segunda-feira, 1 de março de 2021

UMA VISÃO QUÂNTICA SOBRE A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS E DA COVID 19: O PROBLEMA NÃO SÃO AS NOVAS MUTAÇÕES MAS OS ANTIGOS COMPORTAMENTOS

 

Gosto da concepção da física quântica que analisa os fenômenos vivenciais a partir de quatro variáveis: a causa, o efeito, o processo e o resultado. Assim, o método de busca para a solução de qualquer problema deveria ser, para lograr êxito, a partir de uma análise segura, de uma coleta de dados e uma tomada de decisão para mudanças concretas em todos estes aspectos.
Antigamente, com problemas menos complexos, do que é, por exemplo, esta pandemia, os dilemas eram resolvidos com dimensões parciais, atuando, principalmente, sobre os resultados, e, poucas vezes sobre os processos, deixando de lado a causa e o efeito, resolvendo assim, parcialmente, o problema, passando uma falsa visão de solução completa, gerando conforto, alívio, mas acumulando, quanticamente, os resíduos da causa e do efeito, como quem, por exemplo, varre o lixo para debaixo do tapete, dando a impressão que o ambiente está limpo, quando, na verdade não está. A sujeira apenas fugiu do alcance dos nossos olhos.
Claro que chega uma hora em que esta atitude não pode ser mais sustentada ou sustentável. As coisas apodrecem, o lixo se acumula e não cabe mais sob o tapete, o mal cheiro começa a se espalhar e é preciso, portanto, proceder a mudança real, a limpeza profunda, a revolução necessária, o que dará muito trabalho, afetará a zona e conforto das pessoas que ali vivem ou trabalham. Difícil sim, desconfortável, um desafio que ninguém quer, mas, absolutamente necessário se quisermos continuar vivendo ali. E o coronavírus, a Covid 19 é, justamente, a saturação do lixo embaixo do tapete de todo o planeta - claro que estou apenas exemplificando - e que precisa ser limpo o quanto antes, o que requer uma revolução, uma exemplar e sem precedentes mudança de paradigmas.
Mudança de ação, de sentimentos, de comportamentos. Falamos de mudança completa e complexa, em todos os aspectos e sentidos. Algo muito maior do que temos visto no caso de como vem sido tratada a pandemia. Precisamos de algo para muito além das ações sanitárias e dos cuidados epidemiológicos, clínicos e hospitalares, que atuam só em relação ao resultado, já dando efusivas mostras de saturação, deixando de lado as causas, os efeitos e os processos que levaram a tudo isso. Daí a pandemia, e, com a profunda resistência do ser humano em proceder as mudanças necessárias, vêm as mutações, as novas cepas, que, no final; se não forem tomadas as medidas corretas, irão destruir todas as possibilidades de vida no planeta como um todo.
Fritjof Capra, meu autor favorito, físico, austríaco, radicado nos Estados Unidos fala no seu excepcional livro: O ponto de mutação - a ciência, a cultura e a sociedade emergente de uma questão muito importante e que agora vem à tona que é o que ele chama de crise de percepção, sendo esta a tônica deste maravilhoso best-seller, de mais de seiscentas páginas. Esta crise de percepção pode ser sintetizada como a falta de visão, sob a parcialidade, o engodo e o engano das pessoas - em todo o mundo - condicionadas, por sua vez, por uma certa ótica, uma certa lógica que levam as pessoas a praticarem o tremendo mal, achando, sim, que atuam no mais absoluto bem. E imagine o impacto disto em todo um mundo, e, segundo o autor, nas diversas áreas que compõem a dinâmica e ampla realidade do mundo e da vida e se repetindo, viciosamente, ao longo dos séculos, dos milênios da história da humanidade.
Segundo o autor esta crise acontece em todos os segmentos e áreas de ação da humanidade: as mães nas famílias, os professores nas escolas, e, muito especialmente, na gestão das economias, das empresas, do trabalho e da produção, na política, ampliando a exploração, a concentração da riqueza, e, ao mesmo tempo, a socialização da dor, do sofrimento, da fome, da miséria absoluta e as pessoas envolvidas jurando que estão fazendo o bem, quando na verdade, tudo acontece ao contrário.
É que as pessoas atuam para atingir os resultados visíveis, parciais e tendenciosos que, por isso mesmo, para beneficiar alguns poucos, prejudicam muitos e isto se repete no cotidiano do mundo inteiro há muitos milhares de anos. Imagine, portanto, o lixo mundial em termos de valores, postura, caráter, formas de ver, pensar, sentir e fazer as coisas que agora eclodem e estão matando a sociedade inteira e, sempre que encontra resistência, muda o foco, amplia a sua capacidade de "limpar o lixo", daí as mutações.
Claro que não podemos abandonar as medidas e os cuidados médicos, hospitalares, clínicos e epidemiológicos, eles atuam nos resultados da pandemia e atenuam as consequências imediatas e palpáveis no aqui e no agora, mas, se não atacarmos as causas e os pequenos e grandes efeitos dela, a coisa irá se ampliando, tanto na saúde como na economia, até chegarmos a um ponto de total impossibilidade de continuarmos a viver. É preciso sim, mais do que necessário que alteremos as causas e os efeitos de tudo isto, embora quase tudo não tenha, em princípio, ao nosso olhar raso e fraco, nenhuma conexão, ou seja - um nada haver com a questão da pandemia e da doença, o que na verdade quântica sobre a qual aqui falamos - é um tudo haver - sobre o qual podemos exemplificar:
1 - Tudo se processa num ciclo de energia que se evolui progressiva e continuamente, que se inicia na energia sutil. No contexto da relação entre as pessoas, no ciclo que as une esta questão está nas pequenas coisas: um sorriso, uma gentileza, um cumprimento, um diálogo, um carinho, uma atenção. Um olhar para o lado no sinaleiro, um cumprimentar no elevador. Segurar a porta na saída/entrada do prédio, do condomínio; um muito obrigado seguido de uma resposta, quando for dito. Ceder a frente, dar o lugar no ônibus, no metrô, ceder o aparelho na academia, a frente na fila, enfim, estas pequenas coisas. Puxar um papo com quem está ali do lado, se interessar, fazer amizade real, estreitar laços. Conhecer os vizinhos, trocar ideias, saber como, onde e quando acontece a vida das pessoas que nos cercam, que conosco trabalham. Gentilezas, cuidados, carinhos, empatia, afeto, que traduzem a solidariedade, a troca. Coisas simples e por onde tudo começa.
2 - Nossas empresas, governos e instituições são céticos, frios, calculistas, minimalistas, burocratizados e não dão ao ser humano a menor importância. Trabalham pelo capital, a técnica, a concentração do poder e da riqueza e as pessoas que fazem isto desconhecem os processos e os resultados malignos do que fazem e do como fazem. Faltam-lhes uma visão de dualidade e que de cada pró, existe um contra e que todas as vezes que beneficiamos alguém podemos estar prejudicando muitos outros. O povo que trabalha, o faz contra si próprio e nem sabe disso. A ignorância, a cegueira, a indução psicológica pelos detentores do poder e do dinheiro cegam, alienam, robotizam as pessoas. A maldade, a competição, o orgulho, a mali discência, a ganância deixam as pessoas apáticas. Os políticos, os ricos, os parlamentares, empresários e patrões são, definitivamente secos, céticos e mesquinhos e se cercam de pessoas cegas e pouco perspicazes que os ajudam a desgraçar o mundo e a vida. E o que é pior, estão longe de saber disso e enquanto não souberem e não operarem ao contrário do que fazem não teremos a menor possibilidade de derrotarmos nem o vírus nem a doença. Será o caos absoluto, o fim do fim. A vacina poderá até contornar, mas tudo voltará num ciclo, absolutamente vicioso e cada vez mais grave e mais perigoso.
3 - As escolas são frias, calculistas, maldosas, vingativas, castradoras, insuportáveis e é onde, talvez, as mudanças mais profundas precisam ser operadas. Pois elas são as responsáveis pela formação das mentes e das mentalidades que, por sua vez, constroem o mundo. Ao invés de ensinarem as pessoas para serem atores da transformação do mundo e da vida, elas fazem absolutamente ao contrário, educam, treinam, adestram, confinam para que as pessoas atuem no sentido de perpetuarem o mal extremo que aí está em todas as dimensões. Não educam para o amor, mas para a competição e a ganância. Não para a vida, a paz, a decência, a vida, a cidadania, a prosperidade, o afeto, a alegria, mas para a insanidade, a morte, o ter materialmente, a guerra, a concentração do poder e da riqueza, o desamor, o sofrimento. E, de certa forma, acontece o mesmo com as mães, as famílias, os grupos humanamente afetivos e próximos que, na verdade são egoístas, perversos e malignos.
Para acabar com a pandemia e expulsar de nossas vidas este vírus assassino temos sim, que mudar estes valores, estas crenças e estas ações. Mas no real concreto das coisas, das pessoas e da vida. Temos que fazer a palavra andar, concretizar os fatos, alcançar as metas do amor, da dignidade, da comida, do conforto material, espiritual, habitação, dignidade, cidadania, educação e saúde, mas na prática, no dia a dia de todas as pessoas e não só das poucas, das mesmas, dentre as quais incluímos a nós mesmos.
Temos de estar atentos, denunciar as injustiças, ser politicamente ativos na luta contra quem dificulta a dignidade humana em todos os sentidos. Temos que ler poesia, ouvir música, amar de verdade, conhecer e inervir na vida do outro de forma concreta, entendendo, finalmente, que o pior de todos os males, o imperdoável é deixar de fazer o bem quando se pode fazer o bem com as pessoas, os animais, a natureza, a vida. E sempre podemos fazer o bem. Mas não fazemos porque não queremos, não estamos preparados, não fomos educados para isso, mas sim, para o contrário. O próprio Fritjof Capra no livro já citado fala no "Pense Globalmente e Atue Localmente" e, ao mesmo tempo, no "Pense Localmente e Atue Globalmente". É simples, fácil e maravilhoso. É só uma questão de experimentar.
Precisamos mudar, profundamente os paradigmas da competição para a cooperação, da apatia, o não fazer nada para a empatia, colocando-se, na realidade, no lugar do outro, do que sofre, do que procura você; da mera caridade passiva para uma luta pela justiça social, para a dignidade, a proposição de dias e noites melhores para todos. Uma mudança concreta não só do discurso fofinho para a ação instauradora do bem. Entendendo, finalmente, que o amai-vos uns aos outros não é mais somente uma passagem bíblica, mas a única saída.
Não tenha dúvida. Está lançado o desafio. Conversemos a respeito: 61 99832 25 37.
Vamos transcender. Seguremos em nossas mãos. Mas antes, arregacemos as mangas.


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