Muito me intriga o atraso mental, de percepção dos fatos e fenômenos, da qualidade de vida da humanidade apesar do incomensurável avanço da tecnologia, da eletrônica, das inacreditáveis descobertas da ciência moderna. Enquanto satélites artificiais da mais alta precisão circulam pelo universo e o homem visita os mais profundos escombros do infinito, nós continuamos claudicantes, meio cegos à mercê da astuta competição, dos meios articuladores da perversidade humana, expostos à fome, à degradação, à desgraça, à miséria.
E me pergunto, por que o homem consegue resolver problemas tão complexos, enquanto outros, de uma simplicidade absoluta o engole e o devora a olhos vistos todos os dias, tais como a degradação da natureza, o conflito do trânsito urbano, a violência, o fracasso da educação, as endemias? Isso só para exemplificar. É que os comandos hegemônicos de todos os poderes são muitíssimo articulados e conseguem manipular ideologicamente todas as relações e fenômenos. Usam da igreja, dos mitos, da bondade humana para manter as massas, os trabalhadores, o povo, alijados por anos, séculos, sem que percebam a realidade macro e se deixem facilmente, sucumbirem por ela.
E me pergunto, por que o homem consegue resolver problemas tão complexos, enquanto outros, de uma simplicidade absoluta o engole e o devora a olhos vistos todos os dias, tais como a degradação da natureza, o conflito do trânsito urbano, a violência, o fracasso da educação, as endemias? Isso só para exemplificar. É que os comandos hegemônicos de todos os poderes são muitíssimo articulados e conseguem manipular ideologicamente todas as relações e fenômenos. Usam da igreja, dos mitos, da bondade humana para manter as massas, os trabalhadores, o povo, alijados por anos, séculos, sem que percebam a realidade macro e se deixem facilmente, sucumbirem por ela.
Continuamos aflitos e perdidos em meio a tamanhos sofrimentos, opressões e maldades, quando, no longo período de existência e evolução da humanidade já poderíamos ter conquistado a paz verdadeira, a alegria de viver, a cura para nossos males, vislumbrando sonhos, melhorias e felicidades.
A meu ver, isto se deve a duas variáveis muito importantes: a extrema e doentia competição que faz parte do contexto vivencial dos mamíferos, dos animais de sangue quente, dos quais o astuto “bicho homem” faz parte, e, por outro lado, a alienação das pessoas. Há um esforço muito grande em todos os segmentos da sociedade, orientados pela própria competição, de fazer tudo para que o outro se dê mal, que fique subordinado, dependente e que possa sempre obedecer aos ditames de quem se coloca na frente, no poder, no mando.
Assim, o jogo psicológico é da mais extrema importância. O condicionamento que se opera no inconsciente das pessoas e que orienta o seu consciente – que por sua vez se registra no subconsciente é absolutamente fundamental, conforme as teorias do velho Freud, que, é claro, não podem mais ser consideradas isoladamente, mas que fazem parte do arcabouço histórico, conceitual e prático das ciências psicológicas e que não podem ser abandonadas. Os profissionais da psicologia deveriam fazer todo o esforço possível e até impossível para tornar pública esta realidade. E não o fazem, justamente porque seria fortificar a consciência, a crítica, a posição argumentativa do povo que passaria a reivindicar seus direitos, a incomodar o sonolento “status quo”, e por isso mesmo, não é permitido que seja feito.
Fico escandalizado com a falta de desdobramento, da visão unilateral das massas incautas, inocentes úteis ao jugo do poder que só consegue enxergar o lado bom das coisas. Onde será que foi parar a dialética de Aristóteles? Pois as pessoas não têm, no mínimo, um pensamento dual. Acham que o esporte é bom para o corpo, o entretenimento e pronto. Pensam que as escolas ensinam, formam e ajudam a constituir a cidadania, os direitos humanos. Ainda acreditam no teor relaxante e onírico do carnaval e na possível bondade exposta na bíblia sagrada e nos demais instrumentos de coerção religiosa como o alcorão, o livro dos espíritos e muitos mais. Claro que estes fenômenos existem, mas não só, se fazem acompanhar do lado perverso, monstruoso, horrível que ninguém enxerga.
