Transponho os quadros que envolve o Antigo Paradigma do Ensino - que, aliás é o atual e que entendo, devamos abandonar com a urgência possível. Apresento, em paralelo a proposta do Novo Paradigma da Educação, o que devemos adotar com a máxima urgência, se é que queremos resguardar a educação e a vida. Para ser didático, divido aqui o tema em partes que deverão ser analisadas como intercomplementares, e, em conjunto. E o faço desta forma, para facilitar o entendimento e a aprendizagem, conforme minhas sucessivas experiências sobre o assunto.
CONSTRUÇÃO PSICOSSOCIAL DO CONHECIMENTO –TRANSIÇÃO DO ANTIGO PARA O NOVO PARADIGMA DA EDUCAÇÃO
“O mundo começa na inteligência e na sensibilidade. E não, na estrutura, na legalização, na máquina”.
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1 - Políticas e Diretrizes | |
Leis de ensino criadas nas instâncias do poder. Feitas por indivíduos alheios ao fazer educacional e impostas aos executores, de forma rígida e inflexível como formas de perpetuar o modelo existente.
Currículos, programas e métodos gerais de trabalho educativo definidos na própria lei e executados minimamente no sentido do seu exato cumprimento.
A lei é inflexível e imposta. Prevê punições restritivas à sua não-execução, a partir da autoridade “competente”, da ordem estabelecida e do disciplinamento linear e rígido dos princípios.
Leis deterministas e unificadas com exigências mesmas para todas as escolas e dimensões do País, sem considerar as especificidades, as condições e nem mesmo as necessidades de cada unidade escolar, grupo, pessoa.
Leis, normas e dogmas dificultadoras do exercício da boa educação e, inconscientemente, facilitadoras da manutenção do poder e do privilégio de quem as faz, com vínculo permanente com a neutralidade ideológica.
A função da lei é, na verdade, regular, controlar e fiscalizar a execução do ato educativo pelo Estado. Visando a garantia de seus privilégios e benefícios, educando as pessoas a partir deste princípio norteador.
A lei regula a administração da escola, garantindo a continuidade do seu funcionamento à revelia da sua qualidade e da motivação dos indivíduos para frequentá-la.
Tendo a compulsoriedade e a obrigatoriedade legal de estudar como seu ponto de sustentação, independente do como, o que e para que explorar por meio dos estudos que realiza. A educação formal deixa de ser um direito e passa a ser uma obrigação, cujo descumprimento deve ser punido por sanções estabelecidas pela própria lei. | Leis da educação elaboradas em conjunto pelos representantes do poder e os agentes educacionais, inclusive alunos, como a parte mais interessada.
Sendo flexibilizadas de acordo com cada realidade específica, de onde, de quando e de como são implementadas em cada prática específica.
As leis apenas orientam a execução dos conteúdos, programas e métodos gerais de trabalho que são flexibilizados e adequados a cada caso.
A lei deve nortear o ato educativo, incluindo a liberdade de ações dos seus agentes, o que já pressupõe o ato educativo em sua essência e operacionalidade: flexibilidade como teor fundamental.
A lei, em si, antevê as especificidades e condições de cada realidade e de cada escola. Possibilitando a gradualidade em sua execução.
Flexibilizando as exigências normativas para facilitar a existência e o acesso democrático a uma educação de real e boa qualidade para todos.
Leis que visem a facilitar a ação pedagógica de qualidade e com veiculação ideológica a serviço da população que se educa, em termos da sua conscientização real em vistas ao pleno exercício da sua cidadania (e não o contrário).
Legalizar a educação, não no sentido de controlar e punir, mas de facilitar e legitimar a sua ação rumo a processos qualitativos em busca das exigências culturais de cada época e cada realidade global onde se atua.
A lei deve versar sobre a qualidade da educação e do ensino, visando a orientar práticas pedagógicas consistentes, em função de motivar as pessoas para frequentarem uma escola que se preocupe em satisfazer as suas necessidades e, não, de compulsivamente, domesticá-las para o capitalismo. |
“Não ensinar apenas o que já foi inventado. Mas, principalmente, ensinar e inventar”.
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2 - Conteúdos e Programas | |
Prontos, acabados, estanques e desarticulados entre si e do processo evolutivo como um todo. Fragmentos da disciplina ensinada em nome da ciência e do conhecimento (fim da educação).
