é muito mais que tempo de
avançarmos em todos estes sentidos. As pessoas precisam tomar consciência do
rumo ideológico das coisas e pararem de lutar cegamente contra elas próprias,
seus destinos, sonhos, desejos, ou seja, competindo com o que deveriam cooperar
e vice-versa. Dificultando, sem que saibam a própria felicidade, a realização de seus
ideias, as conquistas, a plena cidadania. É preciso que elas se revistam de uma
outra ótica, que usem, para isto, lentes de aumento para enxergarem além do
óbvio, para o que são manipuladas pela própria cultura ultrapassada de um
sistema econômico tão perverso quanto o nosso. Que sejam autônomas, críticas e
criativas na busca do que, de fato, seja melhor para todos. Sendo esta a saída
possível.
Nossa cegueira conceitual ainda,
infelizmente, não nos permite abandonar métodos e processos altamente defasados
e que vão de encontro, justamente aos objetivos e metas que buscamos para nossas vidas, nosso trabalho, enfim, para o
que nos acostumamos a chamar de sistema, mas a que damos um tratamento oposto e
por isso, a muito, ele não funciona a contento frente à complexidade dos
problemas que temos. Nada mais pode ser excelente só para quem comanda. Mas ao
contrário, apenas será excelente, se o for, para todos, sem estigmas, escolhas
ou determinações que marginalizam muitos e beneficiam poucos – e o pior, os
mesmos, durante séculos. A realidade do mundo das empresas e do trabalho trás
exigências novas e que ainda não tivemos
o conhecimento e nem coragem ou oportunidades para gozá-las. Devemos fazer tudo para a busca dos encantos do
bem-comum, dos poderes de todos e para todos, da justiça social e outras
belezas e direitos da vida, do trabalho, das relações o que otimizará as
relações, a produtividade e a lucratividade dentro de uma ótica mais global.
Hoje, o produzir bastante e bem
passa por outras consonâncias e exigências. É preciso que o trabalhador seja
sujeito direto dos processos nos quais atua e não mais apenas “coisificado” por regras e normas
estereotipadas por um poder ultrapassado historicamente. Quem trabalha é o ator
da história e, não mais, um mero inocente cumpridor de regras, sem questioná-las e nem saber que
podem ser nocivas ao seu corpo, ao seu espírito à sua vida, perspectivas e
esperanças. Foi-se o tempo desta cegueira doentia, desta ingenuidade sem
precedentes. Precisamos hoje planejar, ampliar e rever fases e processos. Para
que todos ganhem, a justiça social se concretize e nos aproximemos o mais possível
da felicidade para todos os seres vivos, o que depende, também, do fluxo
natural do trabalho e da economia. Assim é que poderemos vislumbrar uma
organização de sucesso, seja ela qual for.
A presente proposta de trabalho
quer ser uma fonte de novos saberes na constituição de um mundo rico, vívido,
de uma sociedade plural, justa e melhor o que, acreditamos, começa no trabalho
e na busca dos meios de vida de cada um de nós. Sem sombras, distinções,
preconceitos, mágoas e sofrimentos. Trata-se de um voo ético. Um trabalho que
busca a eficiência e a eficácia profissionais acima de tudo. Mas não só, com
base na técnica fria. Mas incluindo dignidade, respeito e cidadania, rumo ao
sonho ainda utópico da transformação que, ao que parece, todos desejamos.
Esperamos que a sua realização faça transmutar coisas, balizar mudanças rumo ao
alcance de uma realidade e de uma relação econômico produtiva sempre e cada vez
melhor. Ou seja,na consonância da plenitude possível. Pois a evolução humana,
da ciência e da tecnologia já a muito nos dita estes rumos e as possibilidades.
Falta-nos aprender e enfrentar os desafios – o que nos propomos fazer aqui.
VIII –
BIBLIOGRAFIA BÁSICA CONSULTADA:
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