Pensem comigo. Quando rezamos: ..."Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome, seja feita a Vossa vontade..." não estaria o nosso inconsciente abençoando e aceitando os palácios dos governantes, as mansões dos patrões, a definição unilateral por eles de normas, limites e dogmas que apenas os beneficiam? Quando pulamos como macaquitos nas arquibancadas dos estádios, não estamos dando vazão aos direitos que não temos, à comida que nos falta, à precariedade da saúde pública, à falta de habitação, de lazer, de dignidade?
Por que sempre nas novelas da TV Globo o moço bonito, rico, branco, de olhos verdes se casa com a mocinha ingênua e doce, herdando mansões e indústrias que os deixarão felizes – não só até que a morte os separe mas – para sempre? E o carnaval que nos enche de glamour, de poderes mágicos, nos transformando em reis e príncipes por alguns minutos que compensam a fome, a miséria, as enchentes a violência urbana o ano inteiro?
E as escolas que impõem horários, uniformes, conhecimentos, professores, locais, tratando-nos como se fôssemos meros objetos, ferramentas para o lucro futuro do capital internacional e que somos obrigados por lei a freqüentar, a dizer sim, a cumprir todos dos seus muitos rigores e exigências? Quando crianças, vamos para elas para que lavem nossos cérebros e depois de adultos, fazemos todos os esforços, gastamos nossas economias para que elas desgracem nossos filhos e nunca, nem de longe desconfiamos disso.
E as igrejas, seus incrementos, rituais, seu modo incoerente de apregoar a justiça e a caridade como se ambas sinônimos fossem? Os estatutos das empresas, das organizações? E a burocracia inútil que se desdobra anos a fio nos palácios da administração pública fria, linear e cética, buscando a qualquer custo o bem-estar dos poderosos, os lautos banquetes, os iates, as festas, a bebedeira, a luxúria, a farra?
Enquanto isto a pobre humanidade busca apalpando no escuro os caminhos para sobreviver ao caos histórico que assola a sua existência sem objetivos maiores, já que repete há milênios os mesmos ciclos viciosos. Tão cega e fraca, coitada, que ainda acusa de tudo isto e muito mais, justamente aquele que não o é. Que luta e se esforça sempre para que ela, enquanto criança tola, não volte a cair no mesmo abismo, reabrindo suas feridas que poderão não mais cicatrizar de tão reabertas.
Temos mesmo de quebrar os paradigmas, revolucionar as ciências, reconduzir os valores e dogmas que constituem a vida. A ordem é analisar, questionar, desdobrar tudo. Enxergar a dualidade das coisas. Entender que nada é totalmente bom e que, por vezes, o lado ruim, o cruel, o maligno das coisas pode ser um iceberg milhares de vezes maior do que a superfície encantadora que se encontra na superfície e por cima das águas profundas. Havemos de questionar com profundidade, tudo e buscar a imediata correção das falhas e defasagens historicamente acumuladas nos fenômenos humanos e sociais, desde que eles existem e que, tão sabiamente conseguiram esconder suas monstruosidades por vezes, tamanhas. Pelo menos que a humanidade pare de competir com o que deveria cooperar e cooperar com com o queveria competir. Este é o recomeço possível para a condução da vida no planeta.
A meu ver, isto se deve a duas variáveis muito importantes: a extrema e doentia competição que faz parte do contexto vivencial dos mamíferos, dos animais de sangue quente, dos quais o astuto “bicho homem” faz parte, e, por outro lado, a alienação das pessoas. Há um esforço muito grande em todos os segmentos da sociedade, orientados pela própria competição, de fazer tudo para que o outro se dê mal, que fique subordinado, dependente e que possa sempre obedecer aos ditames de quem se coloca na frente, no poder, no mando.
Assim, o jogo psicológico é da mais extrema importância. O condicionamento que se opera no inconsciente das pessoas e que orienta o seu consciente – que por sua vez se registra no subconsciente é absolutamente fundamental, conforme as teorias do velho Freud, que, é claro, não podem mais ser consideradas isoladamente, mas que fazem parte do arcabouço histórico, conceitual e prático das ciências psicológicas e que não podem ser abandonadas. Os profissionais da psicologia deveriam fazer todo o esforço possível e até impossível para tornar pública esta realidade. E não o fazem, justamente porque seria fortificar a consciência, a crítica, a posição argumentativa do povo que passaria a reivindicar seus direitos, a incomodar o sonolento “status quo”, e por isso mesmo, não é permitido que seja feito.