Distantes da realidade vivencial dos agentes da ação educativa, informações desconexas: “cultura inútil” em sua maior parte.
Impostos pela ótica de quem comanda o próprio processo (deliberação) e em função dos próprios interesses, da competição e da exploração fácil.
Articuladores da produção em série de bens, produtos, mercadorias e serviços (modelo de reprodução), adequados à sociedade capitalista em ascensão industrial/comercial/de negócios.
Instrução direcionada para o treinamento, desenvolvimento de habilidades básicas de interesse econômico-produtivo.
Aspectos parciais e superficiais da ciência e que interessem à formação pragmática e funcional da pessoa, para fins de produção, consumo e lucro.
Subsidiando, desta forma, a exploração do trabalho e do trabalhador pelos detentores do capital.
Elementos teóricos que visam a garantir a superficialidade sociopolítica dos indivíduos, tornando-os úteis ao processo de dominação ditado pelo capitalismo internacional e a globalização da economia dentro dos esquemas neoliberais e suas convenções.
O conteúdo ensinado é, em si, o fim da educação. É preciso que o indivíduo domine o conhecimento que se presta à perpetuação do poder: o saber é objetivo, determinado, inflexível e comprometido com o domínio do capital. Assim, os conhecimentos instituídos são apenas aos que servem à formação do trabalhador submisso e do consumidor em potencial. Educação para perpetuar o poder e a realidade que existe. | Flexíveis, abertos, em contínua evolução e integrados por uma axiomática comum, transdisciplinar e atual/futura. Sendo o pressuposto básico da educação das pessoas (meio de se educar).
Contextualizados às diferentes realidades vivenciais individuais/sociais. Personalizados ao momento, ao interesse, à cultura e à sociedade, considerando suas especificidades.
Negociados a partir dos interesses de todos os agentes. Adaptáveis, mutantes e de conformidade com a evolução histórica e as necessidades do momento.
Articuladores do desenvolvimento integral do ser (perspectiva de transformação) para a vivência individual e coletiva, com vistas ao favorecimento de avanços, conquistas e melhorias concretas para todos os indivíduos.
Elementos para o desenvolvimento global e integrado do indivíduo/equipe/sociedade de forma plena, integral, crítica, política e contextualizada.
Fundamentação sistematizada da ciência transdisciplinar por uma abordagem dinâmica, flexível, evolutiva e contínua para a formação integral da pessoa e a concretização das mudanças desejáveis e esperadas.
Concepções teórico-práticas cada vez mais profundas, buscando o domínio epistemológico sobre os vários saberes, seus sentidos, desenvolvimento, desdobramentos e resultados para o indivíduo e as realidades globais que o cercam, em sua plenitude. Saberes necessários a uma vida melhor qualitativa e quantitativamente.
O conteúdo que se ensina é um dos caminhos para se educar. Educação para facilitar a multiplicidade de escolha e de formas de aplicação do saber: o conhecimento é intersubjetivo, volátil, e, fundamentalmente, plural intersubjetivo e comprometido com as pessoas. |
“Não há nada mais fatal para o pensamento do que o ensino das respostas prontas. E é para isso que as escolas existem”.
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3 - Métodos e Técnicas de Trabalho | |
Centrados na figura do professor e facilitadores dos privilégios de quem ensina e comanda: (ensino/aprendizagem).
Fundamentados exclusivamente na indução psicológica para a reprodução instrucional dos conhecimentos necessários à perpetuação dos fatos sociais/interesses capitalistas.
Linearizados e massificantes, permeando uma ingenuidade ideológica não-perceptível de quem os utiliza. (instrumentos inconscientes de alienação das massas).
Exclusividade da racionalidade lógica (fechada, dura) para o domínio cognitivo e o máximo teor de reprodução do saber ensinado.
Massificados, mecanismos de treinamento ou adestramento eficiente do "aprendiz" que os recebe passivamente, para facilitar a reprodução do "ensinado" na prática cotidiana.
Prioridade quantitativa tendo como fim o cumprimento dos programas previamente estabelecidos por lei, não interessando o contexto ou a reação das pessoas.
Aplicação de normas e tática prontas, com o uso de manuais de ensino e recursos instrucionais clássicos, mecânicos e fragmentados. Facilitando, assim, a manipulação das pessoas.
Condução imperceptível do poder (do professor) sobre o aluno, aniquilando o seu teor pessoal de sustentação política e de criatividade.
