terça-feira, 18 de novembro de 2008

A LEI DA MÉDIA-EXTREMA RAZÃO


Trata-se da Lei Matemática criada e difundida por Malba Tahan, em seu livro encantador: As maravilhas da matemática. Nele, o autor explica a interação de todos os fenômenos da natureza, em ciclos contínuos e infinitos, por meio dos quais se constitui o universo, sempre respeitando a percentagem – em que, 100% (cem por cento) logicamente representa a totalidade, numa proporção sempre presente de 38% (trinta e oito por cento) por 62% (sessenta e dois por cento). Gerando, assim, o equilíbrio perfeito, dinâmico e permanente em todos os sentidos. Buscando, por sua vez, a harmonia da natureza e das relações universais em toda a história do mundo e das civilizações.
Complicado, não? Mas não se preocupe, vamos explicar com calma e você fique à vontade para perguntar, questionar, duvidar, esclarecer, etc. Pois se não for desta forma, como tratamos de questões um tanto metafísicas, ninguém vai entender nada, ficará ainda mais confuso e o nosso trabalho todo terá ido por terra.
Assim é, por exemplo, as medidas que formam o corpo humano. Vejamos, um rosto devidamente equilibrado terá uma medida em cumprimento aproximadamente de 62% sendo os restantes 38%, a largura. Será, então, harmonioso, e com um frescor estético bem agradável. E, à medida que começa a fugir disto, fica estranho, levando a pessoa a procurar o tratamento para emagrecer ou engordar, a dieta, a ginástica, buscando a forma anterior que quando deixa de existir passa a incomodar.
E esta medida vai se repetindo sucessivamente, por exemplo, da distância do nariz para o queixo, tendo no meio dos dois a boca que irá definir mais ou menos as mesmas proporções, o que repete em relação aos olhos e destes para a parte superior da testa, onde começa o couro cabeludo.
Se analisarmos os membros superiores, a mão mais o ante-braço e o braço irá dar justamente este tamanho e esta proporção. E ela, por sua vez se equilibra com o corpo e assim sucessivamente. E ainda se repete com as juntas dos dedos em que a medida de uma é 38% e das outras duas, 62%. O mesmo se dá em relação aos ombros e o pescoço, a altura dos olhos em relação à testa e a parte inferior do rosto. Enfim, tais medidas vão se repetindo infinitamente, criando um corpo harmonioso.
Repare agora os membros inferiores e a posição do joelho em relação à perna, do umbigo acima e abaixo do corpo, chegando com esta análise à sua conclusão.
Uma folha de papel A-4, como outro exemplo, tem exatamente estas medidas, o que lhe confere um tamanho útil, de fácil manejo e transporte, e, igualmente de utilização para escrever algo, fazer um embrulho e qualquer outra utilidade. Repare também nas medidas que dão harmonia às portas, a dimensão em largura e cumprimento dos carros e sua adequação às garagens, às vagas dos estacionamentos e a união com outros veículos nas ruas.
A relação com o a natureza também funciona mais ou menos desta forma. Note, por exemplo a diferenciação durante o ano dos horários do amanhecer e do anoitecer que sempre acontecem, não no mesmo, mas em horários bastante aproximados. O tamanho dos dias, das noites, das estações do ano que não são iguais mas nem tão distantes, obedecendo ao equilíbrio físico de 38 por 62 por cento na distribuição do tempo e das condições atmosféricas, temporais, etc.
A extensão dos conflitos e das idéias, apenas é suportável o máximo de 62 por cento da contradição, da briga, da polêmica, a partir daí se dá a agressão física, o rompimento das amizades, a separação nos casamentos, as demissões nas empresas e assim por diante.
Tudo que respeita tal equilíbrio funciona bem e perfeitamente. Mas a extrema ganância entre os homens não deixa que ele aconteça nas relações humanas. Assim os patrões querem ganhar mais de 90% do que os trabalhadores produzem e, estes, ficam com os míseros 10% restantes. E como são muitos, permanecem pobres, miseráveis, passam fome e se rebelam contra seus patrões, criando o desgaste, a violência, a guerra e outros males que afligem tanto a humanidade inteira.
Os maridos querem mandar mais do que devem em suas esposas, os professores em seus alunos, o governo em seus governados e por aí vai. A grande maioria das dores e dos sofrimentos do mundo vêm justamente desta dificuldade extrema que tem o ser humano de entender este fenômeno e ter força e vontade política para transformá-lo.
Daqui para a frente comece a fazer, você a diferença. Passe a reparar nas relações em sua volta e até nas suas próprias. Dentro de sua casa, com sua família, filhos, amores, colegas, com o mundo.
Podemos corrigir e “bronqear” nossos filhos sim, mas numa proporção onde não fira as suas suscetibilidades, seu amor próprio, sua conduta contra nós mesmos. Se a criança aprontou alguma e você julga que ela deva levar 5 palmadas, receber uma bronca de 20 minutos e ficar muitos dias sem o direito de usar o computador, repense. Dê duas palmadas mais leves, chame a atenção dela por no máximo 10 minutos e apenas diminua o tempo para que ela fique no computador. Mas não o tire.
Com certeza a criança perceberá a sua bondade e compreensão e isto se reverterá em ganhos concretos para você em todos os sentidos. Pode ter certeza disso.
Pois é mais comum do que gostaríamos as notícias sobre conflitos familiares mais graves envolvendo mortes e outros crimes absolutamente desnecessários. Causando sofrimentos e lágrimas que poderiam ser economizados, se não fosse a turbulência dos pais em descontar nos filhos seus revezes e frustrações.
E o que cada um de nós tem a ver com isso? A resposta é: absolutamente tudo. Pois o poder de decisão deve ser assim dividido e, principalmente, no ato de executar todas as coisas. Pois, queiramos ou não, elas interferem na vida de todos. Pois somos sempre, agentes de transformação à medida em que falamos, nos calamos, nos omitimos ou fazemos alguma coisa. Devemos, da mesma forma, redistribuir o bem-estar, as benesses, os processos éticos e seus resultantes humanos e sociais. Por enquanto, os planos que são feitos pela grande maioria das pessoas são sempre para que poucos ganhem demasiadamente em termos de tudo, e, conseqüentemente, para que muitos percam, da forma mais fria, louca e irresponsável. Gerando o caos no mundo, as crises os sofrimentos, dos quais, todos nós somos a um só tempo, algozes e vítimas em potencial.
Como autores e atores do sistema maior que integra toda a sociedade, somos inteiramente responsáveis pela sua conduta, execução e deveríamos, com isso, promover o bem de todos. Investindo sempre na melhoria da qualidade de vida dos seres vivos sobre a terra. Este sim, o único motivo, meio e justificativa para que a ciência, suas práticas co-existam. E tudo deveria ser feito por nós. Pois, definitivamente não viemos ao mundo a passeio. E não podemos, sob pena de pagarmos um altíssimo preço, perder, de nenhuma forma, esta viagem maravilhosa. Este presente luminoso e encantador que, por sorte, temos mantido até hoje.
_____________
Antonio da Costa Neto

Nenhum comentário: