sexta-feira, 29 de maio de 2009

SENADOR CRISTOVAM BUARQUE



CRISTOVAM BUARQUE

Quando vejo o Senador Cristovam Buarque dizer na televisão que gostaria que a escola dos pobres fosse tão boa como é a dos ricos, eu custo a acreditar que aprendi justamente com ele, o contrário. Na época em que fui seu aluno, o que levou-me a aperfeiçoar meus estudos sobre a educação, ele sempre afirmava que o grande, o maior problema da educação era o ideológico. E que, neste sentido, todas as nossas escolas eram péssimas. Mas, a escola particular, privada e cara seria pior, porque seria bem mais instrumentalizada, para repassar esta mesma ideologia, até de forma intrínseca, na medida em que transforma diretamente a educação em mercadoria, além de ser gerida por capitalistas insensíveis em relação à qualidade de ensino e a realizr uma educação verdadeira.
Acho que ele se esqueceu da lição tão importante que nos ensinou. Deve ter se acostumado à vida farta, ao lauto salário de senador, tornou-se elite, e, mais uma vez, em conflito com os seus ensinamentos, virou pelo avesso o seu modo de pensar. Agora ele quer, em termos de suas colocações é, de fato, piorar a escola pública. Ou seja, adequá-la para funcionar tão bem como a particular, tendo todas as condições para repassar a mesma ideologia, no que as particulares estão bem na frente.
Justo ele, este homem da educação. Sensível à questão da pobreza, que escreve muito bem e faz discursos belíssimos sobre a apartação social, a socialização da miséria, a questão da pobreza em volta de todo o planeta. Só resta-me concluir que não tem jeito mesmo. Que a humanidade está irreversivelmente perdida. E a dar graças a Deus pelo que lamentei tanto quando aconteceu. Ou seja, por ele não ser mais Ministro da Educação, ou reitor da Universidade de Brasília. Quando não esperamos nada e não há decepção, dói menos. Pensando bem, melhor assim, exatamente do jeito que está. O Fernando Hadad pelo menos serve de bibelot, para que o Governo Lula seja um pouco mais bonitinho e que não saia tão mal na foto. Pelo menos isso.

2 comentários:

Anônimo disse...

São discursos diferentes, caro amigo. Em um caso se fala das faculdades públicas, que são notavelmente melhores por não estarem corrompidas com interesses financeiros. Em outro se fala das escolas de ensino médio e fundamental onde as particulares têm a dianteira absoluta.

Jaques Castello

Anônimo disse...

Concordo com Jaques Castello, os tempos são outros, na época que estudamos nas escolas públicas de ensino médio era outra história, hoje realmente há de se repensar as posturas.