Instrução do controle, da ordem, da disciplina, construindo os "pacientes sociais do futuro" e "marionetes teleguiadas" pelos poderes constituídos: do branco, do macho, do capital.
Favorecedores de benesses funcionais (espaço, tempo, etc.) à elite simbólica do processo de aprender (o professor) reforçando o modelo opressor/oprimido vigente na sociedade. | Facilitadores da aprendizagem, como prioridade: uma autêntica "ensinagem", voltados para o aluno: (aprendizagem/ensino).
Fundamentados na indução e dedução simultâneas, possibilitando a argumentação, criação e conclusão, numa abordagem de construção psicossocial de novos conhecimentos úteis e aplicáveis.
Atendem à complexibilidade das tipologias de raciocínios, personalizados e facilitando a consciência crítica para a participação transformadora do próprio saber, e, por consequência, da realidade.
Prioridade na racionalidade (lúdica e criativa) pela fusão e confluência dos processos cerebrais: razão, intuição, prática (pensar / sentir / fazer).
Personalizados a partir do conhecimento
Prioridade qualitativa do teor de aprendizagem, considerando as condições, a motivação e o contexto humano/social e suas complexidades.
Construção adequada de métodos, técnicas e recursos educacionais, considerando as diversidades históricas, tipologias e especificidades de cada caso.
Conjunto dos elementos, recursos e técnicas que favoreçam à captação e a construção histórico-crítica de saberes diversificados de forma criativa e autônoma.
Formas humanizadas de interagir na construção política do saber, construindo os "agentes sociais históricos do presente e do futuro" buscando a evolução, o crescimento, a educação de boa qualidade.
Redistribuidores de benefícios entre educadores e educandos e não criando vínculos ideológicos e simbólicos de dominação e poder: aniquilando consciências por meio da alienação das pessoas, mas favorecendo o seu desenvolvimento em múltiplas dimensões.
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“A avaliação deve ser um instrumento rumo à melhoria e, não, à estagnação”.
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4 - Instrumentos de Avaliação | |
Fiscalizadores da capacidade e das habilidades reprodutivas do aluno. Instrumentos de punição, segregação e domínio. A busca do erro para manipular a pessoa.
Mecanismos de controle ideológico e
Norteadores dos princípios punitivos, reproduzindo o poder do dominador (professor) sobre os dominados (alunos) perpetuando a sociedade opressora.
Consideram apenas os resultados, os processos não são valorizados e os acertos são analisados como fatores quantitativos e estáticos (acertar é obrigação).
Provas, sabatinas, arguições e resolução de exercícios estruturais e complementares, de forma estanque, inflexível e exclusiva para a reprodução, o controle, a nota, a aprovação (se não for possível a reprovação).
Avaliação do professor sobre o aluno a partir do julgamento dos acertos e punição dos erros de cognição sendo só o que interessa: adestrar pelo conhecimento, mecanizar o pensamento.
Aceitação apenas da capacidade quantitativa de reprodução simples do conhecimento ensinado. Capacidade epistemológica não é considerada.
Avaliação para o contexto quantitativo e burocrático do resultado e da menção a ser auferida (meio de policiar) e o controle realizado, comprometido ideologicamente.
Classificam e segregam os que conseguem aprender dos que apresentam dificuldades, nominando-os de fortes ou fracos; aptos ou inaptados, sem considerar os fatores individuais e sociais. Negando oportunidades iguais para todos.
Instrumentos que comprovam apenas a linearização dos resultados mecânicos da aprendizagem ou a internalização do conhecimento: registro/policiamento/punição/segregação das pessoas.
| Facilitadores da aprendizagem e articuladores dos processos de ensino. Instrumentos de promoção humana centrados no aluno. Busca o certo para valorizar o seu agente.
Recursos de retrofeedback do trabalho dos educadores e educandos (análise da capacidade de educar) indicando falhas e defasagens de ambas as partes (“Ensinoaprendizagem” como processo único).
Norteadores dos princípios da promoção humana e valorização dos fazeres educativos globais para a interação na qualidade de vida.
Priorizam os resultados, incluindo os processos, valorizando as tentativas e entendendo o erro como fonte da construção do conhecimento (o erro é pedagógico).
Uso diversificado dos vários recursos disponíveis, de formas múltiplas, complementares e integrativas, considerando os teores e as condições individuais/sociais/contextuais/outras.
Avaliação do professor, dos colegas e auto-avaliação, valorizando todas as performances, tentativas e o processo em si.
Priorização da aprendizagem, valorizando a evolução genérica do agente educacional enquanto ser individual e social em desenvolvimento.
Avaliação para a reestruturação adequada dos processos gerais de ensinar e de aprender vendo a educação em permanente estado dinâmico.
Identificam falhas e defasagens quando estas acontecem buscando conhecer e considerar as diferenças individuais, ritmos, estilos e motivações.
Orientam os passos gerais que possibilitam a melhoria dos processos e dos resultados educativos: crescimento/desenvolvimento/evolução.
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“Aquilo que um dia eu não sabia me foi ensinado. Eu aprendi com corpo e esqueci com a cabeça”.
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5 - Performance Esperada do Aluno | |
Ordem, disciplina e subserviência aos controles impostos e às obrigações estabelecidas previamente pelo comando a que se subordina.
Respostas imediatas como resultado da aprendizagem (reprodução do ensinado) sem, necessariamente, contextualizá-las, refletir ou transformá-las.
Passividade e adequação por consenso aos esquemas impostos pelos comandos, mesmo não sendo os mais desejados: ajuste, subordinação ao domínio.
Raciocínio linear e cumprimento dos deveres, obrigações e normas determinadas de forma rígida, inflexível. Obediência, e aceitação, sem questionar nada, de preferência.
Rigor na capacidade de assimilação e reprodução dos conteúdos ensinados de forma mecânica e repetitiva, sem alterar os contextos.
Quietude, pontualidade, cumprimento dos deveres e obrigações de maneira subserviente, pacífica de acordo com a ordem definida pela escola (de sujeito para objeto).
Atendimento das exigências funcionais da instituição e dos moldes técnicos e burocráticos do funcionamento, da regra, da norma pronta, estática, imposta.
Cumprimento dos modelos de modo que não altere os aspectos gerais estabelecidos pela instituição escolar, favorecendo à mentalidade conservadora.
Adequação, obediência plena e postura de admiração aos superiores e à hierarquia do mecanismo institucional e tradicional, sejam eles quais forem.
Postura de aceitação e de respostas imediatas (se possível) aos comandos estabelecidos, regulamentando a execução inflexível do que for determinado (formação inconsciente do eterno oprimido).
| Senso de justiça, participatividade, questionamento, visão crítica, evolução permanente e em todos os sentidos. Um ser criativo em mudança.
Crescimento em nível de processos e resultados de aprendizagem e educação (transformação pelo conhecimento): exteriorizando a nova cultura pessoal.
Articulador consciente de análises dos fatos sistematizados quando necessário, de acordo com os
Capacidade de sistematização do saber e do conhecimento por uma abordagem epistemológica autônoma e própria, substituindo o escutar pelo produzir.
Cumprimento articulado dos deveres a partir da consciência crítica de sua práxis enquanto sujeito em evolução e, não mais, de forma ingênua, acrítica e parcial.
Iniciativas válidas na construção permanente do universo educativo como um todo integrado à vida e seus processos, resultados e esperanças de melhoras.
Postura de transformação se o modelo não estiver satisfazendo plenamente a todos os integrantes do sistema. Afinal, a educação é para o aluno e a escola, também.
Autonomia, liberdade, ação e participatividade na reestruturação dos processos e resultados educativos e vivenciais fazendo a frente às circunstâncias novas.
Postura de desenvolvimento integral. Nova performance para além da eficiência no pleno exercício da cidadania no presente e no futuro, buscando as melhorias possíveis do contexto e da plena cidadania (formação do ser político, crítico e contextualizado).
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“A tarefa fundamental do professor: seduzir o aluno para que ele deseje e, desejando, aprenda”.
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6 - Papel do Educador | |
Autoridade central e responsável pela reprodução do conhecimento e da condução do saber e seus resultados. Detentor do poder de julgar, punir e decidir pelo aluno e seu futuro educacional.
Condutor absoluto das decisões, dos meios, normas e princípios (dono da verdade) de acordo com critérios pessoais inquestionáveis.
Representante autêntico dos poderes hegemônicos, avalizando, em sua prática, as benesses tradicionalmente constituídas no plano social e que são simbolicamente transferidas para o plano educativo.
Executor das funções instrucionais estanques, em nome do processo educacional. Indutor de regras, princípios, normas e conhecimentos disciplinados, conduzidos e cobrados por ele.
