Como educador e estudioso da educação, venho cantando, há anos o grande dilema da história, mas sempre sou voto vencido. Para mim toda a problemática se resume no fato da escola e do ensino serem geridos por quem se nega a educar as pessoas. Mas enganá-las dentro de um projeto político estarrecedor que gera lucro, concentração de poder e riqueza. E os educadores, cegos, ingênuos, manipulados, para não dizer - burros - se negam a enxergar esta dura realidade.
A escola e a educação que temos servem, unicamente para a formação da bossalidade. Para fazer das pessoas trabalhadores subservientes, eleitores omissos, consumidores em potencial incautos, torcedores fanáticos, etc. Todos prontos para a exploração malígna sem que se dêem conta disto. Educar de fato é politicamente perigoso. Gente educada reivindica, grita, contexta, incomoda. Não. O melhor mesmo é conduzir esta enganação violenta, que, como o esgoto que transborda, transcende odores insurpotáveis, doenças, mal-estar, tragédia e morte que é o que, literalmente, vem acontecendo nas escolas de hoje e a tendência é piorar muito mais se não forem tomadas as medidas cabíveis, num muito curto espaço de tempo.
Não falo aqui de cuidados estruturais, de conserto de prédio, melhorar tecniquetas, treinar professores, de aperfeiçoamento do caos (do chantilee na merda). Falo de mudanças profundas no cômputo do ensinar e do aprender. Ressalto a necessidade de se preencher a lacuna milenar da falta de visão política, de senso ético, de entendimento econômico da quase totalidade dos educadores, e, principalmente dos professores, os grandes (i)responsáveis por toda esta realidade dura, crucial e sofrida.
Acabei de ler um belo artigo do Prof. João Batista Freire, da UNICAMP - o que, aliás motivou-me a fazer esta publicação, pois me cansei de chover no molhado - que diz:
A escola e a educação que temos servem, unicamente para a formação da bossalidade. Para fazer das pessoas trabalhadores subservientes, eleitores omissos, consumidores em potencial incautos, torcedores fanáticos, etc. Todos prontos para a exploração malígna sem que se dêem conta disto. Educar de fato é politicamente perigoso. Gente educada reivindica, grita, contexta, incomoda. Não. O melhor mesmo é conduzir esta enganação violenta, que, como o esgoto que transborda, transcende odores insurpotáveis, doenças, mal-estar, tragédia e morte que é o que, literalmente, vem acontecendo nas escolas de hoje e a tendência é piorar muito mais se não forem tomadas as medidas cabíveis, num muito curto espaço de tempo.
Não falo aqui de cuidados estruturais, de conserto de prédio, melhorar tecniquetas, treinar professores, de aperfeiçoamento do caos (do chantilee na merda). Falo de mudanças profundas no cômputo do ensinar e do aprender. Ressalto a necessidade de se preencher a lacuna milenar da falta de visão política, de senso ético, de entendimento econômico da quase totalidade dos educadores, e, principalmente dos professores, os grandes (i)responsáveis por toda esta realidade dura, crucial e sofrida.
Acabei de ler um belo artigo do Prof. João Batista Freire, da UNICAMP - o que, aliás motivou-me a fazer esta publicação, pois me cansei de chover no molhado - que diz:
Neste esforço brutal para enfiar na cabeça do aluno o que só interessa aos regimes da economia internacional, da concentração do poder e da renda, da socialização da fome e da miséria, as nossas escolas violentam, estrupam mental e intelectualmente seus alunos. Criam neles, ainda que de forma inconsciente, um ódio, uma raiva mórbida contra quem inibe a sua felicidade, a sua liberdade, a sua conscientização que lhe resgatará a cidadania, a dignidade, o direito de ser gente.
Apoiadas nesta premissa, as escolas prestam muito mais desserviços do que serviços. Elas maltratam as pessoas, reduzem a pó as possibilidades de serem felizes, de serem e agirem para o bem. A isto somam-se as violências simbólicas e sutis, como as formas de tratamento, a linearidade dos horários, dos uniformes, dos métodos alinantes, a dinâmica das aparências, do bulling formal e informal. Que foi, certamente, o que aconteceu com o pequeno Davi, o menino que atirou na professora, se matando em seguida com um tiro na cabeça.
A quantas violências inconscientes este menino deve ter sido exposto pela escola e pela professora em quem atirou? Será que ele tinha dificuldades especiais com aquela matéria, o que a insensibilidade da professora não deixou perceber? Como segundo filho e irmão de um outro menino - se fosse menina poderia ser diferente - ele não se sentia retraído, rejeitado, mal-amado como geralmente acontece com crianças nesta situação, o que se torna mais grave com a absurda ignorância evangélica de seus pais? Será que a escola sabia disto? Os professores fazem algum esforço para enxergar estas coisas? Consideram isto em seus métodos preocupada em não violentar, prejudicar ou fazer sofrer mais estas crianças?
O que sinto é que a falta de tais sutilezas constitui o complexo problema da educação e da escola e que, para resolvê-lo não precisaríamos mesmo de gastar um só tostão. Mas de vontade política para fazê-lo. De um governo sensível a tais questões e de um Ministério da Educação menos burocrático, menos complexo, menos comprometido com a dinâmica do poder e com ganâncias políticas outras.
Faz-se necessário educar as pessoas para a liberdade, a crítica, a felicidade, a alegria de viver, a consciência. Mas nisto inclui um conjunto de habilidades humanas outras como sensibilidade, humanismo, vergonha na cara, amor ao povo, ao pobre, aos que sofrem, aos que necessitam. E é absoluamente vergonhoso, que, num governo petista, voltado para os interesses do trabahador. Em tese, moderno, contemporâneio, gerido por uma mulher que tais coisas continuem acontecendo. E até quando? Que país é este? Que mulher é esta? Que educação é esta? São muitas as questões para juntos refletirmos. E, mais ainda as ações para desencadearmos nesta jornada de se educar as pessoas, o que, a bem da verdade, ainda está por ser iniciada.
Antonio da Costa Neto
antoniocneto@terra.com.br
O que sinto é que a falta de tais sutilezas constitui o complexo problema da educação e da escola e que, para resolvê-lo não precisaríamos mesmo de gastar um só tostão. Mas de vontade política para fazê-lo. De um governo sensível a tais questões e de um Ministério da Educação menos burocrático, menos complexo, menos comprometido com a dinâmica do poder e com ganâncias políticas outras.
Faz-se necessário educar as pessoas para a liberdade, a crítica, a felicidade, a alegria de viver, a consciência. Mas nisto inclui um conjunto de habilidades humanas outras como sensibilidade, humanismo, vergonha na cara, amor ao povo, ao pobre, aos que sofrem, aos que necessitam. E é absoluamente vergonhoso, que, num governo petista, voltado para os interesses do trabahador. Em tese, moderno, contemporâneio, gerido por uma mulher que tais coisas continuem acontecendo. E até quando? Que país é este? Que mulher é esta? Que educação é esta? São muitas as questões para juntos refletirmos. E, mais ainda as ações para desencadearmos nesta jornada de se educar as pessoas, o que, a bem da verdade, ainda está por ser iniciada.
Antonio da Costa Neto
antoniocneto@terra.com.br
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