Fico escandalizado com a falta de desdobramento, da visão unilateral das massas incautas, inocentes úteis ao jugo do poder que só consegue enxergar o lado bom das coisas. Onde será que foi parar a dialética de Aristóteles? Pois as pessoas não têm, no mínimo, um pensamento dual. Acham que o esporte é bom para o corpo, o entretenimento e pronto. Pensam que as escolas ensinam, formam e ajudam a constituir a cidadania, os direitos humanos. Ainda acreditam no teor relaxante e onírico do carnaval e na possível bondade exposta na bíblia sagrada e nos demais instrumentos de coerção religiosa como o alcorão, o livro dos espíritos e muitos mais. Claro que estes fenômenos existem, mas não só, se fazem acompanhar do lado perverso, monstruoso, horrível que ninguém enxerga.
Pensem comigo. Quando rezamos: ..."Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome, seja feita a Vossa vontade..." não estaria o nosso inconsciente abençoando e aceitando os palácios dos governantes, as mansões dos patrões, a definição unilateral por eles de normas, limites e dogmas que apenas os beneficiam? Quando pulamos como macaquitos nas arquibancadas dos estádios, não estamos dando vazão aos direitos que não temos, à comida que nos falta, à precariedade da saúde pública, à falta de habitação, de lazer, de dignidade?
Por que sempre nas novelas da TV Globo o moço bonito, rico, branco, de olhos verdes se casa com a mocinha ingênua e doce, herdando mansões e indústrias que os deixarão felizes – não só até que a morte os separe mas – para sempre? E o carnaval que nos enche de glamour, de poderes mágicos, nos transformando em reis e príncipes por alguns minutos que compensam a fome, a miséria, as enchentes a violência urbana o ano inteiro?
E as escolas que impõem horários, uniformes, conhecimentos, professores, locais, tratando-nos como se fôssemos meros objetos, ferramentas para o lucro futuro do capital internacional e que somos obrigados por lei a freqüentar, a dizer sim, a cumprir todos dos seus muitos rigores e exigências? Quando crianças, vamos para elas para que lavem nossos cérebros e depois de adultos, fazemos todos os esforços, gastamos nossas economias para que elas desgracem nossos filhos e nunca, nem de longe desconfiamos disso.
E as igrejas, seus incrementos, rituais, seu modo incoerente de apregoar a justiça e a caridade como se ambas sinônimos fossem? Os estatutos das empresas, das organizações? E a burocracia inútil que se desdobra anos a fio nos palácios da administração pública fria, linear e cética, buscando a qualquer custo o bem-estar dos poderosos, os lautos banquetes, os iates, as festas, a bebedeira, a luxúria, a farra?
Enquanto isto a pobre humanidade busca apalpando no escuro os caminhos para sobreviver ao caos histórico que assola a sua existência sem objetivos maiores, já que repete há milênios os mesmos ciclos viciosos. Tão cega e fraca, coitada, que ainda acusa de tudo isto e muito mais, justamente aquele que não o é. Que luta e se esforça sempre para que ela, enquanto criança tola, não volte a cair no mesmo abismo, reabrindo suas feridas que poderão não mais cicatrizar de tão reabertas.
Temos mesmo de quebrar os paradigmas, revolucionar as ciências, reconduzir os valores e dogmas que constituem a vida. A ordem é analisar, questionar, desdobrar tudo. Enxergar a dualidade das coisas. Entender que nada é totalmente bom e que, por vezes, o lado ruim, o cruel, o maligno das coisas pode ser um iceberg milhares de vezes maior do que a superfície encantadora que se encontra na superfície e por cima das águas profundas. Havemos de questionar com profundidade, tudo e buscar a imediata correção das falhas e defasagens historicamente acumuladas nos fenômenos humanos e sociais, desde que eles existem e que, tão sabiamente conseguiram esconder suas monstruosidades por vezes, tamanhas. Pelo menos que a humanidade pare de competir com o que deveria cooperar e cooperar com com o queveria competir. Este é o recomeço possível para a condução da vida no planeta.
Antonio da Costa Neto
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