Cumpridor do seu papel dentro dos regimes contratuais e profissionais determinados pelo empregador, sem questioná-los.
Atender e cumprir programas, currículos e núcleos funcionais e burocráticos inerentes à sua função de profissional da "educação".
Deve atender aos regimes da eficiência instituída para o seu trabalho e o cumprimento de suas tarefas e normas que são estabelecidas pelo comando.
Satisfazer a organização acerca dos princípios funcionais visíveis, adequando-se aos esquemas impostos pelos regimes pelo mesmo poder institucional.
Instrutor, indutor de normas e conhecimentos que apenas interessam aos detentores do poder de decidir (gerente, técnico, pragmático). A função educacional é absolutamente complementar e acessória, sob a função técnica, administrativa e burocrática. | Transcende à função de facilitador da aprendizagem, promovendo as múltiplas dissensões do processo educacional numa autêntica parceria cooperativa e de trocas simultâneas entre todos, indistintamente.
Articulador de negociações para processos de decisões, normas e princípios de ação construídos contínua e coletivamente no ato educativo.
Agente de transformação e construção do fazer educativo, desencadeando a visão complexa do aluno, seus fins e estratégias nos sentido teórico e prático, de forma afetiva, lúdica, prazerosa.
Agente por excelência, exercendo as múltiplas funções em coerência com as dimensões paradigmáticas escolhidas e adotadas para o real benefício de todos os envolvidos direta ou indiretamente.
Consciente e cumpridor de sua missão por princípio, conduta ética profissional e compromisso político, associados. Não só técnico, instrutor ou professor, mas, educador.
Analisa, desdobra e orienta a transformação do processo com vistas à qualidade educacional devidamente contextualizada ao lado pedagógico.
Procura articular a eficiência, a eficácia e afetividade historicamente articuladas no que faz, contribuindo para construir a real educação, em todos os aspectos, associando competência à vontade política.
Exerce a sua conduta cumprindo dialeticamente os princípios organizacionais e políticos da sua função de educar/desenvolver verdadeiramente as pessoas.
Catalisador das múltiplas formas do conhecimento, facilitando aos processos de pensar, de desaprender, aprender e reaprender continuamente. A função de educar é fundamental e básica em todos os momentos da atividade humana e feita com bases críticas, contextuais e transformadoras.
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“Seguindo-se ao tempo em que se ensina o que se sabe deve chegar o tempo quando se ensina o que não se sabe”.
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7 - Gestão da Escola | |
Administração linear e descontínua com base na unidade de comando, na estrutura hierárquica e no padrão burocrático exigido por leis e normas impostas (a escola é uma empresa).
Desconexão entre as atividades-meio (burocráticas) e as atividades-fim (acadêmicas), gerando o eterno antagonismo (faz-e-desmancha) entre o administrativo e o pedagógico/acadêmico.
Ênfase nas exigências administrativas e técnicas, dando à gestão uma tipologia empresarial e com vistas a resultados desarticulados do contexto macro.
Centralização do poder, exclusão da autonomia dos agentes na definição geral e específica de políticas, diretrizes e normas de funcionamento e ação reproduzindo, assim o modelo da sociedade repressora vigente.
Rigidez das normas e dos métodos de ação cotidiana com base nos princípios norteados pelos níveis “superiores”, sem exceção.
Preocupação com a estrutura, as regras de funcionamento e a exteriorização burocrática de "possíveis" resultados e em consonância com os regimes constitucionais e econômicos de cada época.
A norma prescinde ao bem-estar das pessoas, sendo, que essas é que precisam adaptarem-se ao esquema técnico estabelecido (a pessoa deve satisfazer a norma) Tratamento mecanicista e framentário dos fatos.
Planejamento como função regimental apenas para atender aos pressupostos das que dizem do que é feito ou que se devia fazer. “Política das aparências” para garantir o funcionamento da escola dando respostas estatísticas a respeito das possibilidades da educação e do ensino.
| Gestão cíclica, contínua e participativa com base na construção coletiva, na flexibilização hierárquica e na minimização da burocracia, com fins educacionais (a escola é uma escola).
Integração permanente entre as atividades meio-e-fim, sendo ambas interrelacionadas, recíprocas e mutuamente facilitadoras, em processo de evolução permanente.
Ênfase nas características acadêmicas e educativas, dando à gestão uma tipologia didático-pedagógica visando a priorização dos processos aos resultados finais de evolução e crescimento.
