Moro em Brasilia e passei a minha vida dando aulas em universidades públicas e privadas, centros universitários, faculdades isoladas, enfim, passei por muitas e todas de qualidade vergonhosamente baixa. Os professores pessimamente mal preparados, aulas repetitivas, cansativas, monótonas. Conhecimento e currículo abaixo do medíocre, pesquisa e extensão nem se fala. A única coisa de superior que temos mesmo é o preço.
Trabalhei na UnB por mais de doze anos e nunca encontrei um aluno contente, querendo continuar, só os loucos para terminarem seus cursos para ficarem livre daquela coisa meio que insuportável. Mas insuportável por quê? Ora, porque não agrega valor, não tem nada de interessante, não leva a nenhuma descoberta, não apresenta qualquer índice de intervenção social para a melhoria. A universidade brasileira se resume a teoria/cópia/teoria/cópia/prova/nota e só. Ora, isto não é ensino superior, isto é função do colégio, dos coleginhos bregas que é no que nossas universidades e afins se transformaram. E o que pensar das faculdades isoladas, das universidades estaduais tão fraquinhas como as UEG's da vida, espalhadas pelo país e sem o mínimo de sustentação intelectual a não ser as cópias que xerografam mas não citam as fontes, pois lhes faltam o conhecimento metodológico para tal. Podem acreditar. Pois é assim que a banda toca.
Aprendi que o papel dos ensinos básico e secundário é o de repassar e fazer firmar o conhecimento e o do ensino superior é o epistemológico, profundamente "superior", de inventar e sistematizar conhecimentos novos agregando saberes ao patrimônio cultural, técnico, tecnológico, teórico e prático, ou seja, agregando práxis novas. Mas nossos docentes e coordenadores, diretores universitários nem sabem o que é isto. Façamos uma pesquisa neste sentido, eu lanço o desafio.
Nossas faculdades/universidades/centros universitários se transformaram, vergonhosamente, em meras banquinhas de diplomas. Professores e alunos não leem, e, quando leem pouco, não interpretam, não relativizam, apenas reproduzem e esquecem em seguida.
Em que pese o investimento financeiro que é feito - e que também é demasiado pequeno - mas muito grande pelo resultado, pois nossos alunos saem das "boas" universidades sem saberem de nada, imagine o que sai das péssimas. O método de ensino é caduco, ultrapassado, engessado, ridículo. Pesquisa e extensão, universitária, comunitária, etc. inexistem. Epistemologia para quê?
Em Brasília, o IESB, por exemplo, se propaga com o melhor estabelecimento de ensino superior. Mas pergunto, melhor pra quê? Pra aditar preços, pra cobrar a conta e para vomitar prepotência contra os alunos e até mesmo para encontrar professores mortos no estacionamento, como já aconteceu. É vergonhoso que em Brasília, nas barbas do MEC tais coisas ainda aconteçam e que a prepotência da Diretoria de Ensino Superior do mesmo MEC nem se aperceba e faça vista grossa quanto a este problema tão grave e que poderia ser solucionado e coberto de êxito com um mínimo de esforço. O que falta é vontade, visão, competência e ação. Coisas, que no final, não custam nada. Uma vergonha a situação do ensino universitário brasileiro. De dar nojo. Isto sim.
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