quinta-feira, 11 de julho de 2019

REFORMA DA PREVIDÊNCIA É RASGAR E QUEIMAR A LEI ÁUREA



ESTA REFORMA DA PREVIDÊNCIA É RASGAR A LEI ÁUREA
São mais que repugnantes, cruéis e inumanos os pressupostos que regem a reforma da previdência social que deverá ser aprovada nas próximas horas pelo parlamento brasileiro, sob a pressão e a opressão do (des)governo Bolsonaro que, por sua vez, se pauta nas perspectivas mais obscuras, atrasadas e de um retrocesso sem fim em termos políticos, econômicos, humanos e sociais.
É a retórica macabra de um economista mequetrefe como Paulo Guedes que entende que é melhor tirar moedas de milhões de trabalhadores do que reduzir os privilégios escandalosos de uma minoria privilegiada, má, cínica e arrogante. Mas, afinal, o dito governo Bolsonaro é uma de suas crias. Governo eleito e feito para privilegiar e manter o poder e a riqueza dos abutres que vivem das larvas que sobram da miséria do povo: os políticos, os burgueses, os grandes empresários, enfim, as elites e sua laia de assessores, servidores e puxa-sacos. Gente da pior espécie.
A reforma de previdência, tal como foi proposta - e pelo visto, aceita e aprovada - é um retorno à escravidão, considerando, obviamente, os contornos da evolução tecnocrática deste mesmo processo. Ela não só re-escraviza a população afro-descendente, mas escraviza toda a classe social desprovida do dinheiro. Escraviza todos os trabalhadores, enfim, os que vendem - e passam a prostituírem-se por meio da sua força de trabalho. É a escravidão moderna, tecnológica, feita, não mais por meio do tronco, castigos físicos e chibatadas. Mas por meio de instrumentos talvez muito piores e que marcam com muito mais força: a violência simbólica, a exploração, os baixíssimos salários, o aumento do custo de vida, enfim, a exploração sem limites do corpo, do trabalho, enfim, da vida.
Talvez fosse mesmo necessário reformar a previdência social no Brasil, mudando algumas de suas bases, por exemplo, ampliando a base de responsabilidade e de contribuição do capital, do empresário, do patrão, fazendo a justiça histórica em função de tudo o que foi tirado do trabalhador e não, o contrário, retirando, mais uma vez o pouco de quem trabalha, para acumular mais e mais para os patrões, a empresa, privilegiando mais uma vez o capital, justamente, num tempo em que se perde a guerra para o desemprego, a informalidade, a perda do poder de compra do trabalhador, enfim, investindo-se no caos, na dor, na fome, no desespero que só tende a aumentar dentro das atuais perspectivas.
A reforma brutal e cruel da previdência, associada à inumana reforma trabalhista que seca direitos, retira benefícios,reduz as condições de emprego, desgraça o trabalhador, feita, associada a esta reforma "bolsomínica" da previdência é a constituição da treva absoluta, do assassinato histórico e social de quem trabalha, precisa, quer, mas não vai trabalhar, vai, se for o caso, se escravizar e dar graças a Deus por isso.
Enquanto o "mito" ri da canalhice contra os incautos que votaram nele e que ainda o defendem de dentro de suas ignorâncias, de suas burrices, de suas faltas de visão, de inteligência, de lógica e de contexto. Vivemos e aplaudimos este caos, este retrocesso, este atraso absurdo. Mas não resta o que fazer. Só esperar mais alguns séculos e quem sabe, um dia, a classe trabalhadora brasileira possa ter um mínimo de senso, de visão, de vergonha na cara. O que me consola é que muito antes de tudo isto, Bolsonaro estará torrando no fogo do inferno. Ele e sua trupe. E eu também. Estarei do lado para aplaudir.

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