Poder altamente descentralizado a partir da autonomia real de todos os agentes (principalmente o aluno) na definição, até em nível de detalhes, das política diretrizes e normas de ação e conduta.
Flexibilidade/elasticidade de normas, métodos e ação. Adaptando, se necessário, os princípios norteadores em todos os níveis hierárquicos.
A preocupação com a conjuntura e as normas deve facilitar o funcionamento acadêmico para que processos e resultados independam da formalização burocrática, de sua apresentação ou aparência.
O bem-estar das pessoas que é o princípio definidor das normas e do esquema técnico Sendo, a flexibilidade, o embasamento fundamental de todo o processo (a norma é para satisfazer a pessoa). Tratamento harmonioso e humanístico dos fatos.
Planejamento utilizado como instrumento realmente facilitador da ação e do projeto pedagógico a ele inerentes e concretizados na prática cotidiana da escola. “Política da essência”, conduzindo processos educativos reais no tocante à qualidade (e a quantidade) de bons serviços prestados à educação, às pessoas e à sociedade. Educação real vista e realizada como processo facilitador do desenvolvimento das pessoas, da criatividade, da liberdade de opinião e de escolhas.
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"Libertar o pensamento para que eleve sobre o desconhecido, construindo as idéias. É com elas que o mundo é feito".
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8 - Fins de Educação | |
Alcance da instrução e dos conhecimentos mínimos necessários à adequação aos esquemas impostos pela sociedade e as exigências feitas por cada sistema especificamente (para nós, o capitalista).
Padrão aceitável de reprodução do saber de forma pronta, acabada, definitiva e não alterada. Numa autêntica visão de consumo de produto e de resultado.
Obter os requisitos necessários à aprovação final, de conformidade com os regimes institucionais impostos pela estrutura educacional e social, com respaldo do desenvolvimento tecnológico: industrial/econômico/produtivo.
Ordenar o indivíduo segundo as disciplinas e normas clássicas tradicionalmente estabelecidas pelos valores morais e culturais e, obviamente, a serviço do poder constituído.
Conduzir princípios e conhecimentos induzidos por um regime centralizador dos processos educativos visando reproduzir valores impostos pela elite dominante em todos os sentidos.
Sedimentar as bases conceituais e estáticas de conhecimentos e comportamentos durante um certo período de vida, adequando a pessoa aos interesses da estrutura vigente, sejam eles benéficos, ou não.
| Processo contínuo de evolução permanente para o posicionamento, a crítica, a reconstrução dos processos individuais e coletivos de aprender e de viver com a melhor qualidade possível.
Crescimento interno, percepção de novos valores e condutas favorecendo ao desenvolvimento social e cultural direcionados à vida como um todo (e não, apenas, ao mercado de trabalho).
Acesso às diversas formas do conhecimento, descobrindo e explorando recursos e meios de melhorias da qualidade da vida humana em sociedade da qual faz parte.
Possibilitar a visão crítica para a reordenação e transformação do meio, do ambiente, das normas, dos princípios e da cultura, com vistas aos ajustes necessários para se viver melhor e mais plenamente.
Abrir espaços e perspectivas para a produção conjunta e por todos os agentes, dos elementos e conhecimentos necessários ao atendimento das necessidades individuais e sociais.
Dinamizar o desenvolvimento global e contínuo da pessoa durante toda a vida, de forma dinâmica, aberta, flexível, em perene evolução e mudança.
Qualificar a pessoa para a conquista da autonomia, da liberdade intelectual, da capacidade crítica de enxergar o mundo e suas relações, constituindo-se um ator consciente da sua história individual e social. |
Em Síntese | |
Políticas, diretrizes, conteúdos, professores e gestão para adequarem as massas sociais aos critérios da exploração capitalista. Favorecendo aos interesses burgueses e institucionais historicamente estabelecidos e aceitos como certos naturais e legítimos. | Harmonizar os sistemas didáticos e pedagógicos para favorecer ao desenvolvimento integral das pessoas. Capacitando-as para a busca de melhorias concretas em sua qualidade de vida, transformando-as em agentes de mudanças, quando necessárias e da conquista de seus desejos, metas e ideais. |
Fonte: Paradigmas em educação no novo milênio, de Antonio da Costa Neto (UDF – Centro Universitário do Distrito Federal – Brasília/2011). Publicado pela
Editora Kelps – Goiânia – Goiás / 3ª